Dentro da perspectiva de aumento da participação na geração de energia elétrica, a Light planeja agora entrar no mercado de geração térmica a gás. O presidente da companhia, Jerson Kelman, disse que o plano vai depender da sinalização da Petrobras de que teria garantia de fornecimento do combustível para, somente então, definir tanto a capacidade de geração da usina como a localização.
A entrada no gás segue a tendência já apontada pela companhia de passar a gerar energia, além da sua já tradicional atuação na distribuição de energia. Kelman disse que os investimentos em geração não atrapalham a distribuição, cujas aplicações estão no limite da capacidade da indústria.
"Estamos com um caixa confortável. O ritmo de investimento na distribuição está no limite do que conseguimos contratar. Se o conselho de administração me desse mais dinheiro, eu não conseguiria comprar. A indústria não consegue atender. Não adianta ter dinheiro, tem que ter capacidade. Ainda assim, dá para fazer a geração de energia", disse o presidente.
Os investimentos previstos para Light em 2010 são de R$ 706 milhões, sendo R$ 525 milhões voltados para a distribuição de energia. O restante será direcionado para projetos de geração, levando em consideração a possibilidade de entrada de operação de duas usinas eólicas de pequeno porte.
De acordo com o diretor de Energia da Light, Evandro Vasconcelos, a geração de energia dá à companhia um patamar diferenciado de crescimento. E boa parte disso deve ser direcionada ao mercado consumidor livre. "Acreditamos no mercado livre, em que as empresas só entram se for para ganhar mais. No longo prazo, é benéfico para as empresas", acredita.
Entre os projetos de geração, há o Complexo do Lajes, com a usina de Fontes Velha, desativada desde 1989, que dará lugar a outra PCH, de 18MW. A unidade vai utilizar o reservatório já existente. Outro projeto em andamento é o da Usina Hidrelétrica Itaocara, que terá 195MW de potência.