Plataformas

Petrobras recompõe perdas com estaleiros

<P>A valorização do real frente ao dólar está aumentando o custo de construção de plataformas da Petrobras no Brasil. Nos projetos das plataformas P-51 e P-52, que serão entregues este ano, a estatal gastou R$ 200 milhões a mais para recompor o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos...

Valor Econômico
28/02/2007 00:00
Visualizações: 225 (0) (0) (0) (0)

A valorização do real frente ao dólar está aumentando o custo de construção de plataformas da Petrobras no Brasil. Nos projetos das plataformas P-51 e P-52, que serão entregues este ano, a estatal gastou R$ 200 milhões a mais para recompor o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, afetados pela variação cambial. O repasse, acertado com o consórcio FSTP, responsável pela montagem das plataformas, foi de cerca R$ 80 milhões para a P-51 e de R$ 120 milhões para a P-52. Outros projetos como a P-54, ainda em construção, também tiveram recomposições cambiais.

O diretor da área de serviços da Petrobras, Renato Duque, diz que aditivos deste tipo são comuns. Os contratos têm cláusulas que permitem, uma vez verificado o desequilíbrio, reequilibrá-lo, disse Duque. Fontes da indústria argumentam que o problema é que os estaleiros vêem recebendo as recomposições cambiais e não repassam parte destes valores para os fornecedores da indústria brasileira que também foram afetados pela valorização do real. Essa variação cambial faz com que o produto nacional seja mais caro em dólar.

Duque diz que não chegou ao conhecimento da Petrobras reclamação por parte de empresas ou entidades de classe sobre o assunto. Mas avalia que as empresas que se sentirem prejudicadas devem acionar os contratantes. O diretor de uma empresa consultada pelo Valor disse que fechou contrato a R$ 3 por dólar em um subcontrato da P-52 e, quando terminou o serviço, o dólar estava a R$ 2,20. Tivemos perda e não fomos compensados, disse o executivo.

Uma fonte da indústria afirmou que cerca de 40% dos R$ 120 milhões repassados pela Petrobras para o consórcio FSTP na P-52 teriam sido incorporados como lucro extraordinário. O consórcio é formado pela Keppel Fels, dona do estaleiro Brasfels, de Angra dos Reis (RJ), onde estão em construção a P-51 e a P-52, e pela Technip. A parcela restante dos recursos teria sido usada no pagamento de salários no estaleiro e incorporada pela própria Technip.

Procurada, a Keppel Fels, que tem 75% do FSTP, disse, por meio da assessoria de imprensa, que não fala sobre o assunto. A P-52, que custará cerca de US$ 928 milhões, tem previsão de início de operação em abril. Já a P-51, de US$ 809 milhões, será entregue no fim do ano. As duas unidades vão operar na Bacia de Campos.

O Valor apurou que fornecedores com contratos em reais não foram afetados e que algumas empresas receberam recomposição cambial. Foi o caso da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), que construiu o casco da plataforma P-51. Jaime Cardoso, presidente da Nuclep, disse que a empresa, ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, recebeu compensação cambial de R$ 7,2 milhões.

Outro fornecedor nacional afirmou que tentará recompor perdas cambiais no fornecimento de bens para a plataforma P-54, contratada junto à Jurong Shipyard, de Cingapura, e hoje em obras no estaleiro Mauá Jurong, de Niterói (RJ). O executivo disse que vários fornecedores tentaram e não conseguiram recompor perdas cambiais junto à Jurong.

A tentativa de fornecedores de recompor margens perdidas em projetos como o da P-51 e P-52 teria contribuido para os altos preços oferecidos este ano para a construção de duas novas plataformas: a P-55 e a P-57. Em janeiro, a Petrobras cancelou a licitação da P-55 depois que o consórcio JV P-55 ofereceu preço global de US$ 1,65 bilhão para construí-la. Antes a estatal já havia cancelado o projeto da P-57, projeto em que o consórcio Atlântico Sul ofereceu US$ 1,77 bilhão.

A alta no preço do aço também influenciou os altos preços das duas plataformas, assim como a própria variação do real frente ao dólar. Em média, o custo dos equipamentos da P-55 e da P-57 subiram 80% em relação aos mesmos equipamentos da P-51 e P-52. O diretor de serviços da Petrobras disse que vai apresentar na reunião de diretoria da empresa, amanhã, proposta de refazer a engenharia dos projetos da P-55 e da P-57.

Fonte: Valor Econômico

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Royalties
Valores referentes à produção de abril para contratos de...
26/06/25
Margem Equatorial
Em Belém, presidente do IBP defende pesquisas na Margem ...
26/06/25
ANP
Publicado edital do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2025
26/06/25
Leilão
PPSA espera uma arrecadação potencial de R$25 bilhões n...
25/06/25
Combustíveis
ICL alerta para riscos à qualidade dos combustíveis com ...
25/06/25
Oportunidade
CNPEM e USP fazem acordo para oferecer bolsas a pesquisa...
25/06/25
Transpetro
Transpetro reforça investimentos em frota, eficiência e ...
25/06/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Zinga Metall Brasil participa do Bahia Oil & Gas Energy ...
25/06/25
PetroRecôncavo
PetroRecôncavo celebra 25 anos com investimentos robusto...
25/06/25
Biocombustíveis
Posicionamento IBP - Elevação do percentual de mistura d...
25/06/25
Etanol de milho
Abertura da China amplia parceria estratégica para copro...
25/06/25
Royalties
Valores referentes à produção de abril para contratos de...
25/06/25
Negócio
Copa Energia adquire parte da GNLink e avança em estraté...
25/06/25
Etanol
ORPLANA recebe apoio de associações em defesa do CONSECA...
25/06/25
Leilão
PPSA divulga Limite Mínimo de Preço para o 5º Leilão de ...
24/06/25
PD&I
Nexio apresenta soluções de inovação digital na SP Offshore
24/06/25
Evento
FIEE realizará 1º Congresso da Indústria Eletroeletrônic...
24/06/25
ANP
Manifesto pela revisão de cortes na ANP
24/06/25
Energia Elétrica
Selco economiza mais de R$ 110 mil em oito meses ao migr...
24/06/25
Bahia Investe
Bahia Investe destaca potencial de crescimento do setor ...
24/06/25
Brava Energia
Brava Energia aposta em eficiência e inovação tecnológic...
24/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.