Energias Alternativas

Agropalma cresce e planeja dobrar produção em 10 anos

DCI
20/08/2010 13:10
Visualizações: 176 (0) (0) (0) (0)
A Agropalma, de olho na alta produtividade da palma e no potencial de crescimento da demanda nacional e mundial por produtos derivados da cultura, especialmente o biodiesel, estima dobrar sua produção em dez anos. A empresa é a maior produtora de palma da América Latina.

Segundo Marcello Brito, diretor comercial da empresa e vice-presidente da Roundtable on Sustainable Palm Oil (RSPO), este ano, a Agropalma espera comercializar 130 mil toneladas do produto. O volume representa avanço de 10% se comparado ao ano passado. "Este ano temos os preços melhores que os praticados no em 2009", diz.

Impulsionada pelo programa de biodiesel do governo federal, Brito aposta, em longo prazo, que a palma se torne a principal matéria-prima para o biocombustível. "O biodiesel da palma possui o maior potencial de crescimento no País", afirma.

O governo federal lançou este ano o programa de produção sustentada da palma, cuja meta é ampliar a produção para atender a crescente demanda interna e externa do produto. "De todo volume produzido no mundo, apenas 10% se destina à produção de biodiesel", diz o executivo.

Ainda e acordo com Brito, 80% da produção mundial de palma vai para o setor de alimentos e os 10% restantes para a indústria química, responsável, por exemplo, pela produção de cosméticos e tintas. Dados da Agropalma mostram que o mundo produz 45 milhões de toneladas de palma.

Segundo Brito, dos 80 mil hectares cultivados com palma no Brasil, 40 mil hectares são da Agropalma e 10 mil hectares de parceiros da empresa.

A Agropalma, de capital nacional, atua em três municípios do Pará: Tailândia, Acará e Moju. A companhia tem uma refinadora na Amazônia, uma unidade de acondicionamento e uma usina de biodiesel em Belém. "A usina ficou de fora do último leilão, por isso está parada", afirma Brito.

De acordo com o diretor comercial, a empresa - que está em processo de replantio - também diversifica seus negócios.

No setor de orgânico, a Agropalma investe em 4.150 hectares de palma. Em 2010, a empresa estima comercializar 20 mil toneladas de produtos, como óleo de palma, oleína de palma, estearina de palma e óleo de palmiste.

Segundo Brito, 99% desses produtos serão destinados ao mercado externo, principalmente para a Alemanha - que reexporta para outros países europeus - e para os Estados Unidos. Canadá, Coreia do Sul, Israel, Austrália e Inglaterra, apesar de importarem em volumes fracionados, também são destinos para os produtos da Agropalma. "O 1% restante será comercializado no mercado interno como produto convencional", afirma.

A palma é vista com bons olhos pelo mercado por possuir alta capacidade produtiva especialmente nas regiões próximas a linha do equador. De acordo com o executivo, a palma é capaz de produzir cinco toneladas de óleo por hectare, enquanto a soja produz 500 quilos por hectare. No entanto, o Brasil possui ainda uma produção anual de cerca de 220 mil toneladas.

Para se ter uma ideia, segundo Brito, apenas a área degradada do Pará ultrapassa o montante de terras cultivadas com palma na Indonésia, que é a maior produtora mundial, com seis milhões de hectares plantados.

As regiões brasileiras mais aptas ao plantio de palma são o Norte do Pará, o Sul do Amapá, o Amazonas e Roraima. O Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Bahia são considerados, de acordo com Brito, regiões semi-aptas ao cultivo da oleaginosa, pela queda de produtividade. "A faixa preferencial vai de menos dez graus a mais dez graus acima da linha equatorial. Quanto mais próximo, mais produtiva", diz.

Para Brito, além da alta produtividade da palma, a oleaginosa ainda apresenta mão de obra pouco mecanizada, o que favorece o desenvolvimento social e a cultura também ajuda na recuperação de áreas degradadas. "Pela cobertura verde, por ser alta e entre outros, possuir boa assimilação de carbono", diz.
Conferência

Para discutir a sustentabilidade no setor e a comercialização, a RSPO, que congrega toda a cadeia produtiva do óleo de palma, promove a II Conferência Latino-americana, de 24 a 27 de agosto, em Belém. Segundo Brito, único brasileiro a integrar a direção da RSPO, os termos do programa de incentivo à cultura da palma, bem como seus impactos e oportunidades sobre a floresta e a população da Amazônia também serão abordados. "O País está começando. Precisamos evitar cometer os mesmos erros da Indonésia", diz, se referindo a degradação socioambiental na região.
Mais Lidas De Hoje
veja Também
Negócio
Copa Energia adquire parte da GNLink e avança em estraté...
25/06/25
Etanol
ORPLANA recebe apoio de associações em defesa do CONSECA...
25/06/25
Leilão
PPSA divulga Limite Mínimo de Preço para o 5º Leilão de ...
24/06/25
PD&I
Nexio apresenta soluções de inovação digital na SP Offshore
24/06/25
Evento
FIEE realizará 1º Congresso da Indústria Eletroeletrônic...
24/06/25
ANP
Manifesto pela revisão de cortes na ANP
24/06/25
Energia Elétrica
Selco economiza mais de R$ 110 mil em oito meses ao migr...
24/06/25
Bahia Investe
Bahia Investe destaca potencial de crescimento do setor ...
24/06/25
Brava Energia
Brava Energia aposta em eficiência e inovação tecnológic...
24/06/25
Comemoração
Porto de Niterói celebra 100 anos de história e destaque...
24/06/25
Evento
Repsol Sinopec Brasil discute inovação e descarbonização...
24/06/25
Gás Natural
Compagas, Necta e Sulgás abrem chamada pública conjunta ...
23/06/25
SLB
SLB aposta em crescimento no Nordeste e investe em digit...
23/06/25
Evento
Copa Energia participa do Energy Summit 2025 e destaca c...
23/06/25
Internacional
Conflito no Oriente Médio pode elevar os custos de produ...
23/06/25
COP30
IBP realiza segundo evento Pré-COP30 em Belém
23/06/25
Rio de Janeiro
Innovarpel 2025: especialista fala sobre nova era da cib...
23/06/25
Copastur
Copastur destaca estratégia de expansão no Nordeste e fo...
23/06/25
Rio de Janeiro
Wilson Sons inicia operação com energia 100% renovável n...
23/06/25
Etanol
Anidro sobe 0,39% e hidratado registra alta de 1,15% na ...
23/06/25
Pessoas
Cristian Manzur é o novo diretor de QHSE do Bureau Verit...
23/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.