Valor Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou ontem ao ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) a criação de uma força-tarefa, juntamente com os ministérios de Desenvolvimento Agrário, Meio Ambiente e Agricultura, para elaborar estratégia de reação ao "processo de ataque" contra o uso dos biocombustíveis - em especial contra o etanol brasileiro - em crescimento na Europa. O contra-ataque será a maior divulgação possível dos benefícios do uso do etanol.
A decisão foi tomada no vôo do Brasil para a Holanda, onde Lula inicia hoje uma visita oficial de dois dias. O presidente e o ministro participarão de um seminário empresarial Brasil-Holanda, no qual o governo brasileiro pretende mostrar aos holandeses novas possibilidades de investimento no país. Participam 85 empresários brasileiros e 90 holandeses. A Holanda foi em 2007 o primeiro investidor individual no Brasil.
"Na minha opinião, esse processo de ataque ao etanol faz parte do protecionismo clássico europeu", disse Miguel Jorge. "Você só preocupa seu concorrente quando tem importância. A partir do momento em que você começa a ser eficiente, ocupar mercado, os seus concorrentes vão contra-atacar. É um pouco o processo que está acontecendo, além do processo de protecionismo clássico dos países europeus contra a agricultura dos países em desenvolvimento. O contra-ataque é informar, ser transparente e divulgar o maior número possível de informações."
Segundo ele, essa resistência de alguns países europeus, nesse momento, "é surpreendente", porque a questão do etanol tem sido discutida há anos. Na conversa que tiveram no vôo para Haia, sede do governo holandês, o presidente determinou a formação do grupo de trabalho logo que retornarem ao Brasil. Segundo ele, a falta de uma estratégia permanente de informação dificultou a reação do país quando houve uma campanha na Europa contra a carne brasileira.
Fale Conosco
22