Muito já se descobriu sobre o cérebro humano nas últimas décadas, especialmente sobre uma das suas habilidades mais importantes, a inteligência. Ela é altamente multifatorial, sendo influenciada por diversos fatores, como o ambiente, alimentação, saúde mental, aprendizado, entre outros.

No entanto, a genética é um dos fatores que mais influenciam a inteligência de uma pessoa, por isso, cada vez mais são reunidos esforços para entender melhor esse processo, uma frente que envolve várias sociedades de alto QI em todo o mundo.

A ePiq Society, sociedade de alto QI com pessoas acima de 143 pontos e graduadas, assim como a IIS Society, pessoas com QI acima de 140 pontos, são das duas sociedades com mais voluntários em pesquisas genéticas sobre a inteligência.

"Sociedades de indivíduos com superdotação profunda, como a ISI Society e a Triple Nine Society, também possuem candidatos e são reconhecidas por seu rigor e confiabilidade. No entanto, são mais raras, pois exigem pontuações de QI extremamente altas para admissão, resultando em um número reduzido de voluntários para testes genômicos", afirma Stanislav Riha, canadense presidente da IIS Society.

Dr. Fabiano e Stanislav Riha  

A genética e a inteligência

A inteligência de uma pessoa é bastante influenciada pela genética, o que afeta a forma como alguém aprende, age, pensa e resolve problemas. A habilidade é resultado de uma combinação de fatores genéticos e ambientais, mas estima-se que de 50% a 80% da capacidade intelectual é influenciada diretamente pelos nossos genes.

O projeto GIP - Genetic Intelligence, dedicado a analisar a influência da genética na inteligência e o uso de testes genéticos, tem mais de uma centena de voluntários, principalmente vindos de sociedades de alto QI.

"Esses indivíduos, ao contribuírem com pesquisas e descobertas, demonstram na prática suas capacidades cognitivas, ajudando a trazer maior compreensão e respostas sobre a inteligência", ressalta Hitty-ko Kamimura, superdotado e responsável pelos relatórios genéticos do GIP.

HITTY-KO KAMINURA 

A importância dos voluntários nas pesquisas

Estudos com voluntários têm ajudado a entender melhor a relação genes/inteligência, quanto mais pessoas participam, mais informações os cientistas conseguem reunir para identificar padrões genéticos. 

Por isso, as sociedades de alto QI, que reúnem membros com alta inteligência, têm um papel importante nesses estudos pois direcionam voluntários para as pesquisas, como explica Gilles Baroin, PhD em Matemática e responsável pelo setor matemático dessas sociedades.

"Essas sociedades possuem critérios rigorosos de admissão, exigindo testes de QI cientificamente validados e supervisionados. Como resultado, os membros tendem a demonstrar maior segurança e confiança ao se candidatarem ou se voluntariarem para a análise de seu DNA".

Gilles Baroin 

Fonte: Hitty-ko Kaminura, Gilles Baroin, Stanislav Riha (MF Press Global) 

Imagem: Reprodução/FreePik