O diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou que se o limite de 35% imposto pelo conselho de administração da estatal para a relação entre o endividamento líquido e a capitalização líquida for ultrapassado não haverá mudança "completa" na situação da empresa.
Em teleconferência com analistas, o diretor garantiu que um eventual adiamento da operação de capitalização da companhia com a posterior ultrapassagem do limite de 35% - no segundo trimestre a empresa já atingiu 34,74% - não significará um imediato adiamento de projetos e redução de investimentos.
"Qualquer atitude da companhia seria derivada de análise mais consistente de longo prazo, olhando para as metas que ela pretende realizar, e aí a capitalização é uma das metas. A gente não vê como se fosse algo de mudança completa na situação da empresa o fato de atingir ou mesmo ultrapassar os 35%", frisou Barbassa, ressaltando que não há nenhuma previsão, por parte da companhia, de que a oferta pública de ações atrase e não ocorra em setembro.
Barbassa também fez questão de frisar que o limite de 35% foi autoimposto pela Petrobras e não é sinônimo de um teto para manter o grau de investimento concedido pelas agências de rating.
"Já ultrapassamos esse limite no passado. Não é visto como detonador, como evento que venha a causar a perda do 'investment grade' [grau de investimento], que é resultado de análise muito mais ampla", acrescentou o executivo.
O diretor financeiro também afirmou que os 5 bilhões de barris que serão cedidos onerosamente à companhia pela União não têm a sua exploração prevista no Plano de Negócios da estatal.
Ontem o ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, disse que o preço final do barril de petróleo extraído do pré-sal, que será utilizado no processo de cessão onerosa à Petrobras, será definido no dia 23.
Segundo ele, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) tem até amanhã para anunciar o preço calculado pela empresa certificadora contratada para avaliar as reservas da União no pré-sal.
Para se chegar ao preço final do barril na cessão onerosa, o valor que será divulgado pela ANP será confrontado com o preço a ser proposto pela Petrobras, que também contratou uma certificadora para as reservas.