O Partido Democrata, do presidente americano Barack Obama, abandonou ontem as esperanças de aprovar um projeto de lei que imporia limites à emissão de gases-estufa no país. Os democratas culpam a falta de apoio do Partido Republicano, de oposição. O projeto era uma das prioridades do governo Obama. Seu fracasso seria uma das piores derrotas do presidente no Congresso dos EUA.
"Nós sabíamos desde o início que seriam precisos 60 votos", disse o senador democrata John Kerry, o principal proponente da lei, referindo-se à maioria necessária para aprovar esse projeto no senado americano. "Como as coisas estão agora, nós não temos nenhum voto republicano", acrescentou Kerry após uma reunião de seu partido, em que foi constatada a insuficiência de votos para avançar com a votação no plenário.
Os democratas estavam a mais de um ano tentando aprovar esse amplo projeto de energia e ambiente que reforma o setor energético do pais e instituiria a cobrança por emissões de gases-estufa. Os republicanos veem a criação desse mercado de carbono como uma taxação de energia que prejudicaria o consumidor americano.
A proibição de prospecção de petróleo em águas profundas, decidida por Obama após o acidente na plataforma da BP, também dificultou o acordo no Congresso.
O líder democrata no Senado, Harry Reid, divulgou planos de apresentar um novo projeto de lei menos abrangente, que não inclua as medidas contra as emissões de poluentes, concentrando-se na regulação do petróleo. O novo projeto excluiria ainda cláusulas que obrigariam empresas de energia a comprarem mais eletricidade de fontes renováveis.
Para a Associação Americana de Energia Eólica, é "incompreensível" a perda das medidas em favor da energia renovável. Produtores de carvão, por outro lado, receberam bem a notícia, segundo a Associação Nacional de Mineração