Artigo

Análise do primeiro semestre do Mercado Livre de Energia no Brasil e suas projeções futuras, por Ingrid dos Santos

Redação TN Petróleo/Assessoria
19/08/2024 12:58
Análise do primeiro semestre do Mercado Livre de Energia no Brasil e suas projeções futuras, por Ingrid dos Santos Imagem: Divulgação Visualizações: 1103 (0) (0) (0) (0)

O mercado livre de energia no Brasil, também conhecido como Ambiente de Contratação Livre (ACL), vem se destacando como um dos segmentos mais dinâmicos e promissores do setor energético nacional. De acordo com estudos recentes, a expectativa é que este mercado cresça cerca de um ponto percentual ao ano até 2030, representando 47% da carga total de energia do país até o final da década. A consultoria responsável por essas projeções prevê que, já em 2024, o mercado livre alcance 38% do consumo nacional.

No primeiro trimestre de 2024, o movimento de migração para o mercado livre foi marcado por uma predominância de pequenos e médios consumidores, que corresponderam a 72% das novas adesões dentro do varejo. Atualmente, o mercado livre abrange aproximadamente 36.300 unidades consumidoras, destacando-se pela significativa participação de fontes renováveis incentivadas, que representam 64% da geração de energia nesse segmento, um crescimento de 43% nos últimos 12 meses.

Em 2023, o mercado livre de energia gerou uma economia recorde de R$48 bilhões para os consumidores, refletindo os benefícios da liberalização do setor. A abertura do mercado permitiu uma maior entrada de empresas, aumentando a competitividade e diversificando as ofertas para os consumidores. Essa competitividade possibilitou a negociação de contratos de fornecimento de energia em condições mais vantajosas, reduzindo os custos e estimulando o interesse por fontes de energia renovável, como solar e eólica.

A adesão ao mercado livre foi impulsionada pela Portaria 50/2022, que facilitou a entrada de pequenos e médios consumidores. A liberdade para escolher fornecedores que ofereçam energia sustentável se tornou um atrativo adicional, aliado à exigência de maior transparência por parte das empresas fornecedoras, com informações mais claras sobre preços e condições de fornecimento.

No entanto, o mercado livre de energia enfrenta desafios significativos. A necessidade de regulamentação clara e estável é crucial para suportar o crescimento e promover uma competição saudável. Além disso, é essencial investir continuamente em infraestrutura para expandir a capacidade de geração e transmissão, garantindo que os consumidores tenham acesso a informações claras e objetivas. O desafio de manter a sustentabilidade econômica dos preços baixos a longo prazo, sem comprometer a qualidade e a segurança do fornecimento, também é premente.

Por outro lado, as oportunidades são vastas. A expansão da base de consumidores, incluindo pequenos consumidores, o potencial para investimentos em energia solar, eólica e biomassa, e a crescente demanda por sustentabilidade criam um ambiente propício para inovações tecnológicas. Soluções como armazenamento de energia, medidores inteligentes e sistemas de gestão energética oferecem perspectivas promissoras. Além disso, a formação de parcerias e contratos de longo prazo entre empresas e geradores de energia renovável pode acelerar ainda mais o crescimento do mercado.

O desenvolvimento desse setor no Brasil dependerá de investimentos em áreas críticas, como armazenamento de energia por meio de baterias, modernização da rede de transmissão e distribuição, e a implementação de medidores inteligentes. Dados recentes indicam que 71% de toda a energia transacionada no Brasil ocorre no mercado livre, sinalizando uma tendência crescente de adesão a esse modelo devido às suas vantagens econômicas e flexibilidade.

Há casos específicos em que a economia chegou a ser de 54% no preço da energia, porém a média é que a economia pode chegar até 40%, sendo um atrativo significativo. Mas sua sustentabilidade a longo prazo dependerá de fatores como a estabilidade dos preços das fontes renováveis, políticas regulatórias favoráveis, e avanços tecnológicos que aumentem a eficiência e reduzam custos operacionais. A diversificação das fontes de energia e a inovação contínua serão essenciais para garantir a sustentabilidade dos preços a longo prazo, assegurando que o mercado livre continue a ser um motor de crescimento e competitividade para o setor energético brasileiro, agregando economia para indústrias e comércios de todo Brasil

Sobre a autora: Ingrid dos Santos é CEO da Indra Energia, empresa que se dedica a impulsionar a transição energética para um futuro mais sustentável.


 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Evento
Bahia sediará Encontro Internacional do Setor de Energia
15/11/24
Pré-Sal
Fórum Técnico PPSA 2024 vai debater o futuro do pré-sal
14/11/24
Firjan
Redução da jornada de trabalho pode custar R$ 115,9 bilh...
14/11/24
Resultado
BRAVA Energia registra EBTIDA ajustado de R$ 727 milhões...
14/11/24
Combustíveis
Preço médio da gasolina se mantém estável desde setembro...
14/11/24
Internacional
Na COP29 Brasil lança roteiro para impulsionar investime...
14/11/24
Espírito Santo
Pesquisa com empresas capixabas mapeará necessidades de ...
14/11/24
Rio de Janeiro
Petrobras participa do G20 Social
14/11/24
Meio Ambiente
Petrobras e BNDES fazem nova parceria para restauração e...
14/11/24
Parceria
Atvos e Dabi Business Park firmam parceria para fomentar...
13/11/24
PD&I
Shell e FAPESP investem em pesquisa para acelerar a tran...
13/11/24
ANP
Participação Especial: valores referentes à produção do ...
13/11/24
Internacional
Na COP 29, MME debate a importância de ampliar investime...
13/11/24
Resultado
Eneva registra fluxo de caixa operacional recorde de R$ ...
13/11/24
PPSA
Produção de petróleo da União atinge 99 mil bpd em setembro
13/11/24
Biometano
Biometano na rede de gás natural busca impulsionar econo...
13/11/24
Logística
Omni Taxi Aéreo operará o primeiro Airbus H160 no setor ...
12/11/24
Etanol
Moagem de cana em Minas Gerais atinge 73,8 milhões de to...
12/11/24
Gás Natural
Origem Energia assina seu primeiro contrato no mercado l...
12/11/24
Gás Natural
Petrobras, Gerdau e Sulgás assinam primeiro contrato par...
11/11/24
Pré-Sal
Equinor investe R$ 12,5 milhões em laboratório no CEPETR...
11/11/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

21