Valor Econômico
Marcus Vasconcellos, diretor corporativo da refinaria de Manguinhos, argumenta que não cabe à refinaria fiscalizar o pagamento de impostos. "A sonegação, quem resolve é a fiscalização", disse. Ele diz que Manguinhos tem apenas 1% do mercado do Rio, e por isso não tem poder para afetar o mercado da forma como teme o setor.
A refinaria tem capacidade para processar 16 mil barris de petróleo/dia, mas está produzindo apenas 10 mil barris/dia. Devido à defasagem dos preços praticados pela Petrobras, ele disse que reduziu a produção de gasolina e diesel e mantém a produção de destilados, solventes e óleo combustível.
O diretor de Manguinhos acha que o setor não entendeu que o maior benefício fiscal do governo é o adiamento do pagamento de impostos para desembaraço aduaneiro do petróleo importado, sob o qual incidem ICMS e PIS/Cofins. "Nossa operação, pela característica de tributação, requer um investimento alto em capital de giro."
Feitos os pagamentos dos tributos, a refinaria demora entre 20 e 30 dias para processar o óleo em combustíveis, que é vendido a prazo. Esse fluxo de 40 dias exige que a companhia tenha cerca de US$ 30 milhões em caixa para capital de giro permanente. "É justamente o dinheiro que preciso para investir", afirma Vasconcellos.
O diretor lembrou que a refinaria de Manguinhos existe há 50 anos e são necessários investimentos em automação industrial, meio ambiente, na especificação de novos produtos e em novo terminal marítimo. Por isso, US$ 20 milhões serão investidos em um novo terminal e mais US$ 10 milhões em modernização, em dez anos.
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