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Satélites de baixa órbita permitem às plataformas offshore de petróleo ‘extrair’ lucro do espaço, por Jayme Ribeiro

Satélites de baixa órbita permitem às plataformas offshore de petróleo ‘extrair’ lucro do espaço, por Jayme Ribeiro
19/10/2023 16:32
Satélites de baixa órbita permitem às plataformas offshore de petróleo ‘extrair’ lucro do espaço, por Jayme Ribeiro Imagem: Divulgação Visualizações: 1247 (0) (0) (0) (0)

Desde a pizzaria da esquina até os grandes conglomerados corporativos de todos os setores, nenhuma empresa consegue obter a sonhada lucratividade sem desenvolver a habilidade de produzir mais e melhor utilizando metodologias que permitam fazer isso com os menores custos.  

Quando uma tecnologia surge tendo como grande oferta justamente proporcionar esse tipo de habilidade ela é vista como potencialmente capaz de provocar transformações profundas nos mercados onde ela pode ser usada.

É neste contexto que as chamadas constelações de satélites de baixa órbita estão sendo vistas como absolutamente transformadoras para o mercado de exploração de petróleo e gás em alto mar.

Essas estruturas, conhecidas como offshore, quando operam mais próximas da costa, costumam ter suas conexões de internet baseadas em fibra submarina e neste caso os novos satélites produzem pouco impacto. 

Mas, quando se trata de plataformas em distâncias mais longas, onde, por exemplo, se busca extrair petróleo do pré-sal, a coisa muda completamente de figura. Nesta dimensão, a fibra simplesmente não existe e a comunicação só ocorre mesmo com a ajuda dos satélites. É neste ponto que está ocorrendo uma verdadeira revolução. 

Ocorre que até pouco tempo, o tipo de satélite utilizado para essa atividade eram os chamados GEO Estacionários, que são estruturas que ficam estáticas em uma determinada posição da órbita, obrigando a todos que querem captar seus sinais a terem equipamentos robustos para fazer isso. 

Na prática, são antenas que precisam ficar rastreando o satélite e apontando para eles, o que se torna uma tarefa complexa considerando que essas antenas, no mercado offshore, estão em um barco ou em uma plataforma que se movimenta. Quando ocorre o movimento, a antena precisa ter um mecanismo repleto de motores e engrenagens mecânicas que a permita acompanhar a movimentação e continuar apontando para o satélite de forma a não perder a captação de seus sinais. 

Como é fácil presumir, essas exigências tornam não só a aquisição dessas antenas um investimento alto, assim como uma manutenção cara. O custo do segmento espacial também é muito alto, o que leva à necessidade de um gasto total elevado para os proprietários destas plataformas, mesmo que eles sejam empresas do porte de Petrobrás e outras do seu tamanho. 

Com a chegada das constelações de baixa órbita, das quais atualmente a Starlink é principal estrela, toda essa lógica descrita acima é modificada.
Os satélites de baixa órbita estão em movimento contínuo e passando por cima da embarcação ou da plataforma. Isso permite que seus sinais sejam captados por antenas planas, sem a necessidade de engrenagens e motores para sua movimentação reduzindo significativamente o custo de sua aquisição e manutenção.  

Este tipo de antena simplesmente fica parada olhando para o céu e à medida que a constelação vai passando, ela se comunica com os satélites oferecendo uma velocidade de 200 megabits por segundo para um custo muito mais acessível que o custo de manter a comuicação com um satélite GEO Estacionário.
Além disso, a latência oferecida pela baixa órbita também é muito menor. Ela opera num intervalo entre 50 a 100 milissegundos enquanto no satélite GEO Estaconário a latência é acima de 600 milissegundos.

Todas essas vantagens combinadas estão fazendo com que o mercado de exploração de petróleo e gás em plataformas offshore encontre nas constelações de satélites de baixa órbita a condição de melhorar a qualidade de sua conexão, viabilizando o uso de ferramentas tecnológicas emergentes numa velocidade maior e com um custo significativamente inferior. 

Sabendo que o objetivo final de toda empresa é o lucro e considerando que a principal fonte de lucro dessas empresas é o petróleo, analogicamente pode se dizer que aumentar a eficiência na comunicação gastando menos é como capturar petróleo no espaço. 

Sobre o autor: Jayme Ribeiro é diretor executivo de Vendas e Marketing Latam da Sencinet. Master of Business Administration pela Coppead, pós-graduado em Computer Systems Networking and Telecommunications pela PUC-Rio e graduado em Engenharia pela UFRJ, tem mais de 20 anos de atuação no mercado de telecomunicações, atuando nas áreas de engenharia, produtos e comercial.

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