<P>O governo federal anunciou a liberação de R$ 10 bilhões para a indústria naval, em recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM). Um dos maiores candidatos a esses recursos é o Estaleiro Atlântico Sul, que está pleiteando um acréscimo no financiamento da planta. Originalmente, a empresa hav...
Jornal do Commercio - PEO governo federal anunciou a liberação de R$ 10 bilhões para a indústria naval, em recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM). Um dos maiores candidatos a esses recursos é o Estaleiro Atlântico Sul, que está pleiteando um acréscimo no financiamento da planta. Originalmente, a empresa havia conseguido R$ 513 milhões, mas agora espera financiar R$ 1,1 bilhão. A crise também está mexendo com as finanças de curto prazo do estaleiro, mas, um câmbio desvalorizado, pode ajudar na competitividade da planta no longo prazo.
Falando para metalúrgicos durante o batismo da plataforma P-51, em Angra dos Reis, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, falou que os recursos do FMM ajudaria a indústria naval a passar o momento de crise sem problemas de financiamento
“Esperamos equacionar o aumento no projeto do estaleiro com os recursos do FMM”, acredita o presidente do EAS, Paulo Haddad. Inicialmente, o EAS previa um investimento de R$ 670 milhões e conseguiu financiar com o fundo R$ 513 milhões. Mas, no decorrer da sua implantação, os sócios (Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Samsung e PJMR) resolveram mais do que duplicar a capacidade de produção da planta pernambucana, adquirindo mais máquinas e expandindo o terreno para 162 hectares. Com isso, o valor do investimento subiu e, agora, a empresa está pleiteando na mesma linha de crédito, um valor total de R$ 1,1 bilhão. Na quinta-feira está marcada uma reunião do fundo que decidirá quais projetos receberão os recursos, que conta com alto grau de subsídio.
O Atlântico Sul emprega hoje cerca de 3.300 funcionários e deverá atingir um pico de 5.000 trabalhadores. Em agosto, o empreendimento iniciou os trabalhos de corte de chapas de aço para a construção de 10 navios Suezmax para a Transpetro e blocos para a plataforma P-55.
O Fundo de Marinha Mercante é a principal fonte de recursos do setor naval brasileiro. Com a retomada das construções de estaleiros e encomendas, o dinheiro que havia de sobra no FMM começou a escassear. O fundo financia até 90% da construção de um estaleiro ou de um navio, com prazos de amortização que chegam a até 20 anos. A correção pode ser feita pela TJLP ou pelo dólar. “Nós escolhemos o dólar na correção dos empréstimos e isso vai criar um certo descasamento com essa mudança cambial”, reconhece Haddad. Entretanto, no longo prazo, uma moeda desvalorizada é interessante para o Atlântico Sul. Isso porque os navios são vendidos cotados em dólar, e boa parte dos custos está em real, como a mão-de-obra. Dessa forma, com custos menores de mão-de-obra e administração (em dólar), fica mais fácil captar novas encomendas no mercado internacional.
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