Operação Lava-Jato

MPF defende manutenção de prisão preventiva de Renato Duque

Em parecer, subprocurador-geral da República sustenta risco de reiteração criminosa, caso o réu seja posto em liberdade.

MPF/Redação
26/07/2016 19:41
Visualizações: 475 (0) (0) (0) (0)

Em parecer encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), na sexta-feira, 22 de julho, o subprocurador-geral da República Francisco Sanseverino defende que seja mantida a prisão preventiva do ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque, decretada pela 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, em dezembro. Para ele, a soltura do réu poderia atrapalhar a condução das investigações, além de representar um risco para a prática de novos delitos. Duque responde por corrupção passiva e associação criminosa, por envolvimento na Lava Jato e pelo recebimento de propina.

No parecer, Sanseverino opina pelo desprovimento do Recurso em Habeas Corpus (RHC) 71.927/RJ interposto por Duque contra decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), que manteve o terceiro mandato de prisão preventiva decretado contra ele, em dezembro do ano passado. A ação original, ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) na primeira instância, é desmembramento da Operação Lava Jato, que apura o esquema de corrupção na estatal brasileira.

Segundo a denúncia do MPF, Duque teria recebido por duas vezes vantagem indevida de US$ 1 milhão para favorecer a contratação da empresa holandesa SBM Offshore pela Petrobras. Nessa mesma ação, também foram decretadas as prisões de Jorge Zelada, ex-diretor internacional da Petrobras, Paulo Roberto Buarque Carneiro, ex-funcionário da estatal, que participava de comissões de licitações, e Roberto Zubiate, vice-presidente para as Américas do Grupo Empresarial Holandês SBM Off Shore. Os réus são acusados de participarem de esquema de pagamento de propina pelo grupo holandês - fornecedor de navios plataforma à Petrobras - de março de 2008 a julho de 2012, em troca da liberação de senha que dava acesso a arquivos confidenciais da estatal.

No recurso em HC proposto ao STJ, Renato Duque já teve pedido de liminar para suspender a prisão negado, em maio deste ano, pelo ministro Felix Fischer, relator do caso. No parecer encaminhado ao STJ, para análise do mérito da questão, Sanseverino argumenta que a 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro demonstrou todos os requisitos da prisão preventiva: a comprovação da existência de um crime e indícios suficientes de autoria, assim como o risco da manutenção do réu em liberdade.

“A existência do crime restou devidamente demonstrada mediante a constatação dos indícios de que o ora recorrente Renato Duque desempenhou função de destaque no esquema ilícito praticado contra a Petrobras, ao receber vantagens monetárias indevidas em troca de aprovação de contratações em benefício da empresa holandesa SBM Offshore”, afirma o subprocurador-geral. Ele sustenta que a prisão preventiva é necessária diante do risco de reiteração criminosa pelo réu, principalmente levando em consideração seus influentes contatos políticos e recursos financeiros à sua disposição.

Além disso, as demais medidas cautelares previstas na legislação – como proibição de acesso à Petrobras, de contato com pessoas da estatal e suspensão do exercício de atividades -, conforme destacou a própria decisão de primeiro grau, não seriam eficazes ou suficientes à manutenção da ordem pública, segundo o parecer. “Cumpre destacar o seguinte trecho da decisão do Juízo da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, o qual permite concluir pela necessidade da garantia da ordem pública: os valores ainda não foram recuperados; prejuízos milionários sofridos pela União e, por via de consequência, pelo povo brasileiro na atualidade com os reflexos no caos da economia, da saúde, da educação”, ressalta Sanseverino.

Para sustentar a manutenção da prisão preventiva, o subprocurador-geral da República lembra, ainda, que Duque “já foi condenado na Operação Lava Jato e faz do recebimento de vantagem indevida (corrupção passiva) um meio habitual de vida”.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Resultado
PPSA encerra 2024 com lucro de R$ 28,8 milhões
28/04/25
Seminário
Estaleiro Mauá realiza Seminário Soluções e Inovações de...
28/04/25
Etanol
Hidratado e anidro fecham a semana em baixa
28/04/25
Etanol
MG deverá colher 77,2 milhões de toneladas de cana na sa...
28/04/25
Bunker
Petrobras e Vale celebram parceria para teste com bunker...
25/04/25
Pessoas
Thierry Roland Soret é o novo CEO da Arai Energy
25/04/25
Combustível
ANP concede autorização excepcional para fornecimento de...
25/04/25
Sísmica
ANP aprova aprimoramento de normas sobre dados digitais ...
25/04/25
RenovaBio
Regulação do RenovaBio trava o mercado e ameaça metas de...
25/04/25
Bacia de Santos
Oil States do Brasil fecha novo contrato com a Petrobras...
24/04/25
Oportunidade
Últimos dias para se inscrever no programa de estágio da...
24/04/25
ESG
Necta Gás Natural reforça compromisso com princípios ESG...
24/04/25
Investimentos
Bahia vai receber fábrica de metanol e amônia verdes e o...
24/04/25
Pré-Sal
Parceria entre CNPEM e Petrobras mira uso do Sirius para...
24/04/25
Meio Ambiente
Porto do Açu e Repsol Sinopec Brasil assinam acordo para...
23/04/25
Combustíveis
Gasolina em Alta: Como o Preço do Petróleo e do Dólar In...
23/04/25
Diesel
Após reajuste da Petrobras, preço do diesel volta a cair...
23/04/25
Energia Elétrica
Neoenergia vende 50% de Itabapoana Transmissão
23/04/25
Combustíveis
Abastecimento de combustíveis: ANP debate atuação de órg...
22/04/25
Startups
Concluída a avaliação das startups que se inscreveram na...
22/04/25
Etanol
Hidratado recua após duas semanas em alta; Anidro fecha ...
22/04/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22