O Ibama autorizou na semana passada, a construção do Estaleiro e Base Naval para Construção de Submarinos Convencionais e de Propulsão Nuclear da Marinha Brasileira. A obra será realizada na Baía de Sepetiba, município de Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro, 73 km da capital fluminense. São cerca de R$ 15 bilhões destinados à implantação do estaleiro e à construção de quatro submarinos convencionais e o casco de um submarino nuclear que ficará a cargo de consórcio formado pela Odebrecht e pela francesa DCNS.
A Licença de Instalação assinada pelo presidente do Ibama, Abelardo Bayma, contém 12 condicionantes, dentre as quais se destacam a exigência de programas de monitoramento da biota aquática, dos sedimentos resultantes das atividades de dragagem e do gerenciamento de riscos ambientais. Por se tratar de projeto militar, o licenciamento ambiental é de competência do Ibama.
O empreendimento já atraiu projetos de outras companhias. É o caso da Nuclep, braço industrial do complexo nuclear do Brasil. A empresa vai construir nas imediações uma fábrica de motores para propulsão naval destinados a navios de grande porte, de R$ 47 milhões. “Eles vão acabar fornecendo muita coisa para o estaleiro da marinha”, afirmou a subsecretária de Desenvolvimento do Rio de Janeiro, Renata Cavalcanti.
Já a CSN anunciou a construção de uma plataforma logística, que compreende pátio de contêineres, armazéns para produtos siderúrgicos, café, açúcar e químicos. O plano prevê investimento de R$ 4,6 bilhões e inclui um terminal portuário. Ao lado da área que será utilizada pela Companhia Siderúrgica Nacional, com capacidade de produzir três milhões de toneladas de aço por ano, e com projeto já licenciado, estão os terrenos da Petrobras e da Gerdau. O governo do Rio de Janeiro tenta orientar as três companhias a construírem juntas um único porto.
Setor naval em expansão
O setor naval continua em plena expansão. De acordo com o presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, o Estado do Rio de Janeiro, ainda detém 50% do parque industrial naval. Mas, o governo federal também contemplou apostas em outros lugares maximizados, como o Nordeste. Segundo o executivo, dos projetos aprovados em dezembro de 2009, 50% foram enquadrados e estão em fase de contratação com os estaleiros neste primeiro semestre. Com isso, a geração de empregos, que é a meta do Sinaval, pulou de 46 mil empregados para cerca de 80 mil, conforme disse Ariovaldo.