E&P

Exxon negocia com estatal indiana venda de bloco na Bacia de Campos

Valor Econômico
06/01/2006 00:00
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A ExxonMobil está vendendo sua participação de 30% em quatro campos de petróleo descobertos no bloco BC-10, na Bacia de Campos e distante 120 quilômetros de Vitória (ES). Pelo menos uma empresa já manifestou interesse: a estatal indiana Oil and Natural Gas Corp. (ONGC).

A Shell, operadora do bloco, encontrou seis reservatórios na área do bloco e declarou a comercialidade de quatro deles no fim de dezembro. A empresa informou que foram encontradas reservas recuperáveis de 400 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), que incluem gás. Os campos terão seus nomes divulgados depois que tiverem aprovação dos sócios do projeto. Essa área é emblemática porque trata-se da primeira em que uma empresa estrangeira descobriu óleo no país depois da abertura do setor de petróleo. A perspectiva é que a produção no local, em volume ainda não definido, comece em 2010 ou 2011.

Maior petroleira do mundo, considerando as companhias de capital aberto, a ExxonMobil abriu um "data-room" para apresentar os dados do BC-10 aos interessados. A informação foi confirmada pelos sócios, mas tanto Shell quanto Petrobras afirmam que não receberam qualquer comunicação oficial sobre o atual estágio das negociações e nem sabem quais empresas mostraram interesse até o momento.

A Esso Brasileira, subsidiária da ExxonMobil, informou que os executivos baseados no país não estão autorizado a falar sobre o assunto. Segundo a companhia, a negociação está ocorrendo na sede da companhia, em Houston, nos Estados Unidos.

Até o momento, a única manifestação pública de interesse pelos campos à venda foi feita pelo governo da Índia. Em entrevista publicada na agência de notícias Reuters, em meados de dezembro, o ministro das Finanças da Índia, Palaniappan Chidambaram, informou que tinha autorizado a ONGC a comprar "ativos petrolíferos da ExxonMobil no Brasil".

Na mesma nota da Reuters, o ministro informou que os ativos seriam comprados por US$ 330 milhões, que somados a investimentos de US$ 490 milhões na área elevariam o valor do negócio para US$ 820 milhões.

Apesar do interesse demonstrado pelos indianos, que assim como os chineses vêm apresentando apetite por empresas de petróleo como forma de garantir suprimento para suas necessidades internas de petróleo e derivados, a entrada de um novo acionista no BC-10 terá que passar pelo crivo dos atuais sócios da Exxon. Isso porque existe uma cláusula estabelecendo o direito de preferência para os demais no caso de um deles desejar sair.

O Valor confirmou a existência dessa cláusula com a Petrobras e a Shell. Questionada sobre a possibilidade de a Shell exercer o direito de preferência aumentando sua participação nesses campos, a gerente de relações externas de Exploração e Produção da Shell Brasil, Patrícia Garcia, respondeu o seguinte: "Essa decisão vai depender da avaliação da oferta recebida pelo parceiro que quer vender sua participação na joint venture. Mas até agora não fomos notificados sobre qualquer oferta".

A Shell já produz no Brasil cerca de 40 mil barris/dia nos campos de Bijupirá e Salema, também na bacia de Campos. A empresa participa de 14 blocos exploratórios e também descobriu petróleo e gás nos blocos BS-4 (Bacia de Santos), onde tem como sócias a Petrobras e a Chevron. A Shell e seus parceiros devolveram à ANP no último ano os blocos BM-FZA-1 (em sociedade com a BP, Eni e Petrobras), o BM-ES-10 (que operava sozinho) e o BM-S-19 (onde tinha como sócias a Repsol e a Statoil). Shell e Statoil também se desfizeram de suas participações societárias no bloco BM-S-17, que agora é operado unicamente pela Petrobras.

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