Redação TN Petróleo/Assessoria
O Paraná é um dos maiores centros potenciais de produção de biogás e biometano no país, justamente pela força da indústria agropecuária em sua economia. Com atenção a este cenário, a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) tem para 2022 uma série de ações que visam estimular o desenvolvimento da produção dessa energia renovável. A empresa deseja inclusive adquirir biometano para ampliar o atendimento em novas regiões do Estado.
Segundo o diretor-presidente da Compagas, Rafael Lamastra Junior (foto), o biometano é o melhor caminho para a geração de energia limpa e renovável a partir de matéria-prima orgânica localizado em aterros, estações de tratamento de esgoto e na agroindústria, com capacidade de abastecimento de frotas, indústrias e cooperativas. “Essa é uma fonte de energia plenamente viável para que possamos atender diversas demandas, desde o segmento veicular até indústrias que ainda não são atendidas pela rede de distribuição de gás natural e com isso desenvolver mercados locais em diferentes regiões do Paraná”, destaca o executivo.
Lamastra reforça que há previsão, no planejamento da Companhia para 2022, para o lançamento de uma chamada pública específica para aquisição de biometano, o que para ele, vai estimular ainda mais o potencial de produção deste combustível de forma contínua e competitiva. “Lembrando que o biometano é equivalente ao gás natural e, assim, podemos adquirir o gás produzido para ampliar a participação desta matriz energética no estado e contribuir para o desenvolvimento socioambiental e econômico das cidades”, diz. “Esta também é uma oportunidade para ampliar o uso do biometano nos mercados cativos em alinhamento às práticas de sustentabilidade. Estamos preparando a Compagas para oferecer um combustível renovável aos seus consumidores”.
Desenvolvimento e pesquisa
Atualmente, a Compagas possui pelo menos 10 projetos ligados à geração de biometano em diferentes regiões do Estado – são ações em Curitiba e RMC, nos Campos Gerais e na Região Norte do Paraná. “Esses projetos têm o objetivo de ampliar produção do biometano e desenvolver uma fonte energética competitiva no mercado”, explica o executivo. “Se o gás natural é considerado o combustível da transição energética, o biometano é o caminho para fomentar uma nova economia baseada em carbono neutro e atender o anseio por combustíveis limpos e econômicos”, frisa.
Ainda segundo o executivo, a Compagas conta com times dedicados a dar suporte às iniciativas do setor, como forma de catalisar o desenvolvimento de análises de viabilidade a projetos que sirvam para impulsionar a geração do biometano. A Companhia também mantém parcerias com a Associação Brasileira do Biogás (ABiogás) e com o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) para o desenvolvimento de ações em toda a cadeia.
Potencial energético
O foco estratégico da Compagas está exatamente em aproveitar a escala existente da geração de resíduos orgânicos das agroindústrias, estações de tratamento de esgoto (em parceria com a Sanepar), avicultura, suinocultura, aterros sanitários, entre outros, para favorecer uma geração contínua e descentralizadas de energia limpa.
Biogás e biometano
O biometano é um combustível obtido a partir da produção do biogás, que por sua vez é produzido pela decomposição de matéria orgânica de origem vegetal ou animal.
Quando submetido a um processo de purificação, o biogás dá origem ao biometano e este é comparável em condições técnicas ao gás natural, já que após o refino atinge alta concentração de metano em sua composição. Já no viés ambiental e de sustentabilidade, o biometano tem características imbatíveis – por exemplo, no setor de transporte, segmento de veículos pesados, quando comparado ao diesel, as emissões de gases de efeito estufa chegam a ser até 90% menores.
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