Entrevista

César Prata da Abimaq fala sobre os desafios do setor de óleo e gás

Redação / Assessoria
10/12/2014 11:29
César Prata da Abimaq fala sobre os desafios do setor de óleo e gás Imagem: Divulgação Visualizações: 576 (0) (0) (0) (0)

Depois de atuar como presidente da Câmara Setorial de Equipamentos Navais e de Offshore, César Prata assumiu, no dia 21 de agosto, a presidência do Conselho de Óleo e Gás da Abimaq, substituindo o presidente anterior, Cláudio Makarovsky.

Confira a entrevista com o novo presidente sobre seus objetivos no cargo e os principais desafios do setor de óleo e gás.

 

Como o senhor analisa o atual momento vivido pelo setor de máquinas e equipamentos no segmento de óleo e gás?

Houve um descolamento entre os grandes aportes recebidos pelo setor e o crescimento da indústria. Há mais de cinco anos, o setor recebe anualmente investimentos da ordem de 100 bilhões de reais. Menos de 10% deste montante fica com a indústria local.  Temos criado mais empregos fora do que dentro do país. Na descoberta do pré-sal, havia um consenso entre todos que usaríamos esta riqueza para desenvolver o Brasil, a infraestrutura, a educação e a indústria. Isto não ocorreu. Perdemos uma oportunidade.

Quais são os principais desafios para este setor?

O país continuará a receber investimentos da ordem de 100 bilhões de reais neste setor nos próximos 20 ou 30 anos. Nosso desafio é tentar reter parte desta riqueza, crescer em pesquisa, tecnologia e criar empregos com qualificação. O Brasil não pode regressar ao patamar de mero extrativista e exportador de commodities.

Temos que transformar as riquezas naturais em produtos e agregar valor. O petróleo em si pode ser nocivo se não o processarmos e não utilizarmos nossa engenharia, universidades e indústrias, como ocorreu em países no Oriente Médio e na América do Sul.

Como a Abimaq pretende atuar para enfrentar os obstáculos no aumento da participação em investimentos e operações no setor de óleo e gás?

Há dois caminhos distintos que devem ser trilhados: O primeiro é o de tentar mostrar ao governo que o ambiente econômico para os negócios não está nada bem. Nem no setor de petróleo e nenhum outro. Não temos condições favoráveis, seja em câmbio, tributos e regimes tributários especiais.

O segundo caminho, enquanto o primeiro não se implementa, não nos garante a competitividade natural,  participação nas encomendas e a nossa subsistência, será o de buscar artifícios momentâneos, tais como barreiras, margens de preferência, defesa comercial, regras de conteúdo local, que, na verdade, são todos "remédios amargos" e não podem durar muito tempo.

Tais remédios já têm sido em parte utilizados, com pequena eficácia, baixos resultados  e colocam o setor industrial em descabida posição de confronto com os investidores e compradores dos projetos em andamento.

Criou-se uma queda de braço com os consumidores tentando provar que a indústria local não os atende a contento, quando, na verdade, é apenas dos preços locais que eles não gostam.


Quais são as perspectivas para o futuro?


O governo deverá perceber que o setor de óleo e gás, sozinho, pode reverter o processo de desindustrialização no país inteiro. Se uma pequena parte das máquinas passar a ser comprada no Brasil, invertemos a curva de tendência negativa a positiva. Dos 100 bilhões de reais que o setor investe por ano, se aumentarmos a parte brasileira em 15%,  seriam  mais 15 bilhões de reais em um setor que fatura 75 bilhões por ano.

Haveria um impacto positivo de 20% no setor como um todo. Os investimentos em petróleo e gás ainda são os mais altos quando comparados com todos os demais setores da nossa economia, superando o segundo colocado em cinco vezes. Temos que aprender a usar esta riqueza a favor da sociedade.  O que estamos pleiteando não é mais apenas em causa própria.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Logística
Sul de Santa Catarina desponta como nova fronteira logís...
19/05/25
Itaguaí
Inovação: programa de capacitação tecnológica para traba...
16/05/25
Apoio Marítimo
Svitzer celebra 10 anos de operação no Brasil com expans...
14/05/25
Petrobras
Campos de Búzios e Atapu receberam quase o total dos US$...
13/05/25
Rio de Janeiro
Guarda Portuária da PortosRio participa de intercâmbio i...
09/05/25
Pré-Sal
Petrobras faz uma grande descoberta de petróleo no pré-s...
09/05/25
Bacia de Santos
Karoon conclui aquisição do FPSO Cidade de Itajaí
08/05/25
OTC HOUSTON 2025
OTC 2025, em Houston, conta com presenças da Tenenge e E...
07/05/25
OTC HOUSTON 2025
Petrobras, IBP, Sinaval e ApexBrasil fomentam novos negó...
07/05/25
Rio de Janeiro
Integrante da Guarda Portuária da PortosRio é a primeira...
07/05/25
OTC HOUSTON 2025
Vesper, líder em Ventiladores e Exaustores industriais E...
07/05/25
Logística
Vast conclui milésima operação de transbordo de petróleo
06/05/25
Bacia de Campos
Prio assina com a Equinor Brasil a aquisição de 60% dos ...
02/05/25
Rio de Janeiro
Porto do Rio de Janeiro atrai novo investimento privado ...
01/05/25
Resultado
Com recordes no pré-sal, Petrobras cresce 5,4% de produç...
30/04/25
Internacional
Petrobras apresenta oportunidades de investimento no set...
29/04/25
Rio de Janeiro
Porto do Rio recebe conferência internacional da APLOP e...
28/04/25
Bunker
Petrobras e Vale celebram parceria para teste com bunker...
25/04/25
Bacia de Santos
Oil States do Brasil fecha novo contrato com a Petrobras...
24/04/25
Evento
PortosRio estreia com destaque na Intermodal 2025 e proj...
24/04/25
Meio ambiente
Porto do Açu e Repsol Sinopec Brasil assinam acordo para...
23/04/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22