Inteligência é Mais Complexa do que se Pensa, Afirma Dr. Fabiano de Abreu

02/05/2025 07:25

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Inteligência é Mais Complexa do que se Pensa, Afirma Dr. Fabiano de Abreu

Presidente da ISI Society destaca limitações na percepção de inteligência entre membros de alto QI

Recentes manifestações de membros de sociedades de alto QI, relatando frustração ao encontrar entre seus pares indivíduos que não corresponderam às suas expectativas, levantaram um debate importante sobre o real conceito de inteligência. Para o Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Pós PhD em Neurociências e presidente da ISI Society, uma das mais rigorosas sociedades de alto QI do mundo, essa insatisfação revela uma compreensão limitada e parcial sobre o que significa ser inteligente.

"É necessário, primeiro, entender a definição técnica de inteligência", explica o neurocientista. Segundo ele, o coeficiente intelectual, avaliado por testes supervisionados e cientificamente validados como a Escala de Inteligência de Wechsler, é uma medida confiável de habilidades cognitivas como inteligência lógica, analítica, de processamento, compreensão verbal, raciocínio perceptual, memória de trabalho e velocidade de processamento. "Trata-se, até hoje, da ferramenta mais sólida para quantificar aspectos fundamentais da cognição, dentro dos parâmetros da inteligência de agir e resolver", afirma.

Apesar disso, o Dr. Fabiano de Abreu alerta que o QI não abrange a totalidade da inteligência humana. "O teste de QI não mede com precisão a inteligência emocional, a capacidade criativa subjetiva ou as competências sociais complexas", ressalta. A criatividade subjetiva, definida como a capacidade de gerar ideias não aprendidas formalmente, exemplifica uma dimensão intelectual que ultrapassa o que é avaliado em testes tradicionais.

Para suprir essa lacuna, o cientista propôs o conceito de DWRI — Desenvolvimento de Amplas Regiões de Interferência Intelectual. De acordo com ele, a inteligência verdadeira resulta da integração funcional de diversas regiões cerebrais que sustentam, simultaneamente, a lógica, o foco atencional, a memória de trabalho, a inteligência emocional, a adaptabilidade social e a criatividade original.

"A percepção equivocada de alguns membros de sociedades de alto QI nasce da crença de que a inteligência deveria se manifestar de maneira uniforme e previsível", aponta o Dr. Fabiano. "Esperar apenas raciocínio lógico imediato ou habilidades técnicas evidentes é ignorar que a inteligência também está na capacidade de abstrair, de compreender emocionalmente, de criar novos referenciais e de lidar com o inesperado", completa.

Outro fator citado pelo neurocientista é a chamada dupla excepcionalidade. Indivíduos superdotados que possuem condições como TDAH ou autismo podem apresentar disfunções específicas, como dificuldades de atenção ou de processamento social, sem que isso anule suas altas capacidades intelectuais. "No TDAH, déficits de atenção e memória de trabalho podem mascarar a inteligência plena. No autismo, rigidez de pensamento e dificuldade de interpretação emocional limitam a expressão social da inteligência", explica.

O Dr. Fabiano reforça ainda a diferença entre testes rápidos e testes supervisionados. "Testes como o Raven avaliam aspectos muito específicos da inteligência, como o raciocínio lógico-abstrato e a capacidade de identificar padrões visuais. Eles podem estimar um percentil, mas não revelam a pontuação de QI nem a amplitude real da inteligência", esclarece.

Para o presidente da ISI Society, comportamentos como perseguição, desejo de prejudicar o próximo, fanatismo e julgamentos rígidos revelam déficits emocionais e sociais que comprometem a expressão da inteligência geral. "Esses comportamentos indicam descompensações cognitivas e emocionais graves. Mesmo que a pessoa apresente habilidades específicas preservadas, a inteligência integral, em sua definição ampla, está comprometida", afirma.

Finalizando, Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues defende uma visão mais abrangente sobre a inteligência. "A verdadeira medida da inteligência inclui reconhecer suas múltiplas dimensões, inclusive nos outros. Uma percepção rígida e restrita da inteligência revela, paradoxalmente, uma limitação cognitiva em quem a sustenta."

 

Fonte: redação TN com assessoria

Imagem: divulgação

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