Economia

Brasil volta a crescer no segundo semestre de 2017

Indústria prevê que o PIB do país crescerá apenas 0,5% no próximo ano. O PIB industrial, depois de três anos consecutivos de queda, terá alta de 1,3%.

Redação/Agência CNI de Notícias
14/12/2016 10:28
Brasil volta a crescer no segundo semestre de 2017 Imagem: Divulgação Visualizações: 1099

A economia brasileira começará a se recuperar lentamente em 2017. O Produto Interno Bruto (PIB) do país crescerá 0,5%, a indústria terá expansão de 1,3% e os investimentos aumentarão 2,3%, em um cenário de elevado desemprego e baixo consumo. As previsões são da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Além do desequilíbrio das contas públicas, a CNI lembra que a alta ociosidade do parque industrial e as dificuldades financeiras das famílias e das empresas adiarão a retomada do crescimento para o segundo semestre. "A expectativa da indústria é que o governo acelere as reformas estruturais e restabeleça o equilíbrio da economia, abrindo o caminho para o país crescer de forma sustentada", diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

"O ano de 2017 será caracterizado por um início ainda muito difícil", diz a edição especial do Informe Conjuntural - Economia Brasileira, divulgado nesta terça-feira (13). A recuperação gradual da atividade prevista para o segundo semestre será impulsionada pela queda da inflação e pela redução dos juros. "A questão fiscal permanecerá crítica e fonte de desestabilização e incertezas no longo prazo", avalia o estudo da CNI. As previsões indicam que a dívida pública subirá de 72,1% do PIB em 2016 para 76,2% do PIB em 2017. O déficit público nominal aumentará de 9,35% do PIB em 2016 para 9,5% do PIB em 2017.

A solução da grave crise fiscal e a adoção de medidas que melhorem o ambiente de negócios e a ajudem a resgatar a competitividade das empresas são os principais desafios do Brasil para o próximo ano. A aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece limites para a expansão dos gastos públicos da União foi um avanço na busca pelo equilíbrio fiscal. Mas a medida deve ser estendida aos estados e municípios e complementada com a reforma da Previdência. "As regras atuais do regime previdenciário brasileiro - tanto no setor privado, como no caso dos servidores públicos - são incompatíveis com a dinâmica demográfica. Sem alterações profundas nas regras de elegibilidade aos benefícios, o sistema não é sustentável", afirma o Informe Conjuntural.

AGENDA DA COMPETITIVIDADE - Além disso, a recuperação da economia depende de ações simples e de baixo impacto fiscal que facilitem as atividades das empresas. Entre essas ações, estão a redução da burocracia e a definição de marcos regulatórios claros que tragam segurança jurídica aos investidores. "O país também precisa reformular a legislação trabalhista para se adequar as normas às mudanças do mundo do trabalho, como a regulamentação da terceirização e a valorização dos acordos negociados entre as empresas e os trabalhadores. Entre as prioridades da indústria também está o aumento da participação da iniciativa privada nas obras de infraestrutura", destaca o presidente da CNI. Ele acrescenta que, sem avanços simultâneos nas reformas estruturais e na agenda microeconômica, dificilmente o país voltará a crescer.

O estudo destaca que a recessão se aprofundou em 2016. As estimativas da indústria confirmam que a economia brasileira encolherá 3,6% neste ano. Será o segundo ano consecutivo de queda no PIB do país. O PIB industrial cairá 3,9%. A queda será ainda maior na indústria de transformação. A previsão é que o PIB desse segmento caia 4,8% e acumule uma retração de quase 20% nos últimos três anos. O desemprego atingirá 11,2% da população economicamente ativa, o consumo das famílias cairá 4,5% e os investimentos 11,2%.

"A deterioração do mercado de trabalho, as condições financeiras adversas aliadas à dificuldade de acesso ao crédito, a necessidade do ajuste fiscal e o ambiente político turbulento são fatores marcantes de 2016 que explicam a permanência da recessão", destaca o estudo. O ponto positivo do ano foi a desaceleração da inflação, que permitiu o início de um ciclo de redução dos juros. Conforme estimativas da CNI a inflação fechará o ano em 6,6%, menor do que os 10,7% registrados em 2015. A taxa real de juros básicos será de 4,9%.

CÂMBIO E EXPORTAÇÕES - As previsões da CNI indicam que a cotação média do dólar neste mês será de R$ 3,40 e subirá para R$ 3,55 em dezembro de 2017. A valorização de 4,7% do dólar em relação ao real ao longo de 2016 estimulou as exportações. No entanto, diante do mercado internacional fraco e da falta de competitividade do produto nacional, não há sinais claros de expansão das vendas externas.

De janeiro a novembro, a balança comercial acumula um saldo positivo de US$ 43,3 bilhões, muito superior aos US$ 13,4 bilhões de 2015. "Entretanto, o maior superávit comercial deste ano é explicado pela forte queda das importações, que mais que compensaram o resultado negativo das exportações", diz o Informe Conjuntural. Até novembro, as importações caíram 22% e as exportações diminuíram 3,3% em relação ao mesmo período de 2015.

A estimativa é que a balança comercial feche o ano com superávit de US$ 49 bilhões, com exportações de US$ 187 bilhões e importações de US$ 138 bilhões. Para 2017, a previsão é que o saldo positivo alcance US$ 44 bilhões, com exportações de US$ 195 bilhões e importações de US$ 151 bilhões.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Biodiesel
ANP prorroga suspensão da comercialização de biodiesel e...
30/12/25
Portos
Governo Federal aprova estudos finais para arrendamento ...
30/12/25
Petrobras
Brasil avança para atender demanda de combustível susten...
29/12/25
Leilão
Petrobras coloca em leilão online as plataformas P-26 e P-19
29/12/25
Automação
A capacitação da tripulação e a conectividade são os ver...
29/12/25
Royalties
Valores referentes à produção de outubro para contratos ...
24/12/25
PD&I
ANP aprimora documentos relativos a investimentos da Clá...
23/12/25
CBios
RenovaBio: prazo para aposentadoria de CBIOS por distrib...
23/12/25
GNV
Sindirepa aguarda redução no preço do GNV para o início ...
23/12/25
Apoio Offshore
OceanPact firma contrato de cerca de meio bilhão de reai...
23/12/25
Sergipe
Governo de Sergipe e Petrobras debatem infraestrutura e ...
23/12/25
Drilling
Foresea é eleita a melhor operadora de sondas pela 4ª ve...
22/12/25
Certificação
MODEC celebra 10 anos da certificação de SPIE
22/12/25
Pré-Sal
ANP autoriza início das operações do FPSO P-78 no campo ...
22/12/25
IBP
Congresso Nacional fortalece papel da ANP
22/12/25
E&P
Investimento para o desenvolvimento do projeto Sergipe Á...
19/12/25
Bahia Oil & Gas Energy
Bahia Oil & Gas Energy abre inscrições para atividades t...
19/12/25
PPSA
Produção em regime de partilha ultrapassa 1,5 milhão de ...
19/12/25
Petroquímica
Petrobras assina novos contratos de longo prazo com a Br...
19/12/25
Energia Eólica
ENGIE inicia operação comercial total do Conjunto Eólico...
18/12/25
Parceria
Energia renovável no Brasil: Petrobras e Lightsource bp ...
18/12/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.