Brasil Econômico
Investimentos em fontes alternativas de energia também estão em análise na companhia que deve ultrapassar a fronteira paulista
Há dez anos no mercado brasileiro, a americana Duke Energy está estruturando um plano de expansão que deverá tirar da gaveta um projeto de térmica a gás e passa ainda pela entrada da empresa na geração de energia por meio de fontes alternativas, o que poderá levar a companhia para além do estado de São Paulo.
O plano de investimentos está sendo finalizado, mas Armando Henriques, presidente da Duke Energy no Brasil, já adianta que o segmento termelétrico irá ganhar importância e um projeto próprio deve aparecer no próximo leilão de energia previsto, inicialmente, para 2011. “Já temos um projeto em Pederneiras (SP), estamos atualizando as informações. Podemos prepará-lo para entrar no próximo leilão de energia que inclua as térmicas”, afirmou Henriques.
Caso a termelétrica de Pederneiras seja levada adiante, ela será construída no município de mesmo nome, na região centro-oeste de São Paulo. A escolha se deve à localização, próxima de um gasoduto, de linhas de transmissão, e também do reservatório de Bariri e do Aquífero de Guarani.
Henriques não descarta par- cenas no projeto tendo em vista o volume de energia que a empresa pretende atingir no futuro empreendimento. “Nossa estratégia passa pela possibilidade da Dulce se associar a novos atores”, disse o executivo. “Uma térmica de 500 megawatts (MW) é um tamanho razoável.”
Outras fontes
A companhia também está interessada em participar de projetos de grandes hidrelétricas e neste caso as parcerias serão indispensáveis. “O tamanho dos projetos não nos assusta, mas é necessário a formação de consórcios”, avaliou Henriques.
A Duke também deve participar de empreendimentos na área eólica e de biomassa, fuicialmente por meio de associações. De acordo com Henriques, apesar da Dulce Corp já atuar em fontes alternativas, para a subsidiária brasileira a geração eólica e a partir de biomassa são formas de energia novas e o modelo de negócio ainda está em amadurecimento.
Segundo o presidente da companhia, não está descartada a possibilidade de associação com empresas já inscritas no leilão de reserva marcado para a segunda quinzena de agosto. “Estamos conversando com algumas empresas”, disse sem revelar nomes. Com a adesão a essas fontes, a companhia que hoje concentra atividades na região paulista de Paranapanema, deve avançar para outros estados brasileiros.
Tamanho apetite por novos investimentos tem a ver com o crescimento da demanda por energia no país. No último ano o Brasil respondeu por cerca de 50% do resultado financeiro da empresa no exterior.
“A participação do Brasil no resultado global, aliado ao aquecimento do setor energético no país, faz com que ele passe a ser um foco de investimentos da Duke Corp”, afirmou Henriques.
Captação
A Duke irá captar recursos para adequar a estrutura de capital da empresa, realizando o pagamento antecipado de dívidas. Segundo Henriques, a dívida mantida com a Eletrobras está muito cara em relação ao mercado. A empresa também vai submeter à aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) proposta de redução do capital social em R$ 360 milhões, para R$ 1,6 bilhão.
Nas últimas semanas a AES Tietê deu continuidade aos estudos de viabilidade de implantação de uma usina termelétrica a gás natural e, ainda, iniciou o processo de licenciamento ambiental. O objetivo da companhia também é ampliar seu parque gerador no estado de São Paulo. A unidade, cujo investimento previsto é de aproximadamente R$ 600 milhões, terá capacidade de geração de 500 megawatts (MW). Também está sendo avaliada a construção de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) com potência de 22 MW. A Servtec, por sua vez, está projetando a construção de uma térmica a gás. Lauro Fiúza Júnior, presidente da companhia, afirmou que irá investir R$ 1,2 bilhão nesta fonte. “Essas usinas deverão manter a constância no fornecimento que a demanda requer”, avaliou. Um novo empreendimento deverá ser instalado no Espírito Santo. As cidades de Cacheiro do Itapemirin e Linhares disputam a preferência da companhia. Quando pronto o projeto deve gerar entre 400 MW e 700 MW. A construção de térmicas a gás no exterior está sendo estudada, mas deverá ocorrer por meio de parceria.
FONTE: Brasil Econômico
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