Os funcionários da Petrobras na Bacia de Campos marcaram nova greve de 24 horas para 9 de agosto, nos moldes da que aconteceu no último dia 25 de julho. O objetivo da paralisação é protestar contra mudanças no pagamento das horas extras de 4,5 mil empregados. A bacia é responsável por mais de 80% da produção nacional de petróleo.
Funcionários acusam a companhia de ter retirado um benefício ganho na Justiça, em 2011, em uma disputa judicial que já completa oito anos. Também reivindicam que o benefício seja estendido para outros empregados. A greve de 24 horas foi aprovada em assembleias no domingo.
Vitor Carvalho, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte do Estado do Rio (Sindipetro-NF), disse que foi aprovado ainda estado de assembleia permanente e estado de greve. “Desta forma, funcionários podem marcar greves sem avisar a petroleira com antecedência”, afirmou.
Na paralisação do dia 25, os grevistas conseguiram reduzir a produção da estatal e tiveram a adesão de 40 das 46 plataformas de Campos. A petroleira admitiu a interrupção temporária da produção de duas plataformas: P-7 e P-15, que produzem cerca de 10 mil barris de óleo por dia. As duas unidades, segundo sindicatos, pararam de produzir à meia-noite do dia 24 e assim permaneceram por 12 horas, até meio-dia do dia 25.
O Sindicato dos Petroleiros do Norte do Estado do Rio (Sindipetro) declarou ainda que a P-35, que segundo a Petrobras já não estava em operação por causa de uma parada técnica, teve seu retorno à produção atrasado, devido a greve. A plataforma é responsável hoje, segundo o sindicato, pela produção diária de 35 mil barris de óleo.
Ao 'Valor', a Petrobras explicou que a plataforma teve a produção interrompida em 24 de julho, às 8h30, para a realização de manutenção no sistema de água quente, que serve para facilitar a separação de água e petróleo. A produção foi retomada às 22h do dia 25 de julho por uma equipe de contingência da Petrobras.
O Sindipetro-Paraná (SC) também informou que funcionários da Refinaria Presidente Vargas (Repar) aprovaram, em assembleias realizadas na semana passada, uma greve de 24 horas para amanhã. O protesto é contra déficit de efetivo na refinaria.
Segundo nota do Sindipetro-PR, depois de concentração marcada para às 7h em frente à refinaria, os empregados vão realizar um ato em frente ao Ministério Público do Trabalho, onde irão protocolar uma denúncia sobre o déficit de efetivo.