Financiamento

BNDES e Caixa vão estimular energia mais eficiente

Ambos preparam novas linhas para o setor neste ano.

Valor Econômico
21/01/2014 11:37
Visualizações: 914 (0) (0) (0) (0)

 

Preocupado com a competitividade da indústria brasileira e o aumento das emissões de gases do efeito estufa, devido ao acionamento maior de térmicas nos últimos anos, o governo planeja aperfeiçoar as medidas de estímulo para a redução do consumo de energia no segmento industrial, que responde por 40% da energia utilizada no país. Os dois principais bancos federais - Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - preparam novas linhas de financiamento para o setor neste ano.
A Caixa pretende lançar, em parceria com o banco alemão KfW Bankengruppe, uma linha de crédito de 150 milhões de euros (cerca de R$ 480 milhões) para médias e grandes empresas, destinada à eficiência energética e energias renováveis. Na prática, o banco estatal tomará os recursos junto à instituição alemã para essas finalidades. Também serão obtidos mais 4,5 milhões de euros (cerca de R$ 14,5 milhões) para medidas complementares.
Segundo a Caixa, a linha de crédito será voltada para investimentos em sistemas de recuperação de calor, cogeração de energia, motores eficientes, sistemas de refrigeração por absorção, sistemas fotovoltaicos, entre outros. O objetivo é que os investimentos permitam a redução do consumo de energia elétrica e de combustíveis principalmente no setor industrial.
Já o BNDES estuda aperfeiçoar a linha de crédito existente para eficiência energética - o Proesco. O objetivo, na prática, é simplificar o processo, já que muitas empresas que recorrem ao banco são de pequeno e médio porte e possuem dificuldades burocráticas e de depósito de garantia para terem acesso aos recursos.
De acordo com informações do BNDES, as mudanças no Proesco ainda estão em fase de discussão interna e sem previsão para conclusão. No mercado, contudo, comenta-se que a medida possa ser implementada no segundo trimestre deste ano.
Para solucionar o entrave com relação ao depósito de garantias, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) disponibilizou desde o ano passado um fundo garantidor, com um volume total de US$ 25 milhões (cerca de R$ 60 milhões). A instituição cobre até 80% do aval bancário para projetos de eficiência energética.
"O banco financiador passa a ter uma garantia dupla. Ele tem a própria garantia do projeto feito pela empresa e a garantia do projeto analisado, aprovado e com respaldo do BID. Com isso, também queremos fazer com que a taxa de juros do empréstimo diminua, em função de uma redução do risco de crédito", afirma o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Conservação de Energia (Abesco), Rodrigo Aguiar.
Segundo ele, as medidas de financiamento poderão viabilizar um mercado anual de R$ 15 bilhões. O valor é equivalente à economia de energia que pode ser alcançada pelas empresas que adotarem medidas de eficiência. Hoje, esse mercado movimenta cerca de 10% desse valor, ou R$ 1,5 bilhões por ano.
As "escos", como são chamadas as empresas de serviço de conservação de energia, vivem basicamente da economia de energia obtida pelos projetos que instalam nas companhias e indústrias. Elas operam na forma de "contrato de performance", em que a remuneração é feita com uma parte do valor de economia de energia proporcionada pela implantação do projeto. Dessa forma, os clientes não precisam desembolsar recursos para a contratação do projeto.
Com esse mecanismo, e considerando o pequeno e médio porte das escos, o financiamento é fundamental para o desenvolvimento do mercado. Hoje, a principal fonte de recursos para as escos ainda é o programa compulsório de eficiência energética (PEE) das distribuidoras, fiscalizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Em 2012, último dado anual disponível, foram investidos R$ 445 milhões por meio do PEE. De acordo com o contrato de concessão firmado com a agência, as distribuidoras são obrigadas a aplicar anualmente o montante de, no mínimo, 0,5% de sua receita operacional líquida para atividades de eficiência energética.
A agência também realizou aprimoramentos nesse programa. Desde o ano passado, as distribuidoras são obrigadas a realizar chamadas públicas para a apresentação de projetos de eficiência energética aptos a serem desenvolvidos com os recursos do programa. "Nossa expectativa é que a medida dê certo e torne o processo mais democrático", explica o superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética da Aneel, Máximo Pompermayer.
O superintendente também prevê que neste ano seja solucionado outro entrave do programa. Atualmente, por lei, pelo menos 60% dos recursos devem ser obrigatoriamente aplicados em consumidores residenciais beneficiados pela Tarifa Social. O problema é que essa reserva de capital impede que muitos recursos sejam destinados para outros segmentos, como industrial e comercial, onde o potencial de economia de energia é muito maior.
Segundo Pompermayer, um projeto de lei que prevê a eliminação desse percentual mínimo foi aprovado pela Comissão de Minas e Energia da Câmara. A proposta foi encaminhada para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e, se aprovada, irá a plenário. O superintendente espera que a lei possa ser sancionada no primeiro semestre.
De acordo com o Plano Decenal de Energia (PDE) 2022, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o potencial de economia de energia daqui a dez anos é de 48 terawatts-hora (TWh), o equivalente a 5% do consumo total de energia elétrica prevista para aquele ano.

Preocupado com a competitividade da indústria brasileira e o aumento das emissões de gases do efeito estufa, devido ao acionamento maior de térmicas nos últimos anos, o governo planeja aperfeiçoar as medidas de estímulo para a redução do consumo de energia no segmento industrial, que responde por 40% da energia utilizada no país. Os dois principais bancos federais - Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - preparam novas linhas de financiamento para o setor neste ano.

A Caixa pretende lançar, em parceria com o banco alemão KfW Bankengruppe, uma linha de crédito de 150 milhões de euros (cerca de R$ 480 milhões) para médias e grandes empresas, destinada à eficiência energética e energias renováveis. Na prática, o banco estatal tomará os recursos junto à instituição alemã para essas finalidades. Também serão obtidos mais 4,5 milhões de euros (cerca de R$ 14,5 milhões) para medidas complementares.

Segundo a Caixa, a linha de crédito será voltada para investimentos em sistemas de recuperação de calor, cogeração de energia, motores eficientes, sistemas de refrigeração por absorção, sistemas fotovoltaicos, entre outros. O objetivo é que os investimentos permitam a redução do consumo de energia elétrica e de combustíveis principalmente no setor industrial.

Já o BNDES estuda aperfeiçoar a linha de crédito existente para eficiência energética - o Proesco. O objetivo, na prática, é simplificar o processo, já que muitas empresas que recorrem ao banco são de pequeno e médio porte e possuem dificuldades burocráticas e de depósito de garantia para terem acesso aos recursos.

De acordo com informações do BNDES, as mudanças no Proesco ainda estão em fase de discussão interna e sem previsão para conclusão. No mercado, contudo, comenta-se que a medida possa ser implementada no segundo trimestre deste ano.

Para solucionar o entrave com relação ao depósito de garantias, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) disponibilizou desde o ano passado um fundo garantidor, com um volume total de US$ 25 milhões (cerca de R$ 60 milhões). A instituição cobre até 80% do aval bancário para projetos de eficiência energética.

"O banco financiador passa a ter uma garantia dupla. Ele tem a própria garantia do projeto feito pela empresa e a garantia do projeto analisado, aprovado e com respaldo do BID. Com isso, também queremos fazer com que a taxa de juros do empréstimo diminua, em função de uma redução do risco de crédito", afirma o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Conservação de Energia (Abesco), Rodrigo Aguiar.

Segundo ele, as medidas de financiamento poderão viabilizar um mercado anual de R$ 15 bilhões. O valor é equivalente à economia de energia que pode ser alcançada pelas empresas que adotarem medidas de eficiência. Hoje, esse mercado movimenta cerca de 10% desse valor, ou R$ 1,5 bilhões por ano.

As "escos", como são chamadas as empresas de serviço de conservação de energia, vivem basicamente da economia de energia obtida pelos projetos que instalam nas companhias e indústrias. Elas operam na forma de "contrato de performance", em que a remuneração é feita com uma parte do valor de economia de energia proporcionada pela implantação do projeto. Dessa forma, os clientes não precisam desembolsar recursos para a contratação do projeto.

Com esse mecanismo, e considerando o pequeno e médio porte das escos, o financiamento é fundamental para o desenvolvimento do mercado. Hoje, a principal fonte de recursos para as escos ainda é o programa compulsório de eficiência energética (PEE) das distribuidoras, fiscalizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Em 2012, último dado anual disponível, foram investidos R$ 445 milhões por meio do PEE. De acordo com o contrato de concessão firmado com a agência, as distribuidoras são obrigadas a aplicar anualmente o montante de, no mínimo, 0,5% de sua receita operacional líquida para atividades de eficiência energética.

A agência também realizou aprimoramentos nesse programa. Desde o ano passado, as distribuidoras são obrigadas a realizar chamadas públicas para a apresentação de projetos de eficiência energética aptos a serem desenvolvidos com os recursos do programa. "Nossa expectativa é que a medida dê certo e torne o processo mais democrático", explica o superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética da Aneel, Máximo Pompermayer.

O superintendente também prevê que neste ano seja solucionado outro entrave do programa. Atualmente, por lei, pelo menos 60% dos recursos devem ser obrigatoriamente aplicados em consumidores residenciais beneficiados pela Tarifa Social. O problema é que essa reserva de capital impede que muitos recursos sejam destinados para outros segmentos, como industrial e comercial, onde o potencial de economia de energia é muito maior.

Segundo Pompermayer, um projeto de lei que prevê a eliminação desse percentual mínimo foi aprovado pela Comissão de Minas e Energia da Câmara. A proposta foi encaminhada para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e, se aprovada, irá a plenário. O superintendente espera que a lei possa ser sancionada no primeiro semestre.

De acordo com o Plano Decenal de Energia (PDE) 2022, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o potencial de economia de energia daqui a dez anos é de 48 terawatts-hora (TWh), o equivalente a 5% do consumo total de energia elétrica prevista para aquele ano.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Biocombustíveis
Sifaeg comemora aprovação do E30 e destaca ganhos para o...
27/06/25
Transição Energética
Sebrae Rio promove Seminário sobre Transição Energética ...
27/06/25
Austral Engenharia
Austral Engenharia aposta em eficiência energética e sus...
27/06/25
Asfalto
Importação de asfaltos: ANP prorroga data para adequaçõe...
27/06/25
Gás Natural
Comgás recebe 41 propostas em chamada pública para aquis...
27/06/25
Offshore
Petrobras assina convênio para desenvolver operações off...
27/06/25
RenovaBio
ANP publicará lista de sanções a distribuidores de combu...
26/06/25
Logística
Gás natural: a ANP fará consulta pública sobre Plano Coo...
26/06/25
Transição Energética
ENGIE Day celebra 10ª edição com debates sobre regulação...
26/06/25
PPSA
Leilão da PPSA comercializa 74,5 milhões de barris de pe...
26/06/25
Combustíveis
Governo aprova aumento de etanol na gasolina de 27% para...
26/06/25
Royalties
Valores referentes à produção de abril para contratos de...
26/06/25
Margem Equatorial
Em Belém, presidente do IBP defende pesquisas na Margem ...
26/06/25
ANP
Publicado edital do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2025
26/06/25
Leilão
PPSA espera uma arrecadação potencial de R$25 bilhões n...
25/06/25
Combustíveis
ICL alerta para riscos à qualidade dos combustíveis com ...
25/06/25
Oportunidade
CNPEM e USP fazem acordo para oferecer bolsas a pesquisa...
25/06/25
Transpetro
Transpetro reforça investimentos em frota, eficiência e ...
25/06/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Zinga Metall Brasil participa do Bahia Oil & Gas Energy ...
25/06/25
PetroRecôncavo
PetroRecôncavo celebra 25 anos com investimentos robusto...
25/06/25
Biocombustíveis
Posicionamento IBP - Elevação do percentual de mistura d...
25/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.