Pesquisa da CNI mostra que nem na crise da desvalorização do real, em junho de 1999, os brasileiros estiveram tão pessimistas em relação à possibilidade de perder o emprego quanto agora.
Agência CNI de Notícias/RedaçãoO índice de Medo do Desemprego subiu 1,9% em junho na comparação com março e alcançou 108,5 pontos. É o maior valor desde maio de 1999, quando começou a ser pesquisado. "O maior valor da série, até então, havia sido verificado em maio de 1999, em meio à crise de desvalorização do real", diz a pesquisa divulgada nesta segunda-feira (18) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice, que aumentou 4,2% frente a junho do ano passado, está muito distante da média histórica de 89 pontos.
De acordo com a economista da CNI Maria Carolina Marques, o aumento do medo do desemprego indica que a economia terá mais dificuldades para se recuperar. "O Índice do Medo do Desemprego é importante porque antecipa o comportamento de consumo. Uma pessoa com medo de perder o emprego procura guardar dinheiro para se sustentar em caso de demissão e adiar as compras, principalmente as de bens de maior valor, que demandam financiamento. Isso deprime a demanda e acaba prolongando a crise econômica", afirma Maria Carolina.
A pesquisa da CNI mostra ainda que o Índice de Satisfação com a Vida aumentou 0,8% em junho em relação a março e ficou em 93,2 pontos. No entanto, na comparação com junho de 2015, o indicador teve queda de 2,6% e está abaixo da média histórica que é de 101,3 pontos. "O índice teve uma pequena reação, mas não recuperou a forte retração de 2,8% registrada no trimestre anterior", avalia Maria Carolina. A pesquisa mostra que o Índice de Satisfação com a Vida de junho é o segundo menor desde 1999, quando começou a série histórica. O menor, de 92,4 pontos, foi registrado em março deste ano.
Esta edição da pesquisa, que é trimestral, ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios de 24 a 27 de junho de 2016.
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