Companhia poderia disponibilizar infra-estrutura para as vendas externas da refinaria. Presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, nega que preços praticados pela estatal estejam defasados e condiciona reajuste a uma possível permanência das cotações do barril do petróleo nos níveis atua
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse nesta segunda-feira (8/08) que a estatal está analisando várias alternativas possíveis de acordos de cooperação para recuperar as atividades da refinaria de Manguinhos. A unidade parou a produção na semana passada devido às perdas provocadas pela impossibilidade de repassar o aumento do barril do petróleo no mercado internacional aos preços dos seus produtos. A dificuldade se deve ao fato de a Petrobras, que detém 98% do mercado, manter seus preços.
Segundo o executivo, estão sendo considerados diversos fatores nas discussões entre a estatal, o Ministério de Minas e Energia e a empresa, tais como condições de fornecimento, especificações de produtos, possibilidade de recuperação da capacidade de produção e viabilidade das exportações. Gabrielli descartou, contudo, a possibilidade de aquisição da unidade e disse que uma das saídas cogitadas é colocar à disposição de Manguinhos a infra-estrutura da Petrobras para exportação de seus produtos. "Como a produção de Manguinhos é muito pequena, não tem escala para fazer exportação direta. Por isso estamos oferecendo o uso da infra-estrutura que nós temos para exportação. Tudo isso ainda está em fase de discussão", disse o presidente da Petrobras após a posse do presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia, Odilon Marcuzzo.
Em relação aos preços do barril do petróleo no mercado internacional, o presidente da Petrobras disse que os preços praticados pela companhia não estão defasados e observou que o principal problema é a volatilidade das cotações. Gabrielli frisou que a estatal só discutirá reajuste dos combustíveis no mercado interno quando houver uma convergência de preços. "Se os preços se estabilizarem acima desse patamar (US$ 60), aí teremos reajuste. Agora, quem garante isso? Temos o fim do verão americano, tem um processo de aumento de produção acelerado de alguns produtores internacionais no segundo semestre, temos uma certa estabilização geopolítica no Oriente Médio que pode criar uma situação de redução de preços, além do aumento de juros nos Estados Unidos".
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