País é um dos que mais investem em inovação tecnológica.
Ascom FinepO diretor de desenvolvimento científico e tecnológico da Finep, Fernando Ribeiro, afirmou durante seminário na Firjan, realizado na segunda-feira (31), que o acordo entre Brasil e Finlândia na área de inovação pode ajudar o país a cumprir sua agenda social. “Estamos passando por um período de mudanças no que diz respeito à ciência, tecnologia e informação, e essa aproximação é um passo muito importante. Esse seminário é uma forma concreta de dar seguimento ao acordo de cooperação que firmamos no fim do ano passado com a Tekes (Agência Finlandesa para o Financiamento de Tecnologia e Inovação)”, destacou Ribeiro, ressaltando que Brasil tem novas metas com a elaboração de um plano para a ciência do país, uma solicitação da presidente Dilma Rousseff.
Conhecida pela alta tecnologia e educação de qualidade, a Finlândia é um dos países que mais investe em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica (4% do PIB), ocupando as primeiras posições do ranking mundial. Já o Brasil investe hoje 1,16% do seu Produto Interno Bruto em inovação, e pretende alcançar 1,5% até o fim do ano. “Mais para frente, a nossa meta é chegar a investir 2% do PIB”, projetou o diretor da Finep.
Com mais de 50 empresas atuantes em terras brasileiras, um dos principais atrativos para as companhias finlandesas está na área de sustentabilidade. Com o Plano Inova Empresa, o Brasil pretende alavancar esse desenvolvimento no país. Em sua apresentação, Fernando Ribeiro chamou atenção para a grande demanda que recebeu o Inova Sustentabilidade: mais de R$ 3 bilhões, com cerca de 300 empresas interessadas.
O ministro de Meio Ambiente finlandês, Ville Niinistö, reforçou que seu país busca formas de garantir os recursos naturais e crescer de forma sustentável: “Somos pequenos se comparados ao Brasil, mas utilizamos bem as chamadas energias limpas. No setor de mineração, conseguimos reduzir dois terços dos riscos ambientais através de novas tecnologias produzidas na Finlândia”.
De acordo com Kari Herlevi, gerente de programas da Tekes, em 2013, dos 234 milhões de euros disponibilizados para inovação pela agência, 39% foram destinados para projetos focados em energia eficiente. “O importante é termos esse intercâmbio de informações sobre financiamento nos dois países”, disse Herlevi, que projeta os primeiros resultados do acordo para 2016. “Queremos criar cooperação entre empresas, precisamos organizar recursos conjuntos. Acredito que num período de dois anos conseguimos algumas definições. Bioenergia e reaproveitamento de resíduos são duas boas opções para cofinanciamentos”.
O seminário "Financiamento da Inovação no Brasil e na Finlândia" foi promovido pela Finep, em conjunto com a Tekes e com a Firjan, e contou com o apoio da Embaixada da Finlândia no Brasil. O objetivo principal do seminário foi apresentar aos empresários brasileiros e finlandeses os instrumentos de apoio à inovação oferecidos pelas agências de inovação dos dois países.
O seminário contou ainda com apresentações de Jari Luoto, embaixador da Finlândia no Brasil; Carlos Mariani Bittencourt, vice-presidente da Firjan; de Lucia Helena Viegas, Chefe substituta da Cooperação Internacional da Finep, sobre Instrumentos de apoio à inovação no Brasil; de Roberto Furio, gerente do Centro de Tecnologia SENAI Ambiental, sobre Soluções Tecnológicas Ambientais Paulo; e de Kaisu Annala, diretora estratégica do Ministério de Emprego e Economia da Finlândia, sobre Ações e Resultados do investimento de 1 bilhão de euros/ano em P&D de tecnologia limpas na Finlândia.
Cooperação
O presidente da Finep, Glauco Arbix, recebeu, em março do ano passado, o ministro da Economia da Finlândia, Jan Vapaavuori, para a assinatura de um memorando de entendimento entre a Finep e a Tekes.
Com duração inicial até dezembro de 2016, os objetivos do acordo são promover o intercâmbio de boas práticas entre as duas agências e ampliar a cooperação entre os dois países em áreas de interesse mútuo, como as energias renováveis, tecnologias de informação e comunicação (TICs), microeletrônica e tecnologias de construção naval. Estão previstos eventos e workshops para apoiar a formação de parcerias entre empresas e instituições de pesquisa, além do lançamento de chamadas conjuntas.
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