Pesquisa

Pesquisadores apresentam projeto de bioconversão de sedimentos de dragagens

Em coletiva realizada na manhã de ontem, 5, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) apresentaram à imprensa o projeto “Bioconversão dos sedimentos da dragagem do porto em energia elétrica”. Na apresentação realizada na Superint

Jornal Agora/Rio Grande,RS
05/05/2010 23:02
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Em coletiva realizada na manhã de ontem, 5, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) apresentaram à imprensa o projeto “Bioconversão dos sedimentos da dragagem do porto em energia elétrica”. Na apresentação realizada na Superintendência do Porto do Rio Grande, os professores afirmaram que a lama resultante da dragagem pode ser utilizada também como matéria-prima para a construção civil.

 

 

O projeto foi desenvolvido pelo Laboratório de Controle de Poluição da Furg, que há cerca de dois anos já realiza os estudos em laboratório. De acordo com os professores Fabrício Santana e Cristiane Saraiva Ogrodowski, a proposta é aproveitar a lama resultante da dragagem de manutenção do canal do Porto para a produção de energia elétrica. Conforme eles, nas pesquisas realizadas na Bélgica e nos Estados Unidos o processo desenvolvido consiste em enterrar o material de captação de energia no fundo do mar para a retirada dos sedimentos. Segundo os pesquisadores, em Rio Grande esta prática não seria possível pela questão ambiental, pois pode ocasionar o desequilíbrio do meio ambiente.

 

“Este processo é mais econômico, seguro e compacto”, afirmou Santana em referência ao projeto da Furg. No procedimento proposto pela universidade, os sedimentos coletados durante a dragagem são transportados até um píer adequado. Após, os sedimentos são separados em areia e matéria orgânica. Depois, ocorre o encaminhamento da matéria para o reator, que fica isolado do meio ambiente. No local, acontece a oxidação da matéria orgânica com a consequente produção de energia elétrica.

 

Conforme os pesquisadores, a característica do sedimento é compor-se de 0,1% a 4% de matéria orgânica, sendo que 0,1% gera a potência de 14 MWh, equivalentes a R$ 77 milhões, e 4% gera 580 MWh, correspondendo ao valor R$ 6,2 bilhões. “Esse valor é muito próximo da potência gerada pela Usina Termoelétrica de Candiota II. Se conseguirmos captar 1% dessa energia, já é suficiente para sustentar a dragagem do porto do ponto de vista econômico”, destacou Santana. De acordo com a professora Cristiane, essa energia em condição menor pode ser armazenada em baterias ou ser associa a uma rede de distribuição de energia. “Há uma proposta da Anel, por exemplo, de comprar energia alternativa”, completou Santana. Além da produção de energia elétrica, os sedimentos poderão ser utilizados para a construção civil.

 

Segundo a pesquisadora, a utilização na construção civil ainda está em fase de avaliação primária. “Ainda vamos avaliar qual a porcentagem a ser usada sem a matéria orgânica”, ressaltou. Em um período de cinco anos, o volume dragado no Porto do Rio Grande é de 6.500.000m3.

 

Previsão

 

O projeto do Laboratório de Controle de Poluição da Furg já tem os primeiros protótipos desenvolvidos e conta com a participação de 10 alunos. Nos primeiros seis meses, os pesquisadores vão completar o desenvolvimento tecnológico. “A partir da metade do ano, quando tivermos o orçamento, vamos começar a investir. Com recursos, poderão ser adquiridos equipamentos de ponta para incrementar as pesquisas”, explicou Cristiane. No máximo até o final do ano o processo deve estar sendo operado e gerando os primeiros resultados numa planta-piloto. A previsão é de que em três anos o processo esteja em plena execução.

 

Ineditismo

 

O projeto foi aprovado em primeiro lugar no Termo de Referência TR01/2010, do Projeto Estruturante Polo Tecnológico Estadual da Secretaria da Ciência e Tecnologia. O superintendente do Porto do Rio Grande, Jayme Ramis, esteve presente na coletiva e ressaltou a satisfação com o projeto desenvolvido. “Apoiamos projetos que tenham afinidade com a nossa atividade. Essa é uma solução ambiental e economicamente correta”, completou. De acordo com o chefe da Divisão de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Porto do Rio Grande, Celso Elias Conrradi, este projeto é inédito na América Latina. “Essa tecnologia com sedimento de dragagem não tem parâmetros no mundo. Existe um problema mundial chamado de dragagem. E esse é um problema que o porto terá para toda a vida. Esse projeto é uma solução interessante e importante”, avaliou.

 

Investimento

 

O investimento pela Secretaria Estadual é de R$ 300 mil, mais R$ 60 mil do Porto do Rio Grande e os demais recursos financiados pela Furg. O porto fará a logística, com a disponibilização da área necessária. A área do reator da Unidade de Tratamento de Sedimentos de Dragagem será o equivalente a três ou quatro contêineres.  

 

 

 

(Fonte: Jornal Agora/Rio Grande,RS)  

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