Refino

Petrobras analisa a compra de refinaria nos Estados Unidos

Valor Econômico
28/03/2005 03:00
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A Petrobras está analisando a compra da participação societária do grupo americano Lyondell, terceira maior companhia química independente dos Estados Unidos, em uma refinaria no Texas. A informação foi confirmada pelo diretor da área internacional da estatal, Nestor Cerveró, em entrevista ao Valor.
Na unidade que está sendo analisada, a Lyondell possui uma participação de pouco mais de 58% e tem como sócia a Citgo, subsidiária da Petróleos de Venezuela (PDVSA), que tem o restante das ações. A Citgo é dona, ou opera diretamente nos Estados Unidos, unidades com capacidade de refinar aproximadamente 859 mil barris/dia. Além disso, ela possui uma rede de 15 mil postos de combustíveis espalhados pelos Estados Unidos.
Ao confirmar a negociação, Cerveró disse que a análise da compra foi acertada em um dos acordos firmados pela Petrobras e PDVSA durante a última visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Venezuela, em fevereiro.
"Dentro dos acordos que fizemos com a PDVSA surgiu a possibilidade de a companhia venezuelana e a Petrobras substituírem a Lyondell nessa refinaria. Mas claro que isso depende da companhia americana. Quanto ao objetivo da nossa participação, ele é antigo. Queremos refinar nosso petróleo que hoje estamos exportando", afirmou o diretor da estatal.
A refinaria Lyondell-Citgo tem capacidade para processar 268 mil barris de petróleo extra pesado diariamente, produzindo 120 mil barris por dia de gasolina e 90 mil barris diários de diesel. Ela opera integrada a uma unidade petroquímica, onde são produzidos, anualmente, 317 mil barris de benzeno, 1,7 bilhão de barris de paraxileno e 875 milhões de barris de ortoxileno, matérias-primas para a indústria petroquímica.
Cerveró explicou que a Petrobras não tem interesse na planta de processo petroquímica, só na refinaria. O diretor disse que a Petrobras ainda está "em grau inicial" de contato com a Lyondell, que ficou de avaliar a possibilidade do negócio. Ele também frisou que a negociação só irá adiante se a Lyondell tiver interesse em se desfazer de sua participação, e se o custo for viável para a Petrobras.
Uma mostra de que a estatal brasileira continua determinada a refinar petróleo em solo americano é vista em outra frase do diretor. "Se eles (Lyondell) não quiserem fazer o negócio, vamos examinar outro." Apesar de alguns analistas verem risco político no negócio, devido à instabilidade do governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, Cerveró disse que se levado adiante, esse será um acordo comercial entre duas empresas.
"Se a Lyondell quiser vender a participação dela para a Petrobras e a PDVSA, será um acordo comercial. Nesse caso teremos um acordo com a PDVSA (para colocar petróleo) proporcional à participação de cada uma. Se for adquirida uma participação vamos refinar o nosso petróleo de Marlim ou Jubarte, enfim, o nosso petróleo pesado que hoje está sendo exportado", explicou.
Quanto ao projeto conjunto de uma nova refinaria no Brasil, que as duas estatais pretendem estudar juntas, Cerveró disse que a decisão final deve ser anunciada em agosto. Até lá os dois grupos de trabalho - que pelo lado brasileiro tem a secretária de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia, Maria das Graças Foster representando o governo - terão de estudar o local, a configuração da unidade, o percentual de investimento de cada sócio, e o volume de petróleo venezuelano e brasileiro que será refinado no local.
"Não será necessariamente uma participação de 50% para cada empresa. Mas tudo isso só vai estar definido em agosto", frisou. "Até lá as diretorias da Petrobras e da PDVSA vão decidir, ou não, pela construção da refinaria e dizer o local que foi acertado".
Apesar de todo o ruído e do grande "lobby" de Pernambuco para sediar a refinaria, aguçado pelo fato de aquele estado ter firmado um acordo com a PDVSA há dois anos, Cerveró explicou que os estudos para desenvolvimento de um projeto conjunto de refino não especifica nenhum local.
"O que existe é uma tendência de que, se não for (construída) em Pernambuco, vai ser no Ceará ou, no máximo, no Maranhão. Isso todo mundo sabe, até porque existe uma orientação para que (a nova refinaria) seja no Nordeste", explicou o diretor.

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