Mercado

Fabricantes de aço esperam queda de até 50% nas importações

Vendas internas podem subir de 6% a 8% no ano.

Valor Econômico
05/02/2013 14:28
Visualizações: 815

 

Fabricantes e distribuidores de aço no país, principalmente do segmento de produtos planos, querem esquecer o pífio desempenho de 2012. Além de um melhor desempenho da economia do país, com o PIB reagindo e crescendo pelo menos 3%, as siderúrgicas contam com um tão esperado alívio na concorrência de material importado.
A avaliação é que as medidas tomadas no ano passado pelo governo - elevação de alíquota e eliminação de incentivos fiscais estaduais nos portos, aliadas a um câmbio acima de R$ 2,00 - vão causar um grande baque nas importações, podendo reduzir à metade o volume de material estrangeiro. Com isso, a expectativa é que as vendas internas das fabricantes de aço plano - Usiminas, CSN e ArcelorMittal Tubarão - registrem expansão de 6% a 8% no ano.
No ano passado, as três fabricantes de aços planos venderam 11,32 milhões de toneladas. Sobre o ano anterior, esse volume representou apenas 0,4% de alta. Em aços longos, os negócios foram mais animados - mais 1,1% - na mesma base de comparação.
"Foi um ano muito fraco", afirma o empresário e presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro. O consumo aparente de aço no país cresceu pouco, 0,5%. Para Loureiro, o cenário mais lógico envolve uma combinação de queda nas importações com expansão mínima de 3% na economia do país.
Ele relata que a entrada de material importado desacelerou desde dezembro, levando a quase a zero em janeiro, a maioria dos negócios de compra de aços laminados por parte de vários importadores. "A vantagem que existia com os incentivos estaduais desapareceu", comentou.
Na sua avaliação, a importação de aço plano - chapas para utilização nos setores automotivo, de bens de linha branca e em máquinas e equipamentos - vai cair em cerca 50% em 2013. "Estimamos algo entre 800 mil e 900 mil toneladas", afirmou. Isso começou a ser percebido já em dezembro.
Esses volumes não incluem aço importado pelas próprias siderúrgicas. No ano passado, o volume desse tipo de aço que entrou no país somou 2 milhões de toneladas, com desembarques de material chinês, principalmente, sul-coreano, taiwanês, russo e ucraniano, de acordo com dados do governo federal. Nos longos, ao contrário, houve aumento de 25,5%.
O material estrangeiro, no fim do ano passado, teve uma participação média no mercado interno de aços planos de 9%, mas com expressiva melhoria em relação a dezembro de 2011, que foi de 22,4%. O maior peso ficou ainda com laminado a frio (17,7%) e zincados (15,4%), aços aplicados em automóveis, geladeiras, fogões e máquinas de lavar.
Devido à elevação de 12% para 25% na alíquota de importação no quarto trimestre mais a alta do câmbio, a entrada de chapas laminadas a quente (usadas em autopeças e implementos) despencou mais de 90% em dezembro.
Para Loureiro, este será um ano de baixa importação devido à ausência de prêmio entre importado e produto local, câmbio desfavorável e fim do incentivo nos portos, que chegava a 9%. "Para reengrenar, vai levar pelo menos seis meses", afirma.
O setor de distribuição de aço plano, conforme o Inda projeta crescer 6% neste ano, sobre as 4,35 milhões de toneladas comercializadas no ano passado. Se alcançado, o índice vai representar quatro vezes o de 2012. "Mesmo assim conseguimos ganhar espaço no consumo aparente, que só cresceu meio porcento".
Segundo o empresário, houve maior demanda de aço na área de bens de consumo, como automóveis e bens de linha branca. Para esses produtos, há um maior uso de chapas laminadas a rio e zincadas. Ao contrário, se viu retração nas chapas grossas e nos laminados a quente, retratando a falta de investimentos fixos (bens de capital, obras de infraestrutura e construção pesada). E mais da metade das vendas da distribuição é de laminado a quente e com forte presença também em chapa grossa.
Todavia, enquanto podem ganhar o alívio na briga com aço estrangeiro, as três fabricantes veem a chegada de um novo concorrente no mercado interno ainda neste trimestre: o grupo Gerdau. Com sua linha de produção de chapas laminadas a quente em fase de testes desde dezembro dentro da fábrica da Açominas, a Gerdau se prepara para iniciar a comercialização do produto até o fim do próximo mês.
Para este ano, a previsão da empresa é vender 400 mil toneladas, das quais metade no mercado interno, com foco principal em autopeças, máquinas e equipamentos e construção civil. A capacidade total dessa unidade é de 800 mil toneladas, volume a ser plenamente alcançado em 2014. A concorrência será direta com Usiminas, CSN e ArcelorMittal.
No próximo ano, ou em 2015, a Gerdau promete entrar também no segmento de chapas grossas, linha em fase de construção na Açominas, em Ouro Branco (MG). Foi desenhada para fazer 1,1 milhão de toneladas por ano. Os principais mercados são máquinas e equipamentos e implementos agrícolas e rodoviários. E a disputa será direta com a Usiminas.

Fabricantes e distribuidores de aço no país, principalmente do segmento de produtos planos, querem esquecer o pífio desempenho de 2012. Além de um melhor desempenho da economia do país, com o PIB reagindo e crescendo pelo menos 3%, as siderúrgicas contam com um tão esperado alívio na concorrência de material importado.


A avaliação é que as medidas tomadas no ano passado pelo governo - elevação de alíquota e eliminação de incentivos fiscais estaduais nos portos, aliadas a um câmbio acima de R$ 2,00 - vão causar um grande baque nas importações, podendo reduzir à metade o volume de material estrangeiro. Com isso, a expectativa é que as vendas internas das fabricantes de aço plano - Usiminas, CSN e ArcelorMittal Tubarão - registrem expansão de 6% a 8% no ano.


No ano passado, as três fabricantes de aços planos venderam 11,32 milhões de toneladas. Sobre o ano anterior, esse volume representou apenas 0,4% de alta. Em aços longos, os negócios foram mais animados - mais 1,1% - na mesma base de comparação.


"Foi um ano muito fraco", afirma o empresário e presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro. O consumo aparente de aço no país cresceu pouco, 0,5%. Para Loureiro, o cenário mais lógico envolve uma combinação de queda nas importações com expansão mínima de 3% na economia do país.


Ele relata que a entrada de material importado desacelerou desde dezembro, levando a quase a zero em janeiro, a maioria dos negócios de compra de aços laminados por parte de vários importadores. "A vantagem que existia com os incentivos estaduais desapareceu", comentou.


Na sua avaliação, a importação de aço plano - chapas para utilização nos setores automotivo, de bens de linha branca e em máquinas e equipamentos - vai cair em cerca 50% em 2013. "Estimamos algo entre 800 mil e 900 mil toneladas", afirmou. Isso começou a ser percebido já em dezembro.


Esses volumes não incluem aço importado pelas próprias siderúrgicas. No ano passado, o volume desse tipo de aço que entrou no país somou 2 milhões de toneladas, com desembarques de material chinês, principalmente, sul-coreano, taiwanês, russo e ucraniano, de acordo com dados do governo federal. Nos longos, ao contrário, houve aumento de 25,5%.


O material estrangeiro, no fim do ano passado, teve uma participação média no mercado interno de aços planos de 9%, mas com expressiva melhoria em relação a dezembro de 2011, que foi de 22,4%. O maior peso ficou ainda com laminado a frio (17,7%) e zincados (15,4%), aços aplicados em automóveis, geladeiras, fogões e máquinas de lavar.


Devido à elevação de 12% para 25% na alíquota de importação no quarto trimestre mais a alta do câmbio, a entrada de chapas laminadas a quente (usadas em autopeças e implementos) despencou mais de 90% em dezembro.


Para Loureiro, este será um ano de baixa importação devido à ausência de prêmio entre importado e produto local, câmbio desfavorável e fim do incentivo nos portos, que chegava a 9%. "Para reengrenar, vai levar pelo menos seis meses", afirma.


O setor de distribuição de aço plano, conforme o Inda projeta crescer 6% neste ano, sobre as 4,35 milhões de toneladas comercializadas no ano passado. Se alcançado, o índice vai representar quatro vezes o de 2012. "Mesmo assim conseguimos ganhar espaço no consumo aparente, que só cresceu meio porcento".


Segundo o empresário, houve maior demanda de aço na área de bens de consumo, como automóveis e bens de linha branca. Para esses produtos, há um maior uso de chapas laminadas a rio e zincadas. Ao contrário, se viu retração nas chapas grossas e nos laminados a quente, retratando a falta de investimentos fixos (bens de capital, obras de infraestrutura e construção pesada). E mais da metade das vendas da distribuição é de laminado a quente e com forte presença também em chapa grossa.


Todavia, enquanto podem ganhar o alívio na briga com aço estrangeiro, as três fabricantes veem a chegada de um novo concorrente no mercado interno ainda neste trimestre: o grupo Gerdau. Com sua linha de produção de chapas laminadas a quente em fase de testes desde dezembro dentro da fábrica da Açominas, a Gerdau se prepara para iniciar a comercialização do produto até o fim do próximo mês.


Para este ano, a previsão da empresa é vender 400 mil toneladas, das quais metade no mercado interno, com foco principal em autopeças, máquinas e equipamentos e construção civil. A capacidade total dessa unidade é de 800 mil toneladas, volume a ser plenamente alcançado em 2014. A concorrência será direta com Usiminas, CSN e ArcelorMittal.


No próximo ano, ou em 2015, a Gerdau promete entrar também no segmento de chapas grossas, linha em fase de construção na Açominas, em Ouro Branco (MG). Foi desenhada para fazer 1,1 milhão de toneladas por ano. Os principais mercados são máquinas e equipamentos e implementos agrícolas e rodoviários. E a disputa será direta com a Usiminas.

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