Valor Econômico
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decide hoje se revoga definitivamente o direito da Cibe Participações, empresas do grupo Bertin e Equipav, de construir seis usinas termelétricas vendidas no leilão de energia chamado A-3. A diretoria colegiada vai analisar os argumentos da empresa, que até agora não fez o depósito das garantias de fiel cumprimento para dar continuidade ao processo. Se a Aneel decidir pela revogação da chamada adjudicação, o leilão do governo realizado no início de setembro ficará definitivamente comprometido.
A Cibe habilitou uma série de empreendimentos nos dois leilões federais realizados no ano passado, todos sob o guarda-chuva do consórcio MC2. A empresa vendeu seis projetos no leilão com entrega prevista de energia para 2011, com capacidade de 611 MW e que exigiam garantias de R$ 196 milhões e investimentos da ordem de R$ 4 bilhões. Chega-se a esse número em função da regra da Aneel que determina que a garantia de fiel cumprimento deve representar 5% do total a ser investido.
Para entrega de energia em 2013, a Cibe vendeu 15 projetos e depositou R$ 308 milhões em garantias. Terá que investir por volta de R$ 6 bilhões e as usinas terão capacidade de 2 mil MW. O preço da energia para 2013 ficou próximo aos R$ 150,00 por megawatt hora. Já os preços do primeiro leilão, com entrega para 2011, não chegaram aos R$ 130,00 e é justamente estes projetos que estão sendo analisados.
Segundo relatório da Aneel para o processo que será discutido hoje, a empresa alega, entre outras coisas, que o cronograma é apertado e a necessidade de financiamento não pode ser suprida neste momento, sem contar que o fluxo de caixa foi afetado. Além disso, a Cibe alega que o dólar estava cotado a R$ 1,86 no final de setembro e agora já chega a R$ 2,3, o que traz grande impacto sobre os custos de implementação dos empreendimentos.
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