CCEE embarcou para a Índia, para um dos primeiros encontros do grupo internacional do Banco Mundial, que reúne as principais entidades setoriais do mercado global de energia
Redação TN Petróleo/AssessoriaA Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE agora é parte de uma iniciativa do Banco Mundial para ajudar países em desenvolvimento na estruturação do mercado de hidrogênio. A Câmara vai atuar com foco na certificação, contribuindo para a definição de critérios para a classificação do insumo como de baixo carbono. A primeira missão foi realizada na Índia, nos dias 24 e 25 de abril.
O projeto do Banco Mundial foi lançado na COP 27, que aconteceu no ano passado, no Egito, e pretende debater temas que vão de financiamentos, tecnologias e modelos de negócio até governança e economia circular. Segundo Talita Porto, vice-presidente da CCEE, o objetivo principal é criar um ambiente no mercado global que estimule a competitividade entre países e torne o hidrogênio de baixo carbono um negócio atrativo e seguro para os investidores.
A executiva explica que o convite feito à CCEE é uma oportunidade de defender atributos que podem posicionar o Brasil como protagonista no mercado de hidrogênio e de avançar no trabalho que a Câmara já vem fazendo para estabelecer uma padronização da certificação de energia que será utilizada na fabricação do insumo.
"Uma das nossas principais defesas no âmbito internacional é o uso da energia gerada por hidrelétricas. Essa é uma das maiores vantagens do Brasil, um atributo que pode nos manter na liderança, mas ainda não há um consenso em relação a esse tipo de fonte em outros países", afirma a executiva.
De acordo com a Câmara de Comercialização, em 2022 as usinas hidrelétricas representaram quase 80% da energia elétrica produzida no Brasil. Com a oferta complementada por fontes alternativas que seguem em expansão, como geração eólica e solar, 92% de toda a eletricidade consumida no ano passado vieram de fontes renováveis. Foi o maior índice dos últimos 10 anos, resultado que materializa todo o potencial que o Brasil tem no mercado de hidrogênio, na avaliação da CCEE.
Ricardo Gedra (foto), gerente de Análise e Informações ao Mercado na CCEE, fez parte da comitiva que foi representar o Brasil na Índia e destacou que o diálogo com outros países também é um passo importante para ajudar o mercado a amadurecer e atrair investimentos do próprio Banco Mundial, que já investiu mais de 5,5 bilhões de dólares nos últimos cinco anos em projetos de energia pelo mundo.
"O Banco Mundial sabe do potencial que temos nesse negócio, que temos capacidade para liderar essa discussão. E como a única instituição brasileira que já possui todas as informações necessárias para uma certificação fidedigna, a CCEE será peça-chave nessa iniciativa", finaliza Gedra.
A força-tarefa internacional também contará com o apoio do governo do Ceará e de outras entidades setoriais de peso, como o Hydrogen Council, um dos maiores grupos de empresas de energia do mundo, o Hydrogen Europe, que representa o mercado energético europeu, e o NREL, laboratório de energia renovável do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
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