Estudo

A poluição dos navios

<P>Os navios emitem um volume de poluentes particulados equivalente à metade da poluição produzida pela frota de veículos de todo o mundo. A conclusão é de estudo inédito feito por cientistas da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. </P><P><BR>É a primeira pesquisa a calcular a polui...

A Tribuna - SP
19/05/2009 00:00
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Os navios emitem um volume de poluentes particulados equivalente à metade da poluição produzida pela frota de veículos de todo o mundo. A conclusão é de estudo inédito feito por cientistas da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos.


É a primeira pesquisa a calcular a poluição emitida pela frota marítima em termos globais, a partir de medições diretas das emissões de particulados em navios em operação real. Os autores estimam que os navios produzam cerca de 1.100 toneladas de poluição particulada globalmente a cada ano.

Como mais de 70% do tráfego marítimo ocorre dentro da linha de 250 milhas da costa, esta é uma fonte significativa de preocupação em relação à saúde das populações costeiras, afirma Daniel Lack, que participou do estudo.

IMPACTOS OPOSTOS SOBRE O CLIMA

Os navios comerciais emitem poluição tanto na forma de particulados (fuligem) quanto na forma de dióxido de carbono (CO2). Contudo, segundo os pesquisadores, esses dois tipos de poluição têm impactos opostos sobre o clima.

As partículas têm um efeito global de resfriamento que é quase cinco vezes maior do que o de aquecimento causado pela emissão de CO2 dos próprios navios.

Isso se deve ao fato de que as minúsculas partículas em suspensão na atmosfera acabam funcionando como microespelhos, refletindo parte da radiação solar de volta para o espaço.

O CO2 emitido pelos navios representa cerca de 3% de todo o CO2 emitido no mundo pelas atividades humanas. A frota marítima mundial produz ainda quase 30% dos óxidos de nitrogênio de origem antropogênica (atividades humanas).

QUÍMICA DA POLUIÇÃO

A pesquisa, que incluiu o monitoramento das emissões de mais de 200 navios, incluindo cargueiros, petroleiros e navios de passageiros, analisou a química das partículas e dos gases emitidos por eles.

Os navios emitem sulfatos, as mesmas partículas associadas com os motores diesel que equipam carros e caminhões. Essas emissões variamem relação direta com o conteúdo de enxofre contido no combustível utilizado.

Internacionalmente, o conteúdo de enxofre é regulado pela Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios. Como resultado dessa convenção, alguns navios usam combustíveis mais limpos, com baixos níveis de enxofre. Contudo, muitos deles continuam usando combustíveis com altos teores de enxofre.

SURPRESA

As emissões de particulados não-sulfatados dependem da velocidade de operação do motor e da quantidade de óleo lubrificante necessário para cada tipo.

Essa quantidade de lubrificante está diretamente ligada à qualidade do combustível utilizado - quanto pior o combustível, mais óleo é queimado e mais poluição é emitida.

Contudo, mesmo o uso do chamado `combustível limpo' tem resultados contraditórios. Em um achado surpreendente, os cientistas descobriram que, apesar de resultar em menor emissão de particulados, o uso do combustível com menor teor de enxofre resulta em partículas que ficam mais tempo em suspensão no ar. É justamente enquanto estão no ar que essas partículas afetam a saúde humana. (Com informações do site Inovação Tecnológica www.inovacaotecnologica.com.br)

Opção poluente
A fuligem emitida pelos navios não é a única preocupação dos cientistas que estudam os impactos da poluição na saúde humana. Hoje, as principais fontes do chamado material particulado vem dos escapamentos dos veículos, das usinas termelétricas e das queimadas florestais. Nas cidades, os ônibus a diesel são a maior fonte de fuligem, pois emitem, em média, cem vezes mais material particulado na atmosfera do que os movidos a gasolina. As usinas termelétricas (que geram energia a partir de óleo, carvão ou gás) são outro grande problema. No Brasil, esse tipo de usina vem aumentando em comparação a outras fontes menos poluentes, como as hidrelétricas, eólicas ou solares. O Plano Decenal de Energia do Governo Federal prevê a construção de mais 68 termelétricas movidas a combustíveis fósseis até 2017. Uma delas está sendo construída em Cubatão. O ideal é que não tivéssemos mais esse tipo de usina, diz o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que há um mês baixou regra obrigando as novas usinas térmicas a carvão e óleo a compensarem integralmente as emissões de gases estufa por meio de reflorestamentos. No Congresso, porém, parlamentares tentam derrubar essa norma.

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