Bloomberg, 26/03/2020
O choque mais repentino e de maior impacto para a economia global em pelo menos uma geração é sentido em portos e outros centros de comércio internacional em meio à batalha da Europa e Estados Unidos para conter a pandemia de coronavírus.
Nem crises modernas como a Grande Recessão, os ataques de 11 de setembro e a crise do petróleo de 1973 limitaram os fluxos comerciais com a rapidez e a força do Covid-19.
E nem mesmo a Segunda Guerra Mundial provocou o nocaute econômico que paralisa as cadeias de suprimentos globais e quase silencia as cidades mais movimentadas do mundo desenvolvido, onde consumidores estão em casa e empresas fechadas.
"Isso pode ser visto como um cenário de guerra sem a destruição de ativos físicos", disse o economista-chefe da Organização Mundial do Comércio, Robert Koopman, em entrevista à Bloomberg por telefone.
Os dados de alguns dos portos mais movimentados do mundo, que já mostravam tráfego de cargas reduzido com a economia da China fechada nos últimos dois meses, mostram a imagem preocupante de um colapso que muitos economistas acreditam irá persistir no primeiro semestre.
Os volumes de importação e exportação dos EUA desaceleraram nas semanas anteriores aos bloqueios de cidades do país, de acordo com dados da IHS Markit compilados pela Bloomberg.
As exportações dos EUA foram particularmente afetadas, e esses números devem ser acompanhados de perto nos próximos dias para dimensionar a gravidade da crise.
O Porto de Xangai, o maior do mundo, registrou queda de 20% da movimentação de contêineres em fevereiro na comparação anual, de acordo com o Departamento Municipal de Estatísticas de Xangai.
No mês passado, o volume de cargas no Porto de Long Beach caiu 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado, e movimentação total de contêineres no Porto de Hong Kong mostrou baixa de 11% na taxa acumulada.
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