Investimentos chegaram a R$ 17 milhões.
Governo de Minas Gerais
Foi inaugurado na última sexta-feira (14), em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o primeiro aeroporto industrial do país. O empreendimento vai permitir às empresas instaladas no local trabalharem em uma zona de suspensão tributária, sob regime de entreposto aduaneiro especial. O Governo de Minas investiu R$ 17 milhões, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), para a construção e implementação da infraestrutura do espaço.
Localizado no sítio do Aeroporto Internacional Tancredo Neves (AITN), a iniciativa para implantação do Aeroporto Industrial surgiu em uma parceria entre o Governo de Minas, a Receita Federal e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). O Aeroporto Industrial é um recinto alfandegário credenciado para a realização de atividades de industrialização, abrigando empresas não poluentes, voltadas principalmente para a exportação e cuja produção utilize intensivamente o modal aéreo, de modo a assegurar rapidez, agilidade e acessibilidade, tanto aos fornecedores quanto aos consumidores.
O empreendimento já homologado pela Receita Federal, operou, de agosto de 2006 a dezembro de 2007, por meio de um projeto piloto com a empresa Clamper. Possui cerca de 8 mil metros quadrados de área construída, sendo 4.456 mil metros quadrados do entreposto e 3.619 metros quadrados de área de manobra. O espaço é destinado à Receita Federal, ao administrador do Aeroporto Industrial e possui um depósito de insumos na entrada e saída, bem como área de apoio para as empresas que se instalarão no local. O Governo de Minas realizou todo o investimento de infraestrutura em área de 46.000 mil metros quadrados, onde poderão operar nove lotes, que podem ser ocupados por até nove empresas.
O aeroporto será administrado pelo concessionário do AITN e entra em operação a partir de agosto deste ano. As empresas interessadas já podem entrar em contato com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) e com o consórcio AeroBrasil. De acordo com a Sede, 20 empresas já manifestaram interesse em se instalar no espaço. Para se instalarem no Aeroporto Industrial as empresas devem ser credenciadas pela Receita Federal.
O Regime Especial de Entreposto Aduaneiro na Importação e na Exportação foi regulamentado por instrução normativa da Receita Federal que define as atividades permitidas, bem como os requisitos e procedimentos necessários para a adesão das empresas. Este regime tem como similares no mundo as Zonas de Livre Comércio.
Entre os empreendimentos que poderão operar no Aeroporto Industrial estão os dos segmentos aeroespacial, equipamentos eletrônicos, ciências da vida e tecnologia da informação. Também poderá armazenar máquinas ou equipamentos mecânicos, eletromecânicos, eletrônicos ou de informática, provisões de bordo de aeronaves utilizadas no transporte comercial internacional, partes, peças e outros materiais de reposição, manutenção ou reparo de aeronaves, além de equipamentos e instrumentos de uso aeronáutico.
Cadeia de Bioquerosene
Durante a solenidade, foi assinado memorando de entendimento entre o Governo de Minas e 17 instituições para o desenvolvimento e consolidação da Cadeia Produtiva de Bioquerosene para a Aviação no Estado de Minas Gerais. Este é o primeiro passo para implementar uma plataforma institucional para desenvolver atividades e projetos colaborativos que levem à consolidação de um Programa Mineiro de Desenvolvimento da Cadeia de Valor de Bioquerosene para a Aviação e o seu uso em bases econômicas. O plano de ação para implementação da plataforma mineira de biocombustível deverá ser discutido e acordado pelos participantes em até 60 dias após a assinatura do memorando.
O objetivo é transformar Minas Gerais na primeira plataforma integrada de produção de BioQAv no Brasil, e o Aeroporto Internacional Tancredo Neves no primeiro aeroporto “verde” do Brasil. O BioQAv drop-in é todo biocombustível que possa ser misturado com combustível fóssil numa proporção definida sem requerer adaptação no avião ou nas turbinas.
Além do Governo de Minas, assinaram o documento a Acrotech Sementes e Reflorestamento Ltda., Amyris Brasil S/A, Associação Brasileira das Empresas Aéreas - ABEAR, Azul Linhas Aéreas Brasileiras S/A, Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A. (BDMG), Boeing Brasil Serviços Técnicos Aeronáuticos Ltda., Byogy do Brasil Ltda., Camelina Company Brasil, Companhia Mineira de Açúcar e Álcool Participações, Curcas Diesel Brasil Ltda., Embraer S.A, Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária - INFRAERO, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais – FAEMG, Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – FIEMG, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, General Electric do Brasil, Gol Linhas Aéreas Inteligentes, OceanAir Linhas Aéreas S/A (Avianca), RSB – Roundtable on Sustainable Biomaterials, Solazyme Brasil Óleos Renováveis e Bioprodutos Ltda. e Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.
A plataforma mineira pretende impulsionar a estrutura agrícola, transformando Minas Gerais em um grande fornecedor de matéria-prima para produção de biocombustíveis, implantando uma cadeia de suprimento apoiada pela academia e institutos de pesquisa. A meta é ter unidades de biomassa nos municípios de Jaíba e Montes Claros, no Norte de Minas, e usinas de prensagem do óleo em vários municípios.
A plataforma de biocombustíveis deverá desenvolver toda a cadeia de valor do bioquerosene com várias matérias-primas como cana-de-açúcar, pinhão manso e camelina. Outro objetivo é ter uma indústria sustentável para aviação que vai desde a produção da biomassa até sua utilização no voo. A Plataforma Brasileira de Bicombustível foi formalmente estruturada em agosto de 2013.
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