Demanda por testes toxicológicos na última década refletiu até no setor de Saúde e Segurança do Trabalho
Redação TN Petróleo/AssessoriaO uso abusivo de álcool, drogas e substâncias psicoativas entre petroleiros é uma realidade preocupante na indústria offshore. Por apresentar características e rotinas diferenciadas, o trabalho no setor pode se tornar uma atividade desafiadora e exigente para os colaboradores. Segundo estudo publicado em 2014 por pesquisadores da UFRJ, condições adversas geradas pelo trabalho nas plataformas tais como ausência de convívio social e familiar, confinamento, ambiente de alta periculosidade, repousos insuficientes, entre outras, podem colocar o empregado em uma situação de vulnerabilidade ao consumo nocivo de álcool e outras substâncias psicoativas.
O consumo de substâncias psicoativas pode comprometer a capacidade de tomada de decisões, a coordenação motora e a atenção, aumentando o risco de acidentes graves. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), trabalhadores que fazem uso abusivo de substâncias psicoativas possuem maior tendência a acidentes de trabalho e absenteísmo. No setor offshore, o consumo de drogas e álcool pode comprometer a segurança dos trabalhadores e de toda a equipe que está na plataforma. Além disso, pode afetar a produtividade e a qualidade do trabalho realizado.
Ainda segundo a OIT, um em cada cinco acidentes nas empresas são provocados pelo consumo de psicoativos. Isso ocorre porque certas substâncias, como álcool e maconha podem afetar a cognição e coordenação motora do profissional. Para o médico do trabalho Gustavo Cardoso (foto), o uso dessas substâncias nas plataformas é um problema que precisa ser enfrentado pelas empresas do segmento. "O consumo de drogas pode ter grande impacto negativo sobre a atenção e desempenho dos trabalhadores, aumentando o risco de acidentes. Além disso, pode gerar conflitos e problemas de convivência dentro da equipe", alerta.
Para combater o perigo das drogas entre trabalhadores offshore, é fundamental que as empresas do setor invistam em programas de prevenção e conscientização sobre os riscos do uso de drogas. Além disso, é essencial que as companhias promovam um ambiente de trabalho mais saudável e seguro, garantindo repousos adequados, intervalos regulares e condições de trabalho adequadas.
Outra ferramenta fundamental para evitar riscos gerados por consumo de psicoativos é a realização de exames toxicológicos regulares em seu quadro de colaboradores. "É fundamental que as empresas do setor de petróleo estejam atentas ao perigo das drogas nas plataformas e adotem medidas preventivas para garantir a segurança e a saúde de seus funcionários. Afinal, a segurança é um valor inegociável em qualquer atividade, e merece atenção especial no segmento de óleo e gás", complementa o médico.
Empresas que têm escalas regulares de funcionários para plataformas, sondas e navios em alto mar costumam realizar os exames tanto no pré quanto no pós-embarque, durante os voos para as embarcações. Essa demanda gerou grande procura pelos testes na última década, repercutindo, inclusive, nos formatos e serviços oferecidos por empresas do mercado de saúde e segurança ocupacional.
Uma das companhias de Saúde Corporativa que vem se especializando nos serviços relacionados aos testes toxicológicos é a BR MED. Devido à grande demanda de clientes, a empresa aumentou sua rede de clínicas para o atendimento em todos os aeroportos do sudeste do país e criou um novo formato de atendimento: as 'Aero Clínicas', postos avançados especializados na avaliação dos marítimos imediatamente antes do embarque em aeronaves com destino às plataformas de petróleo. A testagem em terra, momentos antes do embarque, oferece um atrativo às companhias: o fator econômico. No caso de um resultado positivo no exame toxicológico realizado em terra, o embarque do colaborador é suspenso e evita o custo das viagens no caso dos exames realizados a bordo.
A mais nova Aero Clínica foi inaugurada no Aeroporto de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, em junho e até o final do ano, a BR MED planeja abrir mais seis unidades - entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo - sempre em pontos estratégicos de embarque e desembarque de trabalhadores do segmento.
A implementação do exame toxicológico pelas empresas offshore se relaciona diretamente com uma política de prevenção às drogas, uma vez que identifica o uso de substâncias ilícitas que podem comprometer a capacidade e o discernimento dos profissionais. Além disso, ao implementar essa prática, as companhias demonstram seu compromisso com a segurança e a responsabilidade social, contribuindo para a construção de um ambiente de trabalho saudável e livre de riscos.
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