Artigo

Responsabilidade socioambiental empresarial é uma utopia ou existe de fato? por Fernando Beltrame

Redação TN Petróleo/Assessoria
22/04/2024 17:26
Responsabilidade socioambiental empresarial é uma utopia ou existe de fato? por Fernando Beltrame Imagem: Divulgação Visualizações: 933 (0) (0) (0) (0)

Recentemente, um relatório publicado pela Carbon Majors afirmou que, nos últimos seis anos, 80% das emissões de CO2 foram feitas por 57 empresas de diferentes países. Além disso, o documento constatou que a maioria delas expandiu sua produção de combustíveis fósseis desde 2015, mesmo ano da assinatura do Acordo de Paris da ONU, quando países se comprometeram a tomar medidas para conter as mudanças climáticas. Isso nos faz pensar se as empresas estão realmente comprometidas com suas responsabilidades socioambientais ou se estamos falando de algo inalcançável.

A grande questão é que esse compromisso empresarial tem se tornado cada vez mais importante e reconhecido nas últimas décadas. Empresas ao redor do planeta estão mais conscientes do impacto que têm na sociedade e no meio ambiente, e muitas estão adotando práticas responsáveis como parte integrante de suas operações. Porém, produtoras de gás, carvão e cimento, que são as responsáveis pela maior parte das emissões, não fazem parte dessa regra, são a exceção.

A responsabilidade socioambiental empresarial é uma realidade porque estamos todos vivenciando a emergência de novos desafios e oportunidades relacionados às mudanças climáticas, à escassez de recursos naturais, à diversidade cultural e à inclusão social. Porém, em muitos casos, ainda é preciso que sejam inseridas práticas como a adoção de políticas ambientalmente sustentáveis até o engajamento com as comunidades locais e a promoção de condições de trabalho justas e seguras – ações que não só beneficiam a sociedade e o meio ambiente, como podem contribuir para o sucesso financeiro a longo prazo das empresas, pois cada vez mais consumidores e investidores valorizam companhias éticas quanto ao desenvolvimento sustentável.

Quando citei a questão das emissões de CO2, exemplifiquei uma situação que diz respeito a um impacto direto ao meio ambiente e à população de forma geral, que tem como consequência a aceleração do aquecimento global. Com isso, pessoas sofrem com as temperaturas extremas, sejam elas baixas ou altas, as florestas com as queimadas, o desequilíbrio ambiental e a perda da biodiversidade, além do descongelamento das reservas de água nas regiões frias do globo. Para se ter uma ideia da gravidade da atual situação, 2023 atingiu o nível recorde de emissões de CO2, alcançando a marca de 37,4 bilhões de toneladas. Se comparado ao ano anterior, houve um aumento de 410 milhões de toneladas.

Cientistas dos Estados Unidos avaliaram, por meio do Serviço Copernicus (C3S), órgão ligado à União Europeia e que pesquisa mudanças climáticas, que 2024 possivelmente será 30% mais quente do que 2023 – que também obteve os dias mais quentes do que a temperatura média global calculada entre 1850 e 1900.

Então, em relação à pergunta do início do texto: sim. Acredito que todas as empresas possuem responsabilidade compartilhada com o meio ambiente onde estão inseridas. Porém, para algumas delas

Inserir, efetivamente, a responsabilidade empresarial, bem como o conceito ESG, ainda pode ser uma utopia, um caminho a ser perseguido.

A responsabilidade socioambiental tem se tornando uma parte essencial da cultura corporativa moderna, fazendo com que todos pensem na preservação do meio ambiente e no mundo que será deixado para as gerações futuras.

Sobre o autor: Fernando Beltrame é mestre pela USP, engenheiro pela Unicamp e CEO da Eccaplan. Com mais de 20 anos de experiência em projetos de consultoria, sustentabilidade e estratégia Net Zero, já atuou em diferentes eventos e iniciativas como a COP18, Rio+20 e fóruns mundiais.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Etanol
Anidro sobe 0,11% e hidratado recua 0,17% na semana
07/07/25
Meio Ambiente
Biometano emite até 2,5 vezes menos CO₂ do que eletricid...
04/07/25
Energia Elétrica
PMEs: sete dicas para aderir ao mercado livre de energia
03/07/25
Sustentabilidade
Congresso Sustentável CEBDS 2025 reúne 300 pessoas em Belém
02/07/25
Energia Elétrica
Com bandeira vermelha em vigor desde junho, energia reno...
02/07/25
Biodiesel
Indústria doa equipamentos para fortalecer fiscalização ...
02/07/25
Energia Solar
GoodWe e Fotus miram liderança em mercado bilionário no ...
01/07/25
Etanol de milho
Reconhecimento internacional do etanol de milho para pro...
01/07/25
Transição Energética
Sebrae Rio promove Seminário sobre Transição Energética ...
27/06/25
RenovaBio
ANP publicará lista de sanções a distribuidores de combu...
26/06/25
Transição Energética
ENGIE Day celebra 10ª edição com debates sobre regulação...
26/06/25
Etanol de milho
Abertura da China amplia parceria estratégica para copro...
25/06/25
Etanol
ORPLANA recebe apoio de associações em defesa do CONSECA...
25/06/25
Evento
FIEE realizará 1º Congresso da Indústria Eletroeletrônic...
24/06/25
Energia elétrica
Selco economiza mais de R$ 110 mil em oito meses ao migr...
24/06/25
RenovaBio
AGU garante aplicação de metas de descarbonização defini...
18/06/25
Rio de Janeiro
Sebrae Rio promove Seminário de Transição Energética
17/06/25
Descarbonização
Brasil fica em 1º lugar em programa global de descarboni...
17/06/25
Petrobras
Relatório de Sustentabilidade mostra investimento de US$...
16/06/25
RenovaBio
ANP aprova nova norma para certificação de biocombustíveis
12/06/25
Energia Eólica
Complexo Eólico Ventos de São Zacarias é inaugurado na d...
11/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.