CSEM Brasil desenvolve células fotovoltaicas orgânicas (OPV).
Redação
A CSEM Brasil, instituição criada em 2007, fruto de uma parceria entre Centre Suisse dÉlectronique e Microtechnique e gestores de investimentos FIR Capital, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais (Fapemig), anunciou a capacidade de produção de células fotovoltaicas orgânicas (OPV), que têm aplicações diversas, incluindo a captação da energia solar reduzindo custo da energia em localidades remotas. A tecnologia transforma pedaços de plástico transparente, fino e flexível, em painéis de energia solar.
Para chegar nesse estágio, o CSEM Brasil já investiu mais de R$ 20 milhões (valor que deve ser duplicado até 2014) e reuniu profissionais e cientistas brasileiros e de dez outros países, hoje trabalhando na infra-estrutura recém-construída na Cidade da Ciência e do Conhecimento, em Belo Horizonte. A instituição pretende realizar instalações piloto ainda este ano. Governos, empresas de energia e prefeituras são alguns dos potenciais clientes do negócio.
Mudança de Paradigma
Ao investir no desenvolvimento de células fotovoltaicas orgânicas, o CSEM Brasil insere o país num mercado que deve exceder, nos próximos 10 anos, R$1 bilhão no Brasil e 18 bilhões de euros no mundo. Os filmes de OPV representam uma mudança de paradigma na captação de energia solar, por serem transparentes e flexíveis e por utilizar materiais ecológicos e com capacidades múltiplas de geração de eletricidade em aplicações até então não possíveis.
Ao contrário das células de silício, os dispositivos orgânicos, feitos com polímeros e plásticos, são leves, e transparentes, de fácil transporte e instalação. Eles permitem a utilização mais limpa e ampla da energia solar para geração de eletricidade, podendo ser aplicados no revestimento de estruturas, fachadas, janelas, dispositivos eletrônicos como celulares, mouses e teclados sem fio, e até mesmo em veículos. Os dispositivos se apresentam como uma solução de excelente custo benefício para residências em localidades remotas, ainda sem eletricidade, por ter menor custo de instalação e transporte, que pode representar até 70% do custo total dos sistemas fotovoltaicos tradicionais.
"O desenvolvimento e produção dessas células no Brasil representam um marco importante para criação de uma cadeia de valor para energia solar no país, competitiva em escala global, reunindo formação de pessoal, tecnologia de próxima geração e matérias-primas locais”, declara o CEO do CSEM Brasil, Tiago Alves.
Produção
Tanto a fabricação, que utiliza a impressão em rolos “roll to roll”, quanto os materiais empregados nas células orgânicas representam uma notável redução de impacto ambiental quando comparados ao das células tradicionais. A energia utilizada em sua produção é aproximadamente 20 vezes menor do que a energia empregada na produção dos painéis de silício, sendo considerada uma opção com um maior potencial 'verde' para o reaproveitamento da energia solar.
"Temos a vantagem competitiva de estar no Brasil, com muito sol e uma matriz energética complementar, mas que ainda não cobre 100% da população. Além disso, estamos confiantes em nossas parcerias globais e com o time de excelência montado com doutores e profissionais líderes em suas áreas de atuação", afirma o chefe de Tecnologia do CSEM Brasil, Dr. James Buntaine. Ele é pioneiro na indústria de eletrônica orgânica impressa, OLEDS (organic light emitting diodes) e OPVs (Organic Photovoltaics), com mais de 30 anos de experiência como executivo em multinacionais que se tornaram ícones do setor.
No ano passado, utilizando as mesmas técnicas de Eletrônica Impressa Roll-to-Roll, o CSEM Brasil produziu, também pela primeira vez na América Latina, dispositivos de iluminação eletroluminescentes, finos, leves e flexíveis, lançando a linha de produtos LUME (www.lumebrasil.com.br). Tendo fabricado uma das primeiras células orgânicas e impressas R2R do mundo, o CSEM Brasil está agora aprimorando o processo de scale-up para fabricação e comercialização em alto volume para consolidar a posição do Brasil no mercado global. O CSEM Brasil realiza esse trabalho com seus parceiros de mercado, tecnologia e fomento.
De acordo com a Frost & Sullivan, a eletrônica impressa representa a segunda onda da indústria de semicondutores, ampliando o uso e reduzindo significativamente custos e tempo de produção. Complementar à eletrônica tradicional, baseada no silício, já se tornou um mercado de enorme importância, em rápida evolução, do qual o Brasil ainda pode participar em posição de liderança.
O Centro de Inovações CSEM Brasil e as atividades desenvolvidas por suas divisões de "Eletrônica Orgânica e Impressa" e de "Cerâmica LTCC e Micro Sistemas" contam com o apoio da Fapemig, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
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