O governo brasileiro está estudando a possibilidade de ampliação da mão de obra estrangeira qualificada no país para aumentar o crescimento e a competitividade nacional. A afirmação foi dada nesta sexta-feira (15) pelo subsecretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros, durante encontro promovido pela Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Petróleo (ABESPetro), no Rio.
"A ampliação do número de trabalhadores estrangeiros qualificados no Brasil vai contribuir para evitar o aumento nos custos de produção e facilitar a incorporação de novas tecnologias, o que resultará em maior competitividade e crescimento econômico mais acelerado", afirmou.
Nesta direção, o SAE está trabalhando na formulação de uma proposta para facilitar e estimular a entrada desses profissionais. De acordo com Barros, atualmente o Brasil possui um fluxo de pessoas muito inferior (apenas 0,3% de imigrantes) em comparação com outros países do mundo. O país precisaria ter cinco vezes mais imigrantes para alcançar a média latino-americana, dez vezes mais para alcançar a média mundial e cinquenta vezes mais para atingir a média da América do Norte e Oceania.
Em relação ao fluxo e intercâmbio de conhecimento, o subsecretário disse que o Brasil ainda é um país fechado. Segundo ele na visão dos imigrantes, o Brasil ainda é pouco atrativo e está na 27ª colocação no Índice Global de Talentos. Além disso, o processo de imigração no país é visto como caro e burocrático.
"Mais de 1/3 dos nossos imigrantes (36%) tem mais de 65 anos de idade, enquanto a média mundial é de 14%. Além de pequena, a população de imigrantes no Brasil já saiu do mercado de trabalho. Há pouca mobilidade de pessoas e de conhecimento", pontua.
Barros indicou que a SAE está mapeando em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a empresa EMDOC, as principais dificuldades enfrentadas pelo estrangeiro que precisa ou tem interesse em atuar no Brasil. O trabalho contará com a opinião de 700 empresas brasileiras, que sofrem constantemente com a falta de mão de obra qualificada, como as companhias de petróleo.