Transição Energética

Óleo & gás continuará essencial até 2050, dizem especialistas na Energy Week

Painel reforça que abandono precipitado do petróleo pode elevar custos, ampliar desigualdades e comprometer segurança energética.

Redação TN Petróleo/Assessoria CEPETRO
04/12/2025 09:45
Óleo & gás continuará essencial até 2050, dizem especialistas na Energy Week Imagem: Divulgação CEPETRO Visualizações: 123

Na foto; Denis José Schiozer, Marcos da Silva Andrade e Antônio Cláudio de França Correia

O petróleo seguirá indispensável por décadas, e qualquer tentativa de substituí-lo sem planejamento esbarra em custos trilionários e riscos para a estabilidade energética. Esse foi, em linhas gerais, o alerta do consultor Antônio Cláudio de França Correia na abertura do painel "O papel vital do Óleo e Gás na Matriz Energética Atual", realizado nesta quarta-feira (3/12) durante a Energy Week, evento promovido pelo CEPETRO da Unicamp. Diante de uma plateia formada por pesquisadores e profissionais da indústria, o especialista enfatizou a complexidade da transição energética e a necessidade de decisões públicas baseadas em ciência, planejamento e realismo econômico.

O debate foi moderado pelo professor Denis José Schiozer, diretor do EPIC e coordenador do grupo de pesquisa UNISIM/CEPETRO, que destacou a relevância de discutir cenários energéticos em um momento em que a demanda global continua crescendo. Também participou do painel Marcos da Silva Andrade, da Universidade Petrobras, que analisou o papel das grandes petroleiras diante do desafio de produzir energia com menor pegada de carbono.

Energia: demanda crescente, desafios crescentes

Em sua apresentação, Correia contextualizou o debate lembrando que a demanda energética global continuará subindo, impulsionada pelo crescimento populacional e pelas ambições de desenvolvimento humano. Segundo ele, as perspectivas internacionais mostram que, mesmo em cenários de neutralidade de carbono, óleo e gás ainda comporão parcela importante da matriz até 2050, ao lado da expansão de renováveis como solar e eólica.

Para ilustrar o tamanho do desafio, o consultor comparou a potência total consumida pela humanidade — cerca de 21 terawatts — com a energia que chega à Terra via radiação solar. "Recebemos diariamente o equivalente a 10 milhões de Itaipus acesas. O problema não é falta de energia, mas nossa capacidade de captá-la, armazená-la e distribuí-la", afirmou.

Correia também destacou que o setor de óleo e gás investe globalmente US$ 650 bilhões por ano apenas para manter a produção estável. "Se eliminarmos 8% do petróleo do sistema, será preciso investir quase US$ 3 trilhões anuais para suprir a mesma energia com fontes intermitentes. É preciso discutir a transição com base em física, economia e engenharia — não em slogans."

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