Redação TN Petróleo/MediaLink Comunicação Corporativa
O Brasil foi indicado pela ONU como uma das lideranças mundiais do Diálogo de Alto Nível das Nações Unidas sobre Energia. Próximo da abertura da Assembleia-Geral, que ocorrerá em setembro, na cidade de Nova York, o País se destaca no tema transição energética. A informação foi dada pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em reunião virtual com executivos ligados à cadeia do agronegócio no País. O encontro foi organizado pelo COSAG -- Conselho Superior do Agronegócio juntamente com o CONIC -- Conselho de Inovação e Competitividade e COINFRA -- Conselho Superior de Infraestrutura, todos da FIESP. O encontro, realizado no início do mês (02/07), foi conduzido pelo presidente do COSAG, Jacyr Costa Filho.
Segundo Albuquerque, a indicação do Brasil se deve à abundância de recursos naturais e ampla disponibilidade de fontes de energia renovável na matriz energética, com destaque para os biocombustíveis, hidroeletricidade e energias eólica e solar. O evento teve ainda a participação do CEO da Volkswagen para a América do Sul Pablo Di Si e do CEO da Bosch América Latina, Besaliel Botelho.
"O Brasil é referência mundial na utilização de biocombustíveis na sua matriz energética. Além disso, tem mais de 80% de sua matriz elétrica baseada em fontes renováveis. O setor energético brasileiro dará conta desta responsabilidade atribuída pelas Nações Unidas. Dispomos de todos os meios para manter e ampliar este protagonismo", afirmou Jacyr Costa Filho. Por sua vez, Bento Albuquerque abordou a atuação do governo federal na formulação de políticas que assegurem uma transição energética bem-sucedida e detalhou o trabalho realizado em âmbito internacional na construção da imagem do País como potência bioenergética.
Em relação às práticas internas, Bento Albuquerque citou o desenvolvimento de dois programas-chave para alavancar ainda mais o uso de energias sustentáveis, particularmente dos biocombustíveis: etanol, biodiesel e biometano. O convidado especial do encontro apontou o RenovaBio, instituído no Brasil em 2019, como iniciativa pioneira de um mercado de créditos de carbono desenvolvido pelo segmento de biocombustíveis. Destaca-se a emissão de certificados de Dercarbonização (CBIOs), adquiridos na Bolsa B3 por empresas que precisam compensar suas emissões de Gases do Efeito Estuva (GEE).
Foi implantado, em abril de 2021, o Programa Combustível do Futuro, visando a integração de diversos programas governamentais, como o próprio RenovaBio, Rota 2030, Proconvi - Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores, entre outros. Todos com o objetivo reduzir as emissões veiculares e o desenvolvimento de tecnologia nacional. "Criaremos condições necessárias, inclusive, para a introdução do bioquerosene de aviação, provocando respostas muito positivas", afirmou Albuquerque.
Em cooperação internacional, o ministro acrescentou que o governo vem atraindo novos parceiros na Ásia e África, com o envolvimento com os Estados Unidos, Índia, China e Reino Unido na maior utilização de biocombustíveis.
Os CEOs da Volkswagen e da Bosch destacaram o papel dos biocombustíveis frente à tendência de eletrificação veicular. "Nossa proposta é transformar o Brasil em um centro de excelência e tecnologias veiculares. O etanol tem uma história fantástica neste País", comentou Pablo Di Si, lembrando a participação da Volkswagen nessa revolução tecnológica com a produção de carros a álcool e, na virada do século, também na utilização da tecnologia flex.
Para o CEO da Bosch, Besaliel Botelho, o Brasil e o mundo vivem, em 2021, momentos diferentes. "Esta tecnologia, o etanol, começou com um foco muito mais econômico por conta das importações de petróleo nos anos 1970. Hoje, o País atravessa uma fase de protagonismo ambiental. Não podemos perder a oportunidade", enfatizou.
Fale Conosco
21