Diferentemente do racionamento de 2001, quando o País teve de economizar energia para evitar apagões, o Brasil passa hoje por um momento de sobre-oferta de energia, por conta das fortes chuvas que caíram durante o inverno e da queda no consumo provocada pela crise financeira.
Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, principal pulmão do setor elétrico, estavam com 68,8% de sua capacidade de armazenamento na terça-feira. O volume é 18,2 pontos percentuais superior ao verificado no dia 10 de novembro de 2008, o que significa que o estoque de energia no sistema é hoje 34,8 mil megawatts médios maior do que o daquele dia.
O volume armazenado nas usinas do Sudeste/Centro Oeste na última terça-feira era 44,1pontos pecentuais acima do nível mínimo de segurança estabelecido para esta época do ano. Para especialistas, o cenário indica que não há riscos de suprimento pelo menos pelos próximos dois anos. Em agosto de 2001, já após o início do racionamento, as hidrelétricas das regiões Sudeste/Centro Oeste estavam com 26,7% de sua capacidade de armazenamento de energia. Naquela época, o Brasil sofria com a falta de chuvas do ano anterior, além de anos de baixo investimento em hidrelétricas.