Estudantes brasileiros e bolivianos testam tecnologia em competição de eficiência energética.
Redação TN Petróleo/AssessoriaO hidrogênio, combustível que ganha cada vez mais espaço estratégico como fonte limpa de energia e alternativa à descarbonização, marca presença pelo segundo ano consecutivo, na 7ª edição da Shell Eco-marathon Brasil. O evento, realizado até sexta no Píer Mauá, no Rio de Janeiro, é a maior competição acadêmica de eficiência energética do mundo. Esse ano duas equipes, uma boliviana e outra brasileira, assumiram o desafio que estimula engenheiros no mundo inteiro: provar que o H2 pode se transformar no combustível dos carros do futuro.
Estudantes universitários da equipe Capitán Victor Ustariz, representando a Escuela Militar de Ingenería de Santa Cruz de La Sierra, e do Grupo Cataratas de Eficiência Energética (GCEE), da Unioeste Foz do Iguaçu, projetaram dispositivos e desenvolveram sistemas para produzir, armazenar e regular a produção de hidrogênio.
2023 foi o primeiro ano que a Shell Eco-marathon Brasil contou com participantes na categoria hidrogênio. O interesse pelo uso H2 como combustível é crescente, devido ao seu potencial para transporte com emissão zero. As equipes que optaram por construir protótipos nesta categoria encararam um nível de complexidade tecnológico ainda maior para buscar melhores performances e menor consumo de combustível.
Pela primeira vez, uma equipe brasileira participa nessa categoria na Shell Eco-marathon Brasil. O estreante GCEE construiu um protótipo movido a H2 verde - produzido de fonte solar – numa planta experimental que existe no Parque Tecnológico Itaipu perto da universidade. O estudante de engenharia mecânica, Augusto Tomasi, explica que “optar pelo hidrogênio foi uma decisão natural. Seguimos uma tendência que a própria indústria automobilística indica. Acredito que o modelo que devemos adotar no Brasil deva ser a do carro movido a hidrogênio, não o elétrico, que exige motores mais pesados e longa recarga. Apostamos no futuro e na sustentabilidade com soluções para a mobilidade e uso industrial”.
Os universitários bolivianos venceram uma longa distância de ônibus até chegarem ao Rio. Foram 45 horas de viagem carregando na bagagem sonhos e as peças do carro desmontado. Composta por seis integrantes, a equipe Capitán Victor Ustariz compete pelo segundo ano no evento com um carro a hidrogênio. Ano passado não tiveram sorte, o cilindro de hidrogênio não passou pela inspeção. Depois de improvisarem, mesmo sacrificando a potência do carro, conseguiram colocar o carro na pista e estrear a categoria na competição. “Demoramos um ano para construir esse protótipo, um modelo diferente do ano passado. Participar de uma competição como essa é colocar em prática nossas competências e conhecimentos que adquirimos, e que vão ajudar a resolver os desafios energéticos do futuro. Fazer parte dessa construção já de agora é muito gratificante”, comenta o estudante Yoksan Anamayo.
Sobre a Shell Eco-marathon - É a competição global da Shell que convoca estudantes universitários para projetar, construir e operar protótipos de veículos com maior eficiência energética do mundo. Ao longo dos últimos 35 anos, o programa tem dado vida à missão da Shell de impulsionar o progresso, fornecendo mais soluções energéticas mais limpas. Tudo em nome da colaboração e da inovação, à medida que as ideias dos estudantes ajudam a moldar um futuro com menos emissões de carbono. Na 7ª edição brasileira, a competição terá três categorias de energia: Combustão Interna (gasolina e etanol), Bateria Elétrica e Hidrogênio. Para serem avaliados, os veículos passam por inspeção técnica e devem percorrer um circuito com o mínimo de combustível possível. A equipe vencedora será a que fizer a maior distância com a menor quantidade de energia.
A competição reúne cerca de 500 estudantes de várias regiões do Brasil e de países como Bolívia, Colômbia, México e Peru. Na edição de 2023, as equipes Drop Team (categoria combustão interna), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Erechim e a ARMAC Milhagem UFMG Elétrico (categoria bateria elétrica), da Universidade Federal de Minas Gerais, foram as grandes vencedoras da edição. Na categoria motor à combustão interna, a equipe gaúcha Drop Team conquistou o tricampeonato e atingiu o recorde com 716km/litro. Na bateria elétrica, a equipe ARMAC Milhagem UFMG BE também conquistou o tricampeonato, com a marca recorde de 367 km/kWh.
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