Redação/Assessoria UNEM
A produção de etanol de milho no Brasil, intensificada nos últimos três anos, não somente garante um volume maior do combustível no mercado, mas tem potencial para dar mais estabilidade aos preços ao longo do tempo. Isso porque sua principal matéria-prima, o milho, pode ser armazenado e está disponível durante o ano todo – permitindo uma operação permanente das usinas, ao contrário do que ocorre com a cana-de-açúcar.
Calcula-se que as indústrias que operam com cana ficam aproximadamente 33% do ano sem produzir devido à entressafra, nos meses de dezembro a março (120 dias críticos para o abastecimento). Nesse período, é natural que os preços ao consumidor acabem se elevando, devido à redução na oferta do combustível.
“Mas, a médio prazo, com o aumento da produção pelo milho, essa oscilação tende a perder força. Conforme a participação do etanol de milho se ampliar no mercado brasileiro, teremos menos sazonalidade de oferta e preços mais equilibrados”, observa o presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco.
Se em 2015, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o etanol de milho correspondia a 0,4% da produção total do etanol brasileiro, o percentual chegou a 4% no ano passado. As projeções da Unem apontam para 20% daqui a oito anos (2028). “Ainda hoje, os meses de entressafra da cana conferem uma volatilidade maior. Mas é esperado que com a consolidação do mercado do etanol de milho essa realidade mude”, pondera Nolasco.
DDG
O mercado de proteína animal também tende a ser beneficiado com a operação das usinas de etanol de milho. De maio a novembro, as pastagens por todo o Brasil sofrem com a seca, impactando na alimentação e nutrição dos animais. “O DDG, farelo animal composto por grãos de milho secos pelo processo de destilação, pode ser valioso para complementar a dieta dos rebanhos nesse momento. Além disso, é uma opção com oferta firme durante o ano todo”, afirma o presidente da Unem.
Levantamento da Scot Consultoria mostra que o DDG teve preço médio de R$ 655,24 por tonelada na segunda quinzena de janeiro – correspondendo a 52% da cotação média do farelo de soja. Atualmente, o mercado de DDG é suprido pela produção das usinas de etanol de milho existentes em Mato Grosso e Goiás.
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