Redação TN Petróleo/Assessoria IBP
Reunindo representantes da indústria, academia e setor público, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) realizou, no último dia 7, o 27º Encontro do Asfalto, um dos principais fóruns técnicos do país sobre pavimentação. Patrocinado pela Petrobras, o evento foi marcado por discussões sobre sustentabilidade, inovação tecnológica, normas técnicas e regulação contratual no setor rodoviário.
Na abertura do encontro, o coordenador da Comissão de Asfalto do IBP, Leonardo Preussler, ressaltou a importância do fórum como espaço de construção coletiva. "A troca de conhecimento técnico promovida pelo Encontro do Asfalto é essencial para o avanço da pavimentação nacional. Temos a oportunidade de conhecer tendências, promover soluções sustentáveis e fortalecer a qualidade das nossas estradas", afirmou.
Representando a Petrobras, Montserrat Carbonell, coordenadora do núcleo de mudanças climáticas da empresa, destacou a estratégia da companhia voltada à redução da pegada de carbono de seus produtos, incluindo os asfaltos. "Estamos trabalhando para quantificar a pegada de carbono dos nossos produtos e avançar em soluções sustentáveis. Cerca de 50% do asfalto produzido pela Petrobras já é oriundo de refinarias com modelos validados de cálculo de intensidade de carbono", disse. Ela detalhou a aplicação da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) no desenvolvimento de novos produtos e lembrou que a empresa está comprometida com a ampliação da oferta de asfaltos com menor impacto ambiental. "Estamos desenvolvendo linhas sustentáveis, como o CAPPRO, além de utilizar créditos de carbono de biomas nacionais para compensar emissões, sempre com base em certificações reconhecidas internacionalmente", complementou.
Luciana Dantas, engenheira do Instituto de Pesquisas Rodoviárias do DNIT (IPR-DNIT), destacou os esforços da autarquia para modernizar a base normativa do setor de pavimentação. "Normas fortes e atualizadas são fundamentais para garantir durabilidade e sustentabilidade das rodovias. Estamos investindo em parcerias com universidades para garantir excelência técnica e segurança na infraestrutura viária", afirmou. Segundo ela, o DNIT mantém atualmente 441 normas vigentes e 52 manuais técnicos, com foco em durabilidade, desempenho e atualização contínua. "Trabalhamos em um ciclo constante de pesquisa, normalização, transferência de tecnologia e assistência técnica para aplicar soluções que tragam resultados práticos e sustentáveis às obras públicas", explicou.
Fernando Bezerra, superintendente de Infraestrutura Rodoviária da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), mencionou os avanços e desafios regulatórios para o setor privado nas concessões de rodovias federais. "A ANTT tem buscado aprimorar os instrumentos de regulação para garantir previsibilidade contratual e eficiência técnica. Estamos evoluindo na forma de monitorar o desempenho da infraestrutura viária, com base em resultados, e não apenas em cumprimento físico de obras", afirmou. Segundo ele, a agência tem investido em modelos regulatórios mais responsivos, que permitam a incorporação de novas tecnologias de pavimentação nos contratos já vigentes.
Pela UFRGS, o professor Lélio Britto destacou a importância da capacitação e da formação técnica como pilares da melhoria da infraestrutura viária no Brasil. "A pesquisa aplicada tem um papel essencial na solução dos problemas do cotidiano das rodovias. Precisamos fortalecer a ponte entre os centros de pesquisa e os órgãos executores, e isso passa pela formação de quadros técnicos especializados", afirmou. Ele também ressaltou a relevância do investimento contínuo em laboratórios de pavimentação e do uso de dados para tomada de decisão em políticas públicas.
Encerrando o evento, os palestrantes participaram de uma mesa-redonda interativa, respondendo a perguntas do público e reforçando o compromisso conjunto com a evolução técnica, ambiental e normativa da pavimentação asfáltica no Brasil.
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