O medo é uma emoção que atravessa a história da humanidade, influenciando comportamentos, decisões e relações sociais. Um estudo inovador, publicado na revista científica Journal of Bio Innovation (J. Bio. Innov., vol. 14, n. 1, 2025), mergulha nas complexidades do medo sob a ótica da semiótica de Charles Sanders Peirce. Intitulado The Semiosis of Fear, o artigo é assinado pelos pesquisadores André Afonso Silva, Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues e Dra. Elodia Ávila, todos membros do CPAH - Centro de Pesquisa e Análises Heráclito.
O Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, um dos autores do estudo, é pós-PhD em Neurociências, licenciado em Biologia, membro da Royal Society of Medicine no Reino Unido e diretor do CPAH. Ele destaca que o objetivo central do trabalho é compreender como o medo, uma emoção primária, se transforma em sentimentos e ações de proteção. "Nosso estudo utiliza a tríade semiótica de Peirce – primeiridade, secundidade e terceiridade – para desvendar o impacto do medo nas memórias e comportamentos humanos", explica.
Os coautores, André Afonso Silva, Mestre em Tecnologia e coordenador de tecnologia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), e Dra. Elodia Ávila, médica, neurocientista e cirurgiã plástica especialista em longevidade, também enfatizam a relevância do tema na atualidade. "Compreender o medo é fundamental não apenas para o indivíduo, mas também para o coletivo, onde ele frequentemente é usado como ferramenta de controle social", comenta a Dra. Elodia.
A pesquisa parte da premissa de que o medo é uma emoção primária (primeiridade), desencadeando sentimentos (secundidade) e mecanismos de controle (terceiridade). Essa tríade ajuda a compreender como o medo é processado em diferentes níveis:
O estudo também explora a relação entre medo, memória e sofrimento. Segundo os autores, o medo muitas vezes surge como uma forma de antecipação ao sofrimento, levando indivíduos a desenvolver estratégias de controle em busca de segurança emocional e física.
Além do nível individual, os autores analisam o uso do medo em contextos sociais, políticos e culturais. "O medo é amplamente utilizado como ferramenta de controle, seja por meio de narrativas midiáticas, discursos políticos ou normas sociais", afirma o Dr. Fabiano. Essa abordagem amplia a relevância do estudo, permitindo reflexões sobre como a sociedade pode lidar com emoções complexas de forma mais saudável.
A semiose do medo, conforme explorada neste estudo, apresenta implicações profundas tanto no âmbito pessoal quanto coletivo. Compreender as bases semióticas e emocionais dessa emoção pode abrir caminhos para intervenções mais eficazes em saúde mental e educação emocional, além de fomentar debates éticos sobre o uso do medo como ferramenta de poder.
Fontes do estudo: Silva, A. A., Rodrigues, F. de A. A., & Ávila, E. (2025). The Semiosis of Fear. Journal of Bio Innovation, 14(1), 1-15. DOI: 10.46344/JBINO.2023.v14i01.01
Fonte: assessoria
Imagens: divulgação
Fale Conosco