Estudo

Cultura de inovação promove competitividade, sustentabilidade e transformação tecnológica na indústria de óleo e gás, mostra estudo da Deloitte e do IBP

Segundo o estudo "Inovação digital no setor de petróleo e gás no Brasil", sete em cada dez empresas do setor se classificam acima do nível intermediário de inovação, com projetos em andamento ou resultados já aplicados no dia a dia.

Redação TN Petróleo/Assessoria Deloitte
18/09/2025 10:27
Cultura de inovação promove competitividade, sustentabilidade e transformação tecnológica na indústria de óleo e gás, mostra estudo da Deloitte e do IBP Imagem: Divulgação Visualizações: 118 (0) (0) (0) (0)

A inovação digital está profundamente integrada à indústria de óleo e gás no Brasil, mesmo em meio a um processo de amadurecimento cultural sobre o tema entre seus profissionais. É o que mostra a pesquisa "Inovação digital no setor de petróleo e gás no Brasil", realizada pela Deloitte, em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). O levantamento contou com 39 lideranças de empresas do setor, que juntas representam praticamente toda a cadeia produtiva no país. Segundo os dados, 87% das organizações priorizam projetos de inovação e, nos últimos três anos, notaram ganhos concretos em eficiência operacional, desempenho e segurança, além de avanços em competitividade e posicionamento estratégico.

O estudo revela que metade (52%) das companhias já possui departamentos estruturados para gerir inovação, refletindo uma base sólida para a criação de projetos. Em termos de maturidade, 46% se posicionam a partir do nível intermediário, com iniciativas em andamento ou resultados aplicados no dia a dia, enquanto 23% afirmam estar em estágio de liderança, com histórico de sucesso e cultura disseminada. Apenas 18% ainda se consideram em estágio inicial. Além disso, 73% das empresas já contam com iniciativas para engajar seus profissionais, seja em programas de estímulo a novas ideias ou em treinamentos, mas 33% reconhecem que a inovação ainda não é prioridade central — embora seja valorizada.

"A agenda de inovação se mostra fundamental para geração de ganhos econômicos e operacionais, observa-se que a inovação é hoje um vetor essencial de transformação do setor de petróleo e gás no Brasil, alinhando competitividade empresarial, sustentabilidade ambiental e preparação para os próximos ciclos da transição energética. Os resultados da pesquisa mostram que a maioria das empresas já prioriza projetos de inovação, mas destaca-se que a capacidade de integrar essas iniciativas à cultura organizacional, ampliando parcerias, acelerando a adoção de tecnologias e fortalecendo uma agenda sustentável cada vez mais estratégica para a indústria é um fator diferencial das empresas bem-sucedidas", reforça Rafael Ferrari, Sócio de Strategy & Business Design da Deloitte.

Inovação avança no setor, mas integração é desafio

Apesar da maturidade crescente, a falta de integração entre áreas segue como um dos principais entraves. Para 57% das organizações, tempo e recursos já são dedicados à inovação, mas falhas de comunicação entre departamentos e resistência à mudança reduzem o impacto das iniciativas. A pesquisa mostra ainda que 85% das empresas até adotam estratégias ou práticas formais de inovação, mas mantêm seus modelos majoritariamente internos e fechados, com pouca abertura à colaboração externa.

O retorno sobre investimento (ROI) surge como um ponto sensível na gestão da inovação. Apenas 24% das empresas afirmam utilizá-lo como critério principal na priorização de projetos, mas, na etapa de avaliação posterior, o indicador passa a ser unanimidade: 100% das organizações recorrem ao ROI e a métricas financeiras e operacionais para medir os resultados alcançados. Essa prática evidencia uma forte orientação para resultados tangíveis, mas ainda limitada quando se trata de capturar benefícios intangíveis, como fortalecimento da cultura organizacional, posicionamento de marca e impacto em sustentabilidade.

"A pesquisa deixa claro que o setor já avançou de forma consistente, mas ainda há uma lacuna importante: transformar a inovação em parte do DNA das empresas. Isso significa integrar práticas e tecnologias de forma transversal, estimular a colaboração entre áreas e valorizar não apenas os resultados financeiros, mas também os ganhos estratégicos e culturais que consolidam a competitividade e sustentam a transição energética", afirma Melissa Fernandez, gerente de Tecnologia e Inovação do IBP.

Investimentos miram descarbonização e agenda sustentável

As exigências regulatórias da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que demandam direcionamento de 1% da receita bruta em PD&I, têm estimulado fortemente a agenda sustentável no setor. Os investimentos estão concentrados em iniciativas de descarbonização, mitigação de impactos ambientais e diversificação da matriz energética. As empresas também demonstram forte empenho na criação de infraestrutura para pesquisa científica, com parcerias com universidades e centros de P&D em diferentes regiões do país.

Embora metade dos respondentes afirme investir em startups, a preferência ainda recai sobre atores tradicionais, como fornecedores e parceiros da cadeia de suprimentos. Essa configuração reforça um caráter mais conservador no setor: a governança das parcerias externas é vista como restritiva por metade das empresas, principalmente devido a regulamentações e à complexidade da gestão colaborativa.

Eficiência operacional lidera ganhos da inovação

Entre os principais benefícios percebidos nos últimos três anos, o aumento da eficiência operacional lidera o ranking, seguido pela criação de novos produtos e serviços, melhoria da segurança operacional e aumento da competitividade. Em quinto lugar aparece o fortalecimento da marca, enquanto a geração de propriedade intelectual ocupa a sexta posição, revelando que a transformação em patentes e ativos formais ainda é incipiente. Segurança cibernética surge na nona colocação, à frente da redução de custos. Isso sugere que, embora a inovação esteja agregando valor, os ganhos mais estratégicos e de longo prazo ainda não são totalmente capturados pelas empresas.

Uso de tecnologias cresce, mas setor ainda aposta no incremental

O estudo mostra que 41% das empresas já utilizam tecnologias digitais de forma ampla — com destaque para computação em nuvem e análise de dados —, 17% estão em fase de implantação generalizada e 20% operando pilotos. Em termos de portfólio, predomina a inovação, voltada à melhoria de processos e eficiência operacional. Projetos de expansão de mercado aparecem em segundo lugar, enquanto inovações disruptivas ou transformacionais ainda têm baixa representatividade. Para lideranças entrevistadas, a concentração em projetos de baixo risco reflete não só a pressão por resultados rápidos, mas também um baixo nível de maturidade cultural e organizacional para assumir apostas mais ousadas.

"A inovação nesse setor não é apenas um motor de eficiência operacional, mas também a chave para a transição energética global, garantindo que possamos atender às demandas futuras de energia de maneira sustentável e responsável" conclui Patricia Muricy, líder da Indústria de ER&I da Deloitte.

Metodologia

A pesquisa contou com a participação de 39 empresas de petróleo e gás atuantes no Brasil, cobrindo diferentes elos da cadeia de valor. Entre elas, 36% são operadoras ou concessionárias, 22% consultorias especializadas em O&>, 17% fabricantes de equipamentos, 8% empresas de nichos da cadeia de valor, 8% prestadoras de serviços de óleo e gás, 6% associações do setor e 3% instituições de pesquisa e academia. Quanto à atuação, a maioria (56%) opera em mais de uma fase da cadeia de valor, enquanto 36% estão focadas em operação e produção, 5% em desenvolvimento e 3% em exploração. O perfil financeiro também evidencia a diversidade da amostra: 25% das empresas registram faturamento líquido acima de R$ 5 bilhões, 31% entre R$ 1 bilhão e R$ 5 bilhões, e 44% até R$ 1 bilhão. Do ponto de vista dos respondentes, 24% ocupam cargos de diretoria, 41% de gerência, 19% de supervisão ou coordenação e 16% de analista, assegurando uma visão representativa das lideranças e áreas estratégicas do setor.

Sobre a Deloitte - A Deloitte é a organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mercado, com cerca de 460 mil profissionais em todo o mundo, gerando impactos que realmente importam em mais de 150 países e territórios. Com base nos seus 180 anos de história, oferecemos serviços de auditoria, asseguração, consultoria, impostos e serviços relacionados para quase 90% das empresas da lista da Fortune Global 500® e milhares de outras organizações. Nossas pessoas proporcionam resultados mensuráveis e duradouros para ajudar a reforçar a confiança pública nos mercados de capitais e permitir aos clientes transformar e prosperar, e lideram o caminho para uma economia mais forte, uma sociedade mais equitativa e um mundo sustentável. No Brasil, onde atua desde 1911, a Deloitte é líder de mercado, com mais de 7.000 profissionais e operações em todo o território nacional, a partir de 18 escritórios. Para mais informações, acesse Deloitte.

A Deloitte refere-se a uma ou mais empresas da Deloitte Touche Tohmatsu Limited ("DTTL"), sua rede global de firmas-membro e suas entidades relacionadas (coletivamente, a "organização Deloitte"). A DTTL (também chamada de "Deloitte Global") e cada uma de suas firmas-membro e entidades relacionadas são legalmente separadas e independentes, que não podem se obrigar ou se vincular mutuamente em relação a terceiros. A DTTL, cada firma-membro da DTTL e cada entidade relacionada são responsáveis apenas por seus próprios atos e omissões, e não entre si. A DTTL não fornece serviços para clientes. Por favor, consulte aqui para saber mais.

 

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