Entrevista

Augusto Salomon, da Abegás fala sobre o futuro do gás natural no Brasil

Redação/Assessoria SCGÁS
24/04/2019 10:00
Augusto Salomon, da Abegás fala sobre o futuro do gás natural no Brasil Imagem: Cortesia ALGÁS Visualizações: 985

Augusto Salomon, presidente executivo da Abegás, acredita que o Brasil está ganhando impulso para adotar o gás como uma matriz energética mais relevante. Nesta entrevista, Salomon atesta suas posições em números do mercado e pesquisas que indicam um futuro promissor para os investidores.

1) O crescimento econômico é um dos eixos do novo momento que o Brasil inicia. Como o senhor vê o aporte econômico e social do gás natural – ganhos já evidenciados e quais os futuros — para o País?

O País tem um cenário com claras perspectivas de crescimento econômico, conforme aponta o próprio Banco Central e diversos analistas. E nesse processo de efetiva retomada, o gás natural tem um papel estratégico por reunir vários atributos: excelente produtividade e qualidade calorífica, logística simples com fornecimento estável e contínuo, muita segurança, baixo nível de emissões de gases causadores de efeito estufa (GEE) e custos competitivos. A expansão do gás natural é importante para o País porque viabiliza novos projetos, gera empregos de qualidade, leva renda para as cidades e localidades. Além disso, em todo o mundo a economia faz uma transição rumo a um modelo mais limpo e o Brasil tem no gás natural um pilar de desenvolvimento sustentável nas próximas décadas. Conforme aponta um estudo da consultoria Strategy/PwC para a Abegás, o aumento da produção nacional no Pré-sal somado ao contexto internacional de maior oferta aponta para um futuro em que o gás tende a ganhar mais relevância no mix energético brasileiro.

2) Quais pontos a Abegás vai priorizar com relação ao fomento e ampliação do mercado de gás natural no Brasil?

A Abegás, em conjunto com suas associadas, preparou um documento de 52 páginas que faz um diagnóstico do setor e apresenta propostas para fomentar e ampliar o mercado. Essa contribuição foi levada ao governo e contém caminhos para ampliar a oferta de gás, desenvolver a demanda, aumentar a competitividade e solucionar entraves para o acesso à infraestrutura existente ou mesmo investir em novas instalações. Estamos confiantes na sensibilidade do Governo e do Congresso para implementar medidas que incentivem todo o potencial de atração de investimento do setor, que estimamos em pelo menos US$ 32 bilhões, sem contar Exploração & Produção. Temos atuado para demonstrar a importância de o Brasil de seguir essa via. Acreditamos que um ponto essencial seja a adoção de medidas que garantam o acesso dos agentes à infraestrutura de escoamento, processamento, terminais de regaseificação e de transporte. A entrada de novos ofertantes, ampliando a competição na oferta da molécula ao mercado brasileiro, será capaz de permitir que o gás chegue aos consumidores em condições ainda mais competitivas.

Institucional

3) Quais são os investimentos que o Governo Federal deve priorizar para segurança energética do País?

Augusto Salomon – O gás natural é fundamental para dar segurança energética ao País em um contexto de aumento da participação das chamadas novas fontes renováveis intermitentes (eólica e solar fotovoltaica). Hoje, o País tem um parque de termogeração que poderia estar sendo mais bem aproveitado. Defendemos a inserção das térmicas a gás natural na base do sistema elétrico, utilizando as usinas não só no horário de ponta ou em situações de risco hidrológico. Com essa medida, o País ganha em segurança energética, reduz o custo dessa geração e aperfeiçoa o planejamento de todo o sistema elétrico. A termogeração a gás em base firme seria importante para preservar e recuperar os reservatórios hídricos e dar a devida de retaguarda à expansão das fontes eólica e solar fotovoltaica que são energias intermitentes e, portanto, de menor previsibilidade.

4) O papel das distribuidoras de gás natural. Como o senhor analisa o cenário deste mercado em um horizonte de 4 anos?

Nos últimos anos, mesmo com a crise econômica, as distribuidoras têm feito o seu papel, investindo ainda mais na melhoria de seus serviços e no crescimento da rede de distribuição. Sinal disso é que de 2017 para 2018, a rede de distribuição aumentou 5,1% e o número de consumidores, 6% – enquanto o PIB, de acordo com prognósticos, deve fechar em aproximadamente 1,3% no ano de 2018. Nos cálculos da consultoria Strategy/PwC para a Abegás, somente o setor de distribuição pode movimentar R$ 5,5 bilhões em investimentos até 2030 na expansão da rede. É importante que o governo federal e os governos estaduais criem condições que incentivem o uso do gás natural, por seus benefícios ambientais, econômicos e sociais, garantindo mais segurança jurídica e atratividade para os investimentos.

5) Como tem sido a evolução do projeto do Brasduto, uma das bandeiras da Abegás?

A proposta do Senador Ronaldo Caiado é importante para incentivar a expansão das infraestruturas essenciais (gasodutos de escoamento da produção, instalações de tratamento e processamento do gás natural) e da malha de gasodutos de transporte de gás natural no País. Nesse sentido, a criação de um fundo para investimento no setor contribuiria para o aumento da oferta, monetização do gás natural do pré-sal e, consequentemente, promoveria um mercado mais competitivo e com tarifas justas. Espera-se que o projeto retorne à pauta do plenário da Câmara dos Deputados este ano.

6) Como o senhor enxerga o mercado de gás natural em Santa Catarina e a atuação da SCGÁS?

O mercado catarinense de gás natural vem se expandindo ano a ano, resultado da competência técnica e comercial de todo o quadro da SCGÁS. Acreditamos no potencial da SCGÁS para seguir crescendo e levar os benefícios do gás natural a todas as regiões do Estado.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Energia Elétrica
Projeto Meta II: CCEE e PSR apresentam proposta para mod...
13/11/25
COP30
ANP participa do evento e avança em medidas para a trans...
13/11/25
Nova marca
ABPIP moderniza identidade visual e reforça alinhamento ...
13/11/25
Firjan
Enaex 2025 debate reindustrialização, competitividade do...
13/11/25
Mossoró Oil & Gas Energy 2025
Mossoró Oil & Gas Energy terá debates estratégicos em 10...
13/11/25
BRANDED CONTENT
Merax, 20 anos de confiança em soluções que movem o seto...
13/11/25
Entrevista
Rijarda Aristóteles defende protagonismo feminino na era...
13/11/25
COP30
IBP defende setor de O&> como parte da solução para desc...
13/11/25
COP30
Transpetro recebe o Selo Diamante do Ministério de Porto...
13/11/25
Pessoas
Francisco Valdir Silveira assume presidência do SGB
13/11/25
Curso
Radix e UniIBP lançam primeira edição do curso "Análise ...
13/11/25
Margem Equatorial
Rio-Macapá: novas fronteiras levam à região Norte
12/11/25
COP30
Petrobras e BNDES lançam primeiro edital do ProFloresta+...
12/11/25
Evento
ANP participa de conferência de Geofísica Sustentável, d...
12/11/25
Pré-Sal
PPSA aguarda decisão sobre aumento de participação da Un...
12/11/25
Bacia de Campos
PRIO assume operação do Campo de Peregrino com aquisição...
12/11/25
COP30
Portaria sobre embarcações sustentáveis entra em consult...
12/11/25
COP30
Eficiência energética é essencial para desacoplar cresci...
12/11/25
COP30
Embrapii abre chamada pública para capacitação de grupos...
12/11/25
PD&I
União de expertises
12/11/25
Gás Natural
GNLink e Bahiagás firmam contrato para levar gás natural...
11/11/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.