Privilegiado pelas belezas naturais do seu litoral, o Rio de Janeiro tem se consolidado como líder da indústria náutica do país. Como prova do aquecimento, a última edição do Rio Boat Show superou em R$ 6 milhões a anterior, gerando R$ 276 milhões em negócios. Além disso, o estado concentra 24,2% da infraestrutura de apoio e acaba sendo o responsável por 35% dos empregos diretos do setor, à frente de São Paulo (17,1%) e Bahia (16%).
O reaquecimento da indústria náutica e a posição de vanguarda conquistada pelo Rio são resultados da atuação do Fórum Náutico Fluminense, criado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis), em parceria com empresas da área. Entre os benefícios que impulsionou o setor está a redução de 25% para 7% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) para fabricação de embarcações de lazer no estado.
"A indústria náutica tem recebido toda atenção do governo, que desenvolveu incentivos específicos. Entre as conquistas obtidas estão a liderança nacional em vagas molhadas, a condição de benchmarking até mesmo internacional, a criação junto à Secretaria de Patrimônio da União (SPU) da recente portaria que regulamenta a cessão do espelho d’água, com o pagamento de uma taxa mais acessível", destacou Bruno Guaranys, Diretor de Novos Negócios da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin).
Segundo o executivo, se for comparada à área de óleo e gás, a indústria náutica gera sete vezes mais empregos a cada dólar investido. Por isso, o estado assumiu a liderança na geração de postos de trabalho, com mais de 11 mil vagas diretas ou indiretas.
"Desde a redução do ICMS o setor tem crescido a taxas de 15% ao ano. Possibilitamos o crescimento de empresas que já estavam presentes no estado e duas novas vieram, a Intermarine e Beneteau, instaladas em Angra dos Reis, o que foi uma grande conquista para o Rio de Janeiro", concluiu Guaranys.
As pesquisas já atestam os resultados do incremento no setor. Segundo dados do estudo "Indústria Náutica: Fatos e Números 2012", desenvolvido pela Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e Seus Implementos (Acobar), a Região Sudeste concentra 53% da frota nacional de lanchas e 48% dos veleiros, sendo que o Rio de Janeiro, sozinho, detém 25% da frota de embarcações acima de 16 pés.