Biocombustível

Etanol de segunda geração, mas do primeiro time

Pesquisas com etanol de segunda geração indicam a possibilidade de se obter até 11 mil litros de etanol, por hectare, a partir da biomassa de capim-elefante e outras gramíneas forrageiras.

Redação
26/02/2010 12:00
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A equipe do Labex Estados Unidos, Laboratório Virtual da Embrapa no Exterior, está empenhada em pesquisas com materiais que geram o etanol de segunda geração (ou etanol lignocelulósico), obtido a partir da utilização de toda a planta e não apenas da fermentação de parte dela (etanol de primeira geração), como ocorre com a cana-de-açúcar no Brasil. Resultados preliminares têm animado o pesquisador Cesar Miranda, responsável pelas investigações sobre agroenergia no naquele Labex.

 

Um dos resultados apontados por Miranda nas pesquisas com os contra partes do Serviço de Pesquisa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (ARS-USDA) indica a possibilidade de se obter até 11 mil litros de etanol, por hectare, a partir da biomassa de capim-elefante e outras gramíneas forrageiras. “Estes materiais – comenta César Miranda ao se referir a capins tais como capim-elefante, braquiárias, panicuns e árvores de crescimento rápido - poderiam ser alternativas competitivas e eficientes para locais onde não se pode cultivar cana-de-açúcar, tanto em áreas de cultura, de pastagens ou áreas marginais, seja de forma isolada ou consorciada, em sistema de integração lavoura-pecuária ou agrosilvipastoril. ”
 

Sobre a qualidade  do etanol de segunda geração, em entrevista exclusiva  para TN Petróleo,  César Miranda assegura que é a mesma do etanol de primeira geração. “ Uma vez obtendo-se os açucares básicos, o processo de fermentação, destilação, etc.. é semelhante, resultando em produto idêntico.
Tanto que para se estabelecer uma destilaria de segunda geração, no momento, os maiores desenvolvimentos ainda necessários são as formas de pré-tratamento da estruturas rígidas da planta para obter os açucares básicos. Dai para frente o processo industrial é perfeitamente ajustávela às estruturas já em uso nas destilarias de cana, por exemplo. Quanto aos aumentos de produtividade, obviamente que se ganha, e muito, pelo maior aproveitamento de matéria prima (no caso os açucares básicos) por área.
Com tecnologia atual de primeira geração estamos recuperando energia acumulada pela planta para produzir etanol a partir de cerca 20% (que está em forma solúvel, a sacarose); usando-se a tecnologia de segunda geração, estaremos aproveitando a energia acumulada nas estrutras da planta, sendo possível pelo menos dobrar o rendimento total, com as técnicas atuais. Projeções de pesquisadores da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcoleiro (RIDESA) indicam que se pode ter variedades de cana específicas para esse fim que poderiam produzir ate 19 mil litros de etanol por hectare”, afirma Miranda.

 

Outra vantagem do etanol de segunda geração apontada pelo cientista brasileiro é que a matéria prima pode ser qualquer planta, ou qualquer resíduo de planta - seja restos de culturas agricolas ou mesmo restos contidos em lixo urbano; teoricamente, poderia se usar qualquer pedaço de madeira velha para isso.
Num país como o Brasil, com variedades diferentes de planta adaptadas as mais deiferentes condições de crescimento e regiões, isso significa dizer que poderemos produzir energia em forma de etanol em qualquer lugar, não somente onde se pode produzir cana-de-açucar”.


A tecnologia em questão representa um grande avanço para ambos os países, que pode melhor ser entendida se considerada sob vários pontos de vista. ” Ela pode ser vista, por exemplo, como uma estratégia diretamente realcionada com segurança energética. Significa melhor recuperação da energia solar acumulada nas plantas, transformado-a em energia para atender necessidade de consumo humano, substituindo derivados de petróleo fossil. Este é um ponto muito importante no planejamento Americano, diminuição da dependência externa de forneciemento de energia na forma de petróleo. Outra visão é que se pode criar uma nova forma de economia, já chamada de "Bioeconomy", que é definida como a economia onde os materiais básicos e energia para a indústria são derivados de biomassa d eplantas (aqui inclui tanto a produção de etanol como de biodiesel). No seu discurso anual ao Congresso Americano em janeiro, o presidente Barck Obama foi enfâtico: a nação que dominar o uso de energias renováveis (onde se inclui o etanol de segunda geração) liderará a economia mundial daqui pra frente” conclui Miranda.

 

 

 

 

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