Refino

Comperj já custa o dobro e acumula problemas

Projeto já custa cerca de US$ 13,5 bilhões.

O Estado de S. Paulo
10/02/2014 13:07
Visualizações: 1076 (0) (0) (0) (0)

 

Uma das obras mais caras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em construção para a Petrobras, foi palco de um confronto de trabalhadores que acabou na semana passada com dois operários baleados e uma caminhonete incendiada. O conflito foi o último episódio de uma série de problemas sofridos pelo Comperj.
Projetado em 2006 por US$ 6,5 bilhões, terá sua primeira unidade inaugurada, na melhor das hipóteses, cinco anos depois do programado, em agosto de 2016, por pelo menos US$ 13,5 bilhões (R$ 32 bilhões, pelo fechamento de sexta-feira).
O valor compreende apenas uma refinaria (165 mil barris/dia), a menor de um total de duas previstas. Produzirá combustíveis e é uma das esperanças da Petrobras para reduzir importações, que chegam a cifras bilionárias por mês e castigam as ações da petroleira.
Em oito anos, o projeto já foi alterado várias vezes, o preço inflado e houve anos de atraso pela dificuldade de chegada de equipamentos. A unidade petroquímica que batizou o empreendimento não sairá como planejada inicialmente. A segunda refinaria, para 300 mil barris/dia, quase o dobro da primeira, ainda não tem investimentos garantidos. Essa é uma das incógnitas em relação ao plano de negócios, que a companhia pode levar a apreciação no Conselho de Administração no próximo dia 25.
Trabalham no canteiro de obras na região metropolitana do Rio uma multidão de 29,2 mil funcionários, que neste momento negocia reajuste anual de salários. Parte entrou em confronto na semana passada com o próprio sindicato que os representa, o Sinticom.
"Descontam no nosso contracheque de R$ 30 a R$ 60 por mês. E mesmo assim falta água, usamos banheiro químico, a comida é ruim, omitem acidentes de trabalho, sabotam a negociação de dissídio salarial. O sindicato trabalha para o patrão", disse Samuel Souza, um dos líderes do movimento.
Para o assessor do Sinticom, Marcos Hartung, no entanto, os conflitos têm um fundo político. "O Comperj é uma obra muito grande. É muito cobiçada por gerentes sindicais. Desde 2011 temos problemas com grupos radicais", disse. "Eles querem tomar o sindicato. Tem R$ 800 mil de arrecadação por mês por trás. Cresceu o olho".
Os trabalhadores, por sua vez, reclamam de luxo no sindicato, como o uso da caminhonete Amarok, da Volkswagen, que, no confronto, acabou incendiada. Na quinta-feira, durante os protestos, dois motoqueiros atiraram nos operários Felipe Feitosa, de 21 anos, que levou três tiros, e Françiuélio Rodrigues, de 20 anos, que levou dois. Ambos foram internados no Hospital Municipal Desembargador Leal Junior.
O delegado-assistente Pablo Valentim, da 71ª Delegacia de Polícia, investiga a possibilidade de que motoqueiros ligados ao sindicato tenham sido responsáveis pelo ataque.
O Sindicato dos Petroleiros do Rio (Sindipetro) apoia os funcionários dissidentes e defende que o conflito com o Sinticom seja resolvido. "Apoiamos os trabalhadores em greve, alguns estão sem salário desde dezembro, falta até água potável", disse o secretário-geral do Sindipetro, Emanoel Cancella.
Desde o início o projeto foi envolto por controvérsias. A escolha do terreno para instalação foi a primeira delas. Na época, Itaguaí, também na região metropolitana, mas às margens da Baía de Sepetiba, com uma infraestrutura já montada, estava no páreo. Campos, no norte do estado do Rio, reduto eleitoral do ex-governador do Rio Anthony Garotinho, oponente do atual governador, Sérgio Cabral (PMDB), também era opção.
Venceu Itaboraí, às margens da Baía de Guanabara, onde os trabalhos de terraplanagem seriam mais custosos e o licenciamento ambiental, mais difícil, por causa dos impactos.

Uma das obras mais caras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em construção para a Petrobras, foi palco de um confronto de trabalhadores que acabou na semana passada com dois operários baleados e uma caminhonete incendiada. O conflito foi o último episódio de uma série de problemas sofridos pelo Comperj.

Projetado em 2006 por US$ 6,5 bilhões, terá sua primeira unidade inaugurada, na melhor das hipóteses, cinco anos depois do programado, em agosto de 2016, por pelo menos US$ 13,5 bilhões (R$ 32 bilhões, pelo fechamento de sexta-feira).

O valor compreende apenas uma refinaria (165 mil barris/dia), a menor de um total de duas previstas. Produzirá combustíveis e é uma das esperanças da Petrobras para reduzir importações, que chegam a cifras bilionárias por mês e castigam as ações da petroleira.

Em oito anos, o projeto já foi alterado várias vezes, o preço inflado e houve anos de atraso pela dificuldade de chegada de equipamentos. A unidade petroquímica que batizou o empreendimento não sairá como planejada inicialmente. A segunda refinaria, para 300 mil barris/dia, quase o dobro da primeira, ainda não tem investimentos garantidos. Essa é uma das incógnitas em relação ao plano de negócios, que a companhia pode levar a apreciação no Conselho de Administração no próximo dia 25.

Trabalham no canteiro de obras na região metropolitana do Rio uma multidão de 29,2 mil funcionários, que neste momento negocia reajuste anual de salários. Parte entrou em confronto na semana passada com o próprio sindicato que os representa, o Sinticom.

"Descontam no nosso contracheque de R$ 30 a R$ 60 por mês. E mesmo assim falta água, usamos banheiro químico, a comida é ruim, omitem acidentes de trabalho, sabotam a negociação de dissídio salarial. O sindicato trabalha para o patrão", disse Samuel Souza, um dos líderes do movimento.

Para o assessor do Sinticom, Marcos Hartung, no entanto, os conflitos têm um fundo político. "O Comperj é uma obra muito grande. É muito cobiçada por gerentes sindicais. Desde 2011 temos problemas com grupos radicais", disse. "Eles querem tomar o sindicato. Tem R$ 800 mil de arrecadação por mês por trás. Cresceu o olho".

Os trabalhadores, por sua vez, reclamam de luxo no sindicato, como o uso da caminhonete Amarok, da Volkswagen, que, no confronto, acabou incendiada. Na quinta-feira, durante os protestos, dois motoqueiros atiraram nos operários Felipe Feitosa, de 21 anos, que levou três tiros, e Françiuélio Rodrigues, de 20 anos, que levou dois. Ambos foram internados no Hospital Municipal Desembargador Leal Junior.

O delegado-assistente Pablo Valentim, da 71ª Delegacia de Polícia, investiga a possibilidade de que motoqueiros ligados ao sindicato tenham sido responsáveis pelo ataque.

O Sindicato dos Petroleiros do Rio (Sindipetro) apoia os funcionários dissidentes e defende que o conflito com o Sinticom seja resolvido. "Apoiamos os trabalhadores em greve, alguns estão sem salário desde dezembro, falta até água potável", disse o secretário-geral do Sindipetro, Emanoel Cancella.

Desde o início o projeto foi envolto por controvérsias. A escolha do terreno para instalação foi a primeira delas. Na época, Itaguaí, também na região metropolitana, mas às margens da Baía de Sepetiba, com uma infraestrutura já montada, estava no páreo. Campos, no norte do estado do Rio, reduto eleitoral do ex-governador do Rio Anthony Garotinho, oponente do atual governador, Sérgio Cabral (PMDB), também era opção.

Venceu Itaboraí, às margens da Baía de Guanabara, onde os trabalhos de terraplanagem seriam mais custosos e o licenciamento ambiental, mais difícil, por causa dos impactos.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
OTC HOUSTON 2025
PPSA anuncia revisão no volume a ser ofertado no 5º Leil...
06/05/25
OTC HOUSTON 2025
Brasil leva maior delegação estrangeira para feira de pe...
06/05/25
OTC HOUSTON 2025
Para divulgar o potencial energético do Rio de Janeiro, ...
06/05/25
Logística
Vast conclui milésima operação de transbordo de petróleo
06/05/25
OTC HOUSTON 2025
Fábio Mitidieri participa da abertura do Pavilhão Brasil...
06/05/25
Energia Eólica
Brasil e Países Baixos promovem seminário sobre energia ...
06/05/25
Etanol
ORPLANA reafirma compromisso com a governança e transpar...
06/05/25
Meio Ambiente
Aterro Zero: Refinaria de Mataripe conquista certificação
06/05/25
ANP
Produção de petróleo e gás natural no pré-sal registra r...
06/05/25
OTC HOUSTON 2025
IBP marca presença na programação da OTC Houston 2025
05/05/25
OTC HOUSTON 2025
Petrobras participa da OTC 2025, em Houston (EUA)
02/05/25
Bacia de Campos
Prio assina com a Equinor Brasil a aquisição de 60% dos ...
02/05/25
Rio de Janeiro
Porto do Rio de Janeiro atrai novo investimento privado ...
01/05/25
Combustíveis
Etanol e gasolina estão quedas nos preços em abril, apon...
01/05/25
Startups
Concluída a avaliação das startups inscritas na primeira...
01/05/25
OTC HOUSTON 2025
Profissionais do Grupo MODEC serão homenageados na OTC 2025
30/04/25
Pessoas
Paulo Cesar Montagner toma posse como 14º reitor da Unicamp
30/04/25
Etanol
Cana-de-açúcar tem produção estimada em 663,4 milhões de...
30/04/25
Captura de CO2
Impact Hub e Tencent lançam programa que disponibiliza a...
30/04/25
Resultado
Com recordes no pré-sal, Petrobras cresce 5,4% de produç...
30/04/25
Internacional
Petrobras apresenta oportunidades de investimento no set...
29/04/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22