Redação TN Petróleo/Assessoria
Notadamente todas as pessoas já passaram por um processo de fadiga em suas vidas, seja de forma pontual ou recorrente, com vários episódios ou de forma persistente/crônica. É muito comum a confusão entre fadiga e cansaço, mas são exatamente a mesma coisa.
O cansaço seria algo de duração mais curta e bem marcado, após realizar um esforço físico intenso – como por exemplo correr 10km – ou um esforço mental intenso – como concentrar-se na confecção de um relatório por horas sem pausas. Uma única noite mal dormida também vai gerar uma sensação de cansaço no dia seguinte.
Já a fadiga seria algo de duração mais prolongada, repetições de situações de geradoras de cansaço de forma diária ou recorrente, como por exemplo varias noites seguidas de sono de qualidade ruim ou com tempo insuficiente.
Podemos indicar como os principais fatores de risco de fadiga: privação de sono ou sono inadequado; variações do ciclo circadiano (trabalho em turnos noturnos): problemas de saúde (distúrbios do sono, uso de medicamentos, problemas de tireoide, cardíacos ou metabólicos); problemas ambientais (luminosidade excessiva, vizinhança barulhenta); excesso de carga de trabalho.
Os sintomas mais comuns observados em um indivíduo com fadiga são: dor de cabeça; olhos vermelhos e com olheiras; falta de apetite; desanimo; perda de coordenação motora (gerando quedas e outros acidentes); imunidade baixa; irritabilidade; dificuldade de concentração; dificuldade de tomar decisões (operacionais ou gerenciais); comprometimento da capacidade de cooperação com colegas de trabalho; entre outros.
A fadiga do trabalhador pode impactar negativamente a saúde e a segurança tanto pessoal quanto coletiva, assim como a eficiência e a segurança de uma operação. O gerenciamento da fadiga de forma efetiva requer a participação ativa de todas as partes da organização, incluindo a gerências operacionais, áreas de suporte (RH e SMS) e os próprios trabalhadores.
Dando uma ênfase ao sono e sua contribuição para processo de fadiga, é importante saber que para um individuo ter um sono reparador, ou seja, que descanse o corpo e a mente, alguns características tem que estar presentes para os ciclos do sono, que duram entre 90 e 100 minutos, completem suas 4 fases e para que ocorram 4 a 5 ciclos completos por sono. São elas: duração de pelo menos 7 horas em média; permanecer dormindo no mínimo 80 a 85% do tempo que estiver deitado; não levar mais do que 30 minutos para pegar no sono; não acordar mais do que uma vez por noite; e quando acordar não ficar mais do que 20 minutos acordado.
Existem algumas dicas valiosas de como melhorar a qualidade do sono e com isso prevenir a fadiga. Fazendo uma analogia com higiene pessoal como tomar banho todos os dias e escovar os dentes após as refeições e antes de dormir, a Higiene do Sono são um conjunto de ações e hábitos diários que levam uma facilitação na indução do sono e sua duração por um período adequado de 7 horas em média.
Na preparação para dormir evite deixar o ambiente (quarto e cama) desarrumados, com itens que podem fazer barulho ou provocar luminosidade indesejada como brinquedos, notebooks, caixas e copos; tome cuidado com a luminosidade de janelas e portas; faça ao máximo a rotina de dormir no mesmo horário, de preferência toda a família; cuide da temperatura do quarto, ambientes mais frios tendem a ser mais confortáveis para dormir; evite consumo de cafeína e outros estimulantes, assim como de bebidas alcoólicas (a sensação inicial de relaxamento é descompensada pela alteração nos estágios de sonos mais profundos).
O uso de telas, seja TV, notebooks, tablets e celulares para qualquer fim devem cessar 30 a 60 minutos antes de ir deitar, em especial para jogos e redes sociais. Criar uma rotina de relaxamento com músicas calmas, banhos quente, leituras em livros, conversas amenas com o parceiro ou cônjuge também ajudam a informar ao corpo que a mente está se preparando para dormir.
Caso tenha implementado em suas rotinas todas essas dicas e ainda assim não está tendo um sono adequado, acorda cansado e tem sinais e sintomas de fadiga, procure um profissional, médico especializado em sono e evite as soluções fáceis com prescrição de medicamentos apenas, sem uma abordagem mais global das causas e soluções. Informe sua liderança se este canal estiver aberto na sua empresa, afinal a fadiga é um problema que afeta a todos.
Sobre o autor: Flávio Freitas é Formado em Medicina pela UFRJ em 2007, especilidade em Medicina do Trabalho pela UNESA em 2011 e MBA em Gestão de SMS pela Castelo Branco.
Atua como Médico Coordenador em multinacionais desde 2012, sendo 12 anos dedicados à industria de Oleo & Gás. Há 6 anos na Seadrill.
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