Refino

Acelen inova em combustíveis renováveis e investirá mais de R$ 12 bi

Em Abu Dhabi, empresa assina memorando de entendimentos com governo da Bahia para a produção de diesel e QAV renováveis, contribuindo para acelerar a transição energética do Brasil

Redação TN Petróleo/Assessoria
17/04/2023 12:09
Acelen inova em combustíveis renováveis e investirá mais de R$ 12 bi Imagem: Saulo Kainuma Visualizações: 1090 (0) (0) (0) (0)

A Acelen prevê investir mais de R$ 12 bilhões nos próximos 10 anos na produção de combustíveis renováveis. Ao longo do projeto, a expectativa é produzir 1 bilhão de litros por ano, movimentar R$ 85 bilhões na economia, contribuir para geração de 90.000 postos de trabalho diretos e indiretos e reduzir em até 80% as emissões de CO2 com a substituição do combustível fóssil, o que tornará a empresa uma das maiores produtoras de combustíveis renováveis do mundo.

O plano de investimentos com memorando de entendimentos foi assinado neste sábado (15/4) entre a empresa e o governo da Bahia, em Abu Dhabi.

A empresa se tornará um dos líderes mundiais neste segmento a partir de culturas agrícolas de alta energia, desde o plantio das sementes até a produção dos combustíveis renováveis. A principal aposta será em diesel renovável e querosene de aviação sustentável, produzidos por meio do hidrotratamento de óleos vegetais e gordura animal. A previsão é que a empresa inicie a produção no primeiro trimestre de 2026.  

"O caminho da transição energética da Acelen começou já no início de suas operações, com a modernização da Refinaria de Mataripe e redução do seu impacto ambiental. Agora, estamos dando um passo estratégico na nossa missão de protagonismo na transição energética de maneira sólida, com um projeto único e transformador, renovando o compromisso da empresa com um futuro mais sustentável", destacou o CEO da Acelen, Luiz de Mendonça. 

 

Fases do projeto: da soja à macaúba

Na primeira fase do projeto, em sinergia com o potencial agrícola do Brasil, será usado o óleo de soja e matérias-primas complementares, que possuem o maior volume disponível e competitividade no país. Na segunda etapa, será usado óleo de Macaúba, árvore nativa do Brasil com alto potencial energético ainda não explorada em escala comercial, e óleo do dendê, com previsão de início de plantio em 2025. O projeto prevê o plantio em área de 200 mil hectares, priorizando terras degradadas, o equivalente a 280 mil campos de futebol.

O projeto foi estruturado para ter total sinergia com a Refinaria de Mataripe, aproveitando a infraestrutura existente de utilidades, tancagem e logística. Será construída uma unidade de geração de hidrogênio sustentável, para o hidrotratamento dos combustíveis. A previsão é iniciar as obras já em janeiro de 2024. 

 

Capacidade de processamento de 20 mil barris/dia

A capacidade de produção será de 20 mil barris/dia, cerca de 1 bilhão de litros ao ano, equivalente ao abastecimento anual de 1,1 milhão de veículos, posicionando a Acelen entre os maiores produtores de combustíveis renováveis no mundo. A produção do diesel verde e combustível de aviação sustentável será feita, a princípio, visando o mercado externo, onde esses produtos já são aprovados para comercialização e consumo. 

"Produziremos combustível sustentável em escala global, inserindo o Brasil no desenvolvimento da cadeia sustentável internacional. Este será o primeiro projeto da Acelen em combustíveis renováveis. Então, há espaço para crescermos em nível mundial nesse setor. Nosso foco será principalmente o mercado externo, neste primeiro momento, produzindo divisas relevantes para o país. Caso o Brasil avance com as discussões já em curso a respeito de políticas de incentivo para a produção e consumo de combustíveis renováveis no país, a Acelen estará pronta para atuar no mercado interno também", complementou o executivo.

A Acelen investirá em genética, melhoria de produtividade agrícola e seleção de áreas aptas. Também será criado um laboratório de germinação de sementes de escala industrial, fazendo investimentos em pesquisas com uma série de instituições públicas e privadas dentro e fora do Brasil.

 

Benefícios socioeconômicos e ambientais

O projeto foi desenhado para ser sustentável de ponta a ponta, com ampla descarbonização em toda a cadeia integrada, com o uso de planta nativa de alta energia e absorção de CO2 e recuperação de áreas degradadas. Além de impactar positivamente a biodiversidade, com este projeto, a Acelen vai impulsionar ainda mais a economia local, gerar milhares de empregos, transformando a realidade social, econômica e ambiental de toda região. 

No campo econômico, a expectativa é que seja aberto um vasto campo de oportunidades para o agronegócio, pequenos e grandes produtores, além de parcerias público-privadas. Segundo estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a previsão é que, ao todo, sejam movimentados R$ 85 bilhões na economia brasileira até 2035, de forma direta e indireta, com consequente aumento na contribuição de impostos em toda a cadeia produtiva. Ainda de acordo com análise da FGV, espera-se a geração de mais de 90 mil postos de trabalho diretos e indiretos, sendo 70% de forma perene, com a operação do Polo de Renováveis. 

Na área ambiental, a previsão é que o diesel renovável emita até 80% menos CO2 do que o diesel fóssil e que a plantação de alta energia capture 80 milhões de toneladas de CO2 ao longo de 30 anos. Além da adoção da tecnologia de agricultura 4.0, a Acelen vai desenvolver o processo de extração de óleo vegetal, gerando coprodutos de alto valor agregado e reutilizando resíduos de forma sustentável. 

Sobre a Macaúba - planta brasileira com alta produtividade de óleo por hectare. Altamente competitiva em relação a outras culturas, oferece maior eficiência no uso da água e nutrientes. Como espécie perene nativa, oferece uma gama de serviços ambientais como a conservação ou até mesmo recuperação da biodiversidade, à medida que áreas degradadas serão substituídas por bosques de macaúba. Com isso, haverá cobertura vegetal, conservando o solo e sua biota, contribuindo para a recuperação de mananciais de água e servindo de fonte de alimento para aves e outros animais nativos. Seu cultivo será feito utilizando as melhores práticas agrícolas e ambientais, favorecendo a captura de carbono e a redução de emissão de CO2 da semente ao combustível.

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